Dial P for Popcorn: novembro 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

IMDB Top250

Acho que não existe nenhum amante de cinema que não tenha o desejo de completar a famosa lista dos 250 melhores filmes do site IMDb.com. Como todas as listas, é discutível e nunca será consensual.

No entanto, e no meu entender, é uma lista com vários filmes muito bons e que é uma óptima porta de entrada para o mundo do cinema. No meu caso pessoal, que  fui conhecendo o cinema praticamente sozinho, esta lista foi um fantástico cartão de visita, que me ajudou a separar o trigo do joio e a perceber porque existe tanta paixão e admiração em relação a alguns filmes.

O que me proponho a fazer é algo simples, que certamente já foi feito por outros blogues. Faço-o porque quero-o no nosso blogue e porque espero que, com esta separação e breve introdução, consiga ajudar outros que, tal como eu, precisam de um pequeno empurrão para começar esta fantástica viagem pela sétima arte.

Ainda não consegui ver todos os 250 filmes e como tal não vou poder opinar sobre todos. No entanto, em todas as décadas tentarei salientar o filme que, para mim, é mais interessante e sobressai entre os restantes.

SÉCULO XX

Década de 20:


A única década onde ainda não vi qualquer filme. Sempre ouvi referências ao Metropolis como sendo um grande filme. Depois desta divisão, fico com os filmes organizados e já sei por onde começar. Vi o The Kid quando era pequeno e recordo-me dele com saudade. É difícil um filme de Charles Chaplin ser mau, embora The Kid não seja para mim o seu melhor filme.

Metropolis (1927)
The General (1926)
Aurora (1927)
The Gold Rush (1925)
The Kid (1921)
La passion de Jeanne d'Arc (1928)


Década de 30:


Grandes e memoráveis filmes. Vi City Lights e Modern Times há algum tempo, quando a nostalgia da infância me atingiu e senti vontade de rever os clássicos de Charles Chaplin. Qualquer um deles é genial e qualquer um deles é um marco na história do cinema. No entanto, temos também aqui o famoso M, que com pena nunca vi! O grande problema destas primeiras três décadas de cinema do Top250 está na dificuldade que existe em encontrar os filmes em versões de qualidade. Mais uma década a ter em atenção e que espero em breve conseguir actualizar por completo.

M (1930)
City Lights (1931)
Modern Times (1936)
Mr. Smith Goes to Washington (1939)
The Wizard of Oz (1939)
It Happened One Night (1934)
Gone with the Wind (1939)
All Quiet on the Western Front (1930)
Duck Soup (1933)
King Kong (1933)


Década de 40:


Uma década com grandes clássicos! Casablanca, It’s a Wonderful Life, Citizen Kane, The Third Man… É dificil escolher um favorito. Adoro o Casablanca, mas é inevitável não colocar no topo o Citizen Kane. É um dos filmes que mais me marcou até hoje, de que gosto intensamente. Ladri di Biciclette é um filme que vou ver muito em breve, sobre o qual tenho tido óptimas referências e cuja presença neste Top me despertou a atenção. Em breve estará no nosso blogue.

Casablanca (1942)
It's a Wonderful Life (1946)
Citizen Kane (1941)
Double Indemnity (1944)
The Third Man (1949)
The Treasure of the Sierra Madre (1948)
The Great Dictator (1940)
Ladri di biciclette (1948)
The Maltese Falcon (1941)
Rebecca (1940)
Notorious (1946)
The Big Sleep (1946)
The Grapes of Wrath (1940)
The Best Years of Our Lives (1946)
Kind Hearts and Coronets (1949)
His Girl Friday (1940)
Arsenic and Old Lace (1944)
The Philadelphia Story (1940)
Rope (1948)
Shadow of a Doubt (1943)


Década de 50:


E à medida que avançamos nas décadas, os filmes vão aumentando em quantidade e qualidade. Numa década com bastantes filmes de Hitchcock, fico dividido entre 12 Angry Men e Rear Window para a escolha de filme de destaque. Temos All About Eve (o filme da vida do Jorge), Ikiru, Rashomon e um filme que adoro perdidamente, Les quatre cents coups... Quero deixar bem claro que não vi todos os filmes e portanto a escolha que faço hoje pode muito bem não ser a mais justa e pode, perfeitamente, ser alterada quando vir todos os filmes desta década. Mas opto por Rear Window, para mim o melhor filme de Hitchcock e o ponto mais alto da sua carreira. É um filme com um argumento fantástico, que não tem falhas e que é construído com uma imaginação de levar ao céu. Mas que grande década esta de 50!

12 Angry Men (1957)
Seven Samurai (1954)
Rear Window (1954)
Sunset Blvd. (1950)
North by Northwest (1959)
Vertigo (1958)
Paths of Glory (1957)
Singin' in the Rain (1952)
The Bridge on the River Kwai (1957)
Some Like It Hot (1959)
Rashômon (1950)
All About Eve (1950)
On the Waterfront (1954)
Det sjunde inseglet (1957)
Touch of Evil (1958)
Strangers on a Train (1951)
Witness for the Prosecution (1957)
Smultronstället (1957)
High Noon (1952)
Ben-Hur (1959)
Le salaire de la peur (1953)
Les diaboliques (1955)
Ikiru (1952)
The Night of the Hunter (1955)
The Killing (1956)
A Streetcar Named Desire (1951)
Les quatre cents coups (1959)
La strada (1954)
Stalag 17 (1953)
Dial M for Murder (1954)
Le notti di Cabiria (1957)
Harvey (1950)
Roman Holiday (1953)

Década de 60:


Embora constituída por grandes filmes, a escolha é, para mim, óbvia! The Good, The Bad and The Ugly, o meu filme favorito, merece totalmente o destaque que aqui lhe faço. Com grandes filmes como 8 ½, Dr. Strangelove, 2001: A Space Odyssey ou C’era una volta il West, a década de 60 é também ela uma década muito rica.

Il buono, il brutto, il cattivo. (1966)
Psycho (1960)
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964)
C'era una volta il West (1968)
Lawrence of Arabia (1962)
To Kill a Mockingbird (1962)
2001: A Space Odyssey (1968)
The Apartment (1960)
The Great Escape (1963)
Per qualche dollaro in più (1965)
Yôjinbô (1961)
Cool Hand Luke (1967)
Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969)
The Manchurian Candidate (1962)
The Graduate (1967)
8½ (1963)
Judgment at Nuremberg (1961)
The Hustler (1961)
The Wild Bunch (1969)
Persona (1966)
La battaglia di Algeri (1966)
Who's Afraid of Virginia Woolf? (1966)
Rosemary's Baby (1968)
The Man Who Shot Liberty Valance (1962)


Década de 70:


A Clockwork Orange. Assim que olhei para esta lista, o nome de imediato me veio à atenção. Adorei este filme de Kubrick e dou-lhe o destaque da década. É também uma década que marca o aparecimento de grandes lendas vivas do cinema, como Copolla, Scorcese, James Cameron ou George Lucas. Aqueles que são, para muitos, os inventores da comédia moderna, Monty Python, têm também aqui o seu reconhecimento e acho que Life of Brian é a melhor crítica que alguma vez vi à religião cristã.

The Godfather (1972)
The Godfather II (1974)
One Flew Over the Cuckoo's Nest (1975)
Star Wars (1977)
Apocalypse Now (1979)
Taxi Driver (1976)
Alien (1979)
A Clockwork Orange (1971)
Chinatown (1974)
Monty Python and the Holy Grail (1975)
The Sting (1973)
Jaws (1975)
Annie Hall (1977)
The Deer Hunter (1978)
Life of Brian (1979)
Dog Day Afternoon (1975)
The Exorcist (1973)
Network (1976)
Rocky (1976)
Manhattan (1979)
Barry Lyndon (1975)
Patton (1970)
Sleuth (1972)


Década de 80:


E o destaque vai para Scarface. Embora na ordem do Top não esteja nos primeiros lugares, o papel que Al Pacino faz (para mim, o actor com mais qualidade do famoso trio Pacino, De Niro e Nicholson, embora este último seja o meu favorito) marcou-me tanto que o filme se tornou para mim inesquecível. Uma década onde me sinto bastante ignorante (talvez porque muitos dos títulos não me chamem à atenção), recordo com saudade o dia em que vi Nuovo Cinema Paradiso, uma história linda e singular de amizade.

Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back (1980)
Raiders of the Lost Ark (1981)
Shining (1980)
Aliens II (1986)
Das Boot (1981)
Back to the Future (1985)
Raging Bull (1980)
Nuovo Cinema Paradiso (1988)
Amadeus (1984)
Once Upon a Time in America (1984)
Full Metal Jacket (1987)
The Elephant Man (1980)
Indiana Jones and the Last Crusade (1989)
Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi (1983)
Die Hard (1988)
Blade Runner (1982)
Ran (1985)
Hotaru no haka (1988)
Platoon (1986)
Scarface (1983)
The Terminator (1984)
Stand by Me (1986)
The Thing (1982)
Gandhi (1982)
The Princess Bride (1987)
Tonari no Totoro (1988)
Fanny and Alexander (1982)
A Christmas Story (1983)


Década de 90:


É tão dificil escolher um. São tantos e tão bons. A década de 90 fica para a história como a década em que um rapaz de vinte e poucos anos, desconhecido e sem grandes recursos, atirou para os cinemas um filme feito numa garagem. Reservoir Dogs marca o início da carreira de um dos melhores realizadores de sempre, que já deu (e certamente continuará a dar) muitíssimo ao cinema. Escolho Pulp Fiction para o destaque desta década porque é o seu ponto alto e é impossível falar desta década sem falar de Quentin Tarantino. Recomendo também todos os outros títulos (dos quais apenas não vi dois ou três) e em que quase todos merecem o reconhecimento deste top.

The Shawshank Redemption (1994)
Pulp Fiction (1994)
Schindler's List (1993)
Goodfellas (1990)
Fight Club (1999)
The Usual Suspects (1995)
Matrix (1999)
Se7en (1995)
Forrest Gump (1994)
The Silence of the Lambs (1991)
Léon (1994)
American Beauty (1999)
American History X (1998)
Terminator 2: Judgment Day (1991)
Saving Private Ryan (1998)
L.A. Confidential (1997)
Reservoir Dogs (1992)
La vita è bella (1997)
The Green Mile (1999)
Braveheart (1995)
Unforgiven (1992)
Mononoke-hime (1997)
Fargo (1996)
Heat (1995)
The Sixth Sense (1999)
The Big Lebowski (1998)
The Lion King (1994)
Toy Story (1995)
Trainspotting (1996)
Groundhog Day (1993)
Lock, Stock and Two Smoking Barrels (1998)
Casino (1995)
Twelve Monkeys (1995)
Good Will Hunting (1997)
Ed Wood (1994)
Magnolia (1999)
Festen (1998)
The Truman Show (1998)
Trois couleurs: Rouge (1994)
Toy Story 2 (1999)
The Nightmare Before Christmas (1993)


SÉCULO XXI

Década de 00:


Uma escolha fácil. There Will Be Blood é o melhor filme desta década. Ponto. É um dos melhores filmes da história do cinema, com uma das melhores actuações da história do cinema, protagonizado por um dos melhores actores da história do cinema – Daniel Day-Lewis. Uma década muito rica, que peca pela ausência de grandes títulos, principalmente do cinema europeu e asiático, que acabam por não estar presentes devido à constante e inevitável americanização que o cinema sofre actualmente. Embora seja uma lista muito boa, há alguns filmes que podem deixar uma certa mágoa em quem os vê. Esta é a década em que aparece um grande e muito promissor realizador: Christopher Nolan. Dele aconselho-vos o seu melhor filme, Memento. Um quebra-cabeças criado com perfeição e inteligência. Tal como com Tarantino, também Nolan teve um início de carreira brilhante e é actualmente, um dos poucos realizadores que nunca falha e que nunca está mal. Não me vou perder em recomendações, porque acabaria por repetir quase toda a lista.

O novo milénio trouxe-nos muito cinema bom, e recordo com particular saudade o grande ano de 2007, onde Paul Thomas Anderson e os irmãos Coen tiveram uma luta de cavalheiros como há muito não se via!

The Dark Knight (2008)
The Lord of the Rings: The Return of the King (2003)
Cidade de Deus (2002)
The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring (2001)
Memento (2000)
The Lord of the Rings: The Two Towers (2002)
Le fabuleux destin d'Amélie Poulain (2001)
WALL·E (2008)
Sen to Chihiro no kamikakushi (2001)
The Pianist (2002)
Das Leben der Anderen (2006)
The Departed (2006)
Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004)
Requiem for a Dream (2000)
El laberinto del fauno (2006)
The Prestige (2006)
Inglourious Basterds (2009)
Der Untergang (2004)
Up (2009)
Gran Torino (2008)
Gladiador (2000)
Sin City (2005)
Oldboy (2003)
Batman Begins (2005)
Slumdog Millionaire (2008)
Hotel Ruanda (2004)
No Country for Old Men (2007)
District 9 (2009)
Avatar (2009)
Donnie Darko (2001)
Snatch (2000)
Kill Bill: Vol. 1 (2003)
There Will Be Blood (2007)
Into the Wild (2007)
Million Dollar Baby (2004)
The Wrestler (2008)
The Bourne Ultimatum (2007)
Finding Nemo (2003)
Amores perros (2000)
V for Vendetta (2006)
Ratatouille (2007)
El secreto de sus ojos (2009)
Star Trek (2009)
The Incredibles (2004)
In Bruges (2008)
Le scaphandre et le papillon (2007)
Children of Men (2006)
Låt den rätte komma in (2008)
Big Fish (2003)
Mystic River (2003)
Kill Bill: Vol. 2 (2004)
Letters from Iwo Jima (2006)
Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl (2003)
Mou gaan dou (2002)
Mary and Max (2009)
Fa yeung nin wa (2000)
Hauru no ugoku shiro (2004)
Monsters, Inc. (2001)
Mulholland Dr. (2001)

Década de 10:


Um início promissor com belos filmes. Inception será naturalmente a minha escolha, numa década que espero, sinceramente, nos traga muito e bom cinema. Que a quantidade seja tão boa como a qualidade. Daqui a dez anos aqui estarei, para vos falar dela.

Inception (2010)
Toy Story 3 (2010)
The Social Network (2010)
How to Train Your Dragon (2010)
Kick-Ass (2010)



Concluída esta retrospectiva, fico feliz por saber que ainda me faltam ver alguns filmes desta lista. Espero que esta divisão vos ajude tanto como me vai ajudar a mim. Que vos sirva de apoio para se iniciarem na descoberta do cinema ou que vos ajude, tal como a mim, a completarem os filmes que vos faltam.

Como desafio final, peço-vos a vossa opinião. Qual a melhor década do cinema? E mais importante que isso, que valor atribuem vocês a este tipo de listas?

Depois desta análise, e embora me faltem alguns filmes, a minha opinião fica dividida entre a década de 50 e a década de 90. Ambas são ricas em quantidade e em qualidade. Mas vou jogar pelo seguro, e atribuir o meu voto à década de 90.

 

 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ÚLTIMA HORA: Apresentadores Óscares 2011

E já são conhecidos os apresentadores da próxima edição dos Óscares! Depois de Alec Baldwin e Steve Martin, a Academia optou este ano por uma dupla improvável e que me deixa com muita curiosidade!

E os apresentadores da 83.ª cerimónia dos Óscares são...




James Franco e Anne Hathaway

BOKSUNEUN NAUI GEOT (2002)



Sympathy for Mr. Vengeance é uma filme para gente crescida. É um filme para se ver com os olhos bem abertos, absorver as cenas e sentir todas as acções. É daqueles filmes em que o realizador não se coibe nas emoções e nos mostra tudo, sem receios de ferir os mais susceptíveis.

Escrito e realizado pelo genial Chan-wook Park, criador do "insanely" Old Boy, vem muito na linha deste filme, havendo mesmo a teoria de que Sympathy for Mr. Vengeance, Old Boy e Lady Vengeance estão relacionados entre si, com ideias em comum e existindo uma determinada ordem de visualização que nos permite perceber melhor as ideias de Chan-wook Park. (Uma espécie de ligação especial como a que Iñárritu fez em Amores Perros, 21 Grams e Babel).


Sympathy for Mr. Vengeance
é, como o próprio nome o indica, um filme sobre vingança.

Ryu
é surdo e mudo. Trabalha numa empresa que lida com o carvão, recebe um salario baixo e tem uma irmã que necessita urgentemente de um rim. Despedido da fábrica e sem capacidade para encontrar um dador compatível para o problema da irmã, decide contactar uma médica que, ilegalmente, compra rins. Faz um acordo com esta e acerta que, após lhe retirarem um rim (uma vez que o dinheiro que Ryu tem não chega para pagar um), lhe darão um rim para a irmã. É traído e acorda nu, sozinho e com menos um rim.


Vira então as suas atenções para o seu antigo patrão, Park Dong-jin, pai de uma amorosa menina de quatro anos chamada Yu-sun. Com a ajuda da sua amiga Cha Yeong-mi (fervorosa activista de esquerda), conseguem raptar a rapariga, com o objectivo de exigir um resgate que pague a sua libertação. Sem objectivo de lhe fazer mal, criam com ela uma amizade feliz.


Mas, eis que algo corre mal. A irmã de Ryu descobre que este havia raptado a filha do seu patrão e, não conseguindo aceitar que este tivesse feito algo tão odioso para a salvar, decide pôr termo à vida. Mas as contrariedades não ficam por aqui. Enquanto Ryu aconchegava a sua irmã entre as pedras à beira-rio (local escolhido para a sepultar), Yu-sun cai ao rio e morre afogada. E eis que todo o plano de Ryu se altera por completo. O que antes parecia simples, lógico e previsível, está agora a fugir por completo a Ryu e Yeong-mi. Mudanças que terão consequências graves e trágicas para ambos.


Chan-wook Park é um realizador bestial, um criador que merece ser adorado e admirado por muitos e que não deixa os créditos em mãos alheias com este filme. Merece, sem dúvida, toda a vossa atenção!


Nota Final: B+


Trailer:



Informação Adicional:

Realização: Chan-wook Park
Argumento: Chan-wook Park
Ano: 2002
Duração: 129 minutos


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

HARRY POTTER AND THE DEATHLY HALLOWS - PART 1 (2010)




Eu detesto aqueles fãs de Harry Potter que vão para o cinema com o livro todo decorado a contar o que está e o que não está nos filmes. O que está como não está no livro, o que não está e tinha que estar. Eu detesto esse tipo de fanatismo. Detesto, porque um filme não é um livro e, como tal, a sua adaptação tem que ser, obviamente, fiel mas também prática e adaptada às capacidades de um filme.

Dito isto, penso que neste último filme essa crítica recorrente não se poderá aplicar. A divisão em duas partes foi, claramente, uma óptima escolha da equipa de David Yates. Nunca um filme de Harry Potter foi tão profundo de pormenores e tão fiel à história de um livro.

Considero importante referir que é muito mais um filme de graúdos do que um filme de miudos. Por força das circunstâncias da história, o novo filme de HP tem um lado muito intenso de suspense bem conseguido e com alguns momentos que farão, certamente, muita gente saltar na cadeira. É um filme muito negro, muito sombrio e que faz justiça aos tempos de desordem e terror vividos na história do sétimo livro de HP.


Daniel Radcliffe é (e sempre será) um péssimo actor e continua a ser, como em quase todos os filmes, a pior parte deste bom filme. O rapaz não nasceu para ser actor, não nasceu para representar um papel intenso e com tanta personalidade como o de Harry Potter. Emma Watson e Rupert Grint também não são fantásticos, mas sempre trazem algo de positivo para o trio que monopoliza toda a história desta primeira parte, que nos fala das aventuras dos três feiticeiros na busca de um dos quatro últimos horcruxes que é necessário destruir para matar de vez Lord Voldemort (Ralph Fiennes). O final foi bem escolhido e não me deixou aquela mágoa pelo filme estar dividido ou vontade de querer de imediato ver a segunda parte. Gostei.


No entanto, "Harry Potter and the Half-Blood Prince" continua a ser o meu favorito desta saga e, sinceramente, não acredito que a segunda parte deste ultimo capítulo me consiga fazer mudar de opinião. Confesso que tenho algum receio que a obcessão de transformar a segunda parte numa disputa titânica entre Harry Potter e Voldemort e que tudo gire à volta dessa ideia. Se a parte dois estiver ao nivel da parte um, David Yates deu um final muito digno a toda esta aventura.


Nota Final:
B

Trailer:



Informação Adicional:
Realização: David Yates
Argumento: Adaptação de Steve Kloves
Ano: 2010
Duração: 146 minutos

terça-feira, 23 de novembro de 2010

LET THE RIGHT ONE IN (2008) / LET ME IN (2010)


Por ocasião da estreia nacional do novo filme de Matt Reeves (Cloverfield), "Let Me In", decidimos embarcar em mais uma edição da nossa rubrica, Crítica Dupla. Anteriormente fizemo-lo com os dois "Wall Street" e com "The Departed / Infernal Affairs" e, como correu bem, decidimos voltar a experimentar.


LET THE RIGHT ONE IN (2008)
por Jorge Rodrigues:



"Let the Right One In" e eu temos uma história engraçada. É que foi dos poucos filmes estrangeiros que vi de livre e espontânea vontade. Bem, explicando melhor: são raras as vezes que me incito a ver filmes estrangeiros sem estes terem uma forte razão a recomendá-los (seja aclamação crítica, excelentes reviews, potencial para Óscares e outros prémios, actores conhecidos ou realizadores prestigiados por trás, entre outras). É por isso que ainda mais me surpreende que eu, conhecendo o tema do filme e conhecendo esta minha tendência, tenha ido ver o filme. Um filme que então era um pequeno filme suueco, que tinha feito furor em Gotemburgo e estas ondas de entusiasmo se estavam a espalhar para outros países europeus. Um filme que ainda não sonhava com o estatuto de clássico moderno com que agora é rotulado, muito antes de ter alcançado o outro lado do globo, muito antes de lhe choverem elogios em cima.

Antes de mais, quero relembrar que este filme foi lançado no ano em que a mania dos vampiros invadiu o mundo - portanto, no mesmo ano em que a magnífica "True Blood" faz a sua estreia em televisão e em que o fenómeno "Twilight" chega finalmente aos cinemas. Pelo meio disto tudo, surge este "Let the Right One In". Era natural que fosse olvidado. Felizmente mais e mais pessoas estão a aperceber-se do quão fantástico este filme é. 



A história introduz-nos a personagem de Oskar, um rapaz louro, de aspecto pálido, com doze anos de idade, que vive com a sua mãe divorciada (aliás, os seus pais são das pessoas mais horríveis que já alguma vez vi retratadas em filme) num apartamento nos subúrbios de Estocolmo. Oskar é um rapaz solitário e infeliz que sofre de bullying na escola. Este vê a sua vida mudar repentinamente com a chegada de Eli, uma rapariga de aspecto misterioso, que parece diferente de todas as outras, com quem Oskar vai travar uma forte amizade. A sua cena de apresentação é tão sublime quanto assustadora. Eli surge acompanhada de uma figura paternal que vemos auxiliá-la em obter tudo quanto necessita para ela sobreviver.

O filme depois assume os contornos de filme de terror, mostrando-nos Eli a atacar várias pessoas da região. O que é atípico nestas cenas é a qualidade e o cuidado demonstrados pelo realizador em dar um ar de sofisticação. As cenas de violência são vivas, duras, pesadas, é verdade, mas em todas existem momentos de graciosidade e de beleza. Manchas de sangue cuidadosamente empregues, imagens das planícies suecas invadidas por neve, árvores com ramos cobertos de neve, flocos de neve a pairar no ar... Belíssimo.


Esta amizade bizarra torna-se o coração e a acção motriz do filme, acompanhando o pequeno Oskar até este ser levado ao limite por Eli, impossível de ser parada. Ao longo do filme este vai-se apercebendo cada vez mais do quão difícil é escolher entre a amizade e o afecto que nutre por Eli e a impossibilidade de actuação perante a sua cognisciência do que ela faz aos outros indivíduos. A sua passividade, a sua permissividade, a sua falta de emoção, de reacção, faz-nos também a nós sentir tudo à flor da pele, enquanto assistimos impávidos ao que se passa no ecrã.

Um brilhante argumento de John Lindqvist, adaptando o seu próprio bestseller, uma realização fabulosamente bem orquestrada de Thomas Alfredson e estupendas interpretações dos miúdos Hedebrant e Leandersson e uma fotografia assombrosa de van Hoytema, que confere ao filme todo um ar soturno, sombrio, frio, algo elégico até, que o filme necessita para estabelecer o tom que quer conferir ao enredo e nos dar a perceber que este não é o típico filme de vampiros.
 

Finalmente, é altura de fazer um desabafo: com um filme tão bom quanto este, que apenas tem dois anos de existência, qual é o motivo que Hollywood me apresenta (aparte de fazer mais dinheiro) para justificar o investimento neste remake, sabendo de antemão que a grande maioria dos remakes não chega aos pés da qualidade do seu antecessor (ver: "Brodre"/"Brothers") ou, miraculosamente, consegue com esforço igualar a qualidade do original (ver: "The Departed"/"Infernal Affairs")? Não entendo. Há-de ser sempre uma mania que eu não consigo perceber.


Nota Final:
B+


Trailer:



Informação Adicional:

Realização: Thomas Alfredson
Argumento: John Lindqvist
Elenco: Kare Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar, Henrik Dahl, Ika Nord
Fotografia: Hoyte van Hoytema
Banda Sonora: Johan Soderqvist
Ano: 2008
Duração: 115 minutos



LET ME IN (2010)
por João Samuel Neves:


"Let Me In", a versão americana do sucesso sueco "Låt den rätte komma in" (que infelizmente ainda não vi por um conjunto de circunstâncias) foi um filme que me agradou. Não ficará para a história nem será lembrado dentro de alguns meses, mas valeu o bilhete do cinema.


Peca, como era já natural e esperado, pelo facto de não ser uma ideia original e de me ter deixado no ar a ideia de que "isto nas mãos dos suecos deve estar um mimo". Alimentou-me, muito, a curiosidade para ver o filme sueco.


No entanto, falemos de Let Me In. É uma boa adaptação do cinema americano e merece o meu reconhecimento. Os americanos têm uma tendência natural para transformar o "nu e cru" em "kiss and hugs" e em Let Me In essa tradição conseguiu, parcialmente, ser posta de parte. Repito, não vi o filme original e toda a crítica é feita apartir daquela que me parece ser a ideia do argumento original e daquelas que são as potencialidades do cinema sueco.


Tal como no original, tudo começa com a chegada de uma misteriosa rapariga Abby (Chlöe Moretz) ao condomínio de Owen (Kodi Smit-McPhee). Owen, um rapaz solitário e tímido, passa grande parte dos seus dias no pátio do seu condomínio, onde alguns dias após a chegada de Abby, esta acaba por meter conversa com ele. Juntos começam a construir uma amizade bonita, que para Owen era até então algo completamente inimaginável com alguém. Os conselhos de Abby sobre como Owen se deve defender na escola dos rapazes que constantemente o agridem dão resultado e Owen apaixona-se por Abby. No entanto, o modo como Abby vive e todo o mistério à volta dos seus hábitos (e dos do seu "pai") começam a tornar-se demasiado estranhos para Owen que se decide a descobrir o que se passa por detrás das frases misteriosas que Abby lhe vai deixando.



Com belas prestações tanto de Kodi Smit-McPhee (foi uma grande escolha para o papel de rapaz oprimido e ostracizado que desempanha) como de Chlöe Moretz (uma rapariga que promete muito!), Let Me In é uma tentativa que passa com nota positiva. De referir que os cartazes feitos para a publicidade do filme são bastante pobres e acabam até por lhe retirar algum público. Têm pouco a ver com a ideia do filme e não são nada cativantes.
Num comentário final, e sem menosprezar a qualidade que o filme tem, penso que viveríamos bem sem esta adaptação que, perante a qualidade do filme original, se torna um pouco desnecessária. Era, à partida, uma adaptação condenada a ser pior do que o original. E, na minha opinião, para se fazer pior, mais valia a pena terem estado quietos.



Nota Final:
B

Trailer:


Informação Adicional:

Realização: Matt Reeves
Argumento: Adaptação de Matt Reeves do argumento original de Lindqvist
Elenco: Richard Jenkins, Kodi Smith-McPhee, Chlöe Moretz
Fotografia: Greig Fraser
Banda Sonora: Michael Giacchino
Ano: 2010
Duração: 116 minutos

TCN Blog Awards 2010 - Precisamos do vosso voto!


Os TCN Blog Awards já vão no final das votações e por isso todo e qualquer voto é de vital importância. Pessoal, não posso deixar de vos continuar a pedir que votem, que nos sugiram aos vossos amigos e que lhes peçam, como favor, para votarem em nós também. É algo que não custa nada, basta ter um acesso à Internet e cinco minutos disponíveis - só têm de abrir um sítio e clicar num botão na barra lateral.


Não custa quase nada e é um imenso favor que nos fazem. Por isso, volto a frisar, VOTEM!
As votações encerram a 30 de Novembro (terça-feira).



Críticas Rápidas

Este é um dos artigos que tenho cá há séculos por despachar. Bom, há que explicar primeiro a ideia deste post: uma vez que não tenho tempo para criticar todos os filmes numa razoável extensão, eis que optei por escolher os melhores ou os mais proeminentes e escrever sobre eles e deixar para segundo plano os restantes, pegando neles desta forma. Seguindo o conceito de "crítica rápida", não escreverei mais de duas-três frases por filme, realçando apenas os principais aspectos positivos e negativos de cada um. 


Dogtooth (B+) : Bizarro, intenso, visualmente impressionante. Uma experiência fascinante com o selo muito pessoal do realizador Lanthimos. Merecedor de todos os elogios que tem recebido e mais alguns. Potencial nomeado para os Óscares se a Academia estiver em dia bom.


Fish Tank (B): Tive imensa pena de não ter apanhado "Fish Tank" aquando do Fantasporto mas acabei por vir a vê-lo mais tarde. Irrepreensível trabalho de Andrea Arnold, uma história simples mas extremamente bem contada e uma excelente interacção entre Fassbender e a brilhante protagonista Katie Jarvis. Numa corrida mais leve, tanto um actor como outro poderiam ter lugar entre os nomeados.


Green Zone (B): Fizeram bem em adiar o filme de Paul Greengrass para 2010, ele que era tido como um dos grandes candidatos a nomeações o ano passado - isto é, até surgir "The Hurt Locker". O pano de fundo é o mesmo, mas o tema e a teia são diferentes. Matt Damon completamente à vontade num papel que lhe assenta particularmente bem e um filme de guerra bem explorado por parte de um realizador que já nos habituou a grandes pequenos feitos (ver: "United 93")


Hachiko: A Dog's Story (C): Possivelmente o filme mais overrated do ano inteiro. Apanharam-me desprevenido e fui obrigado a vê-lo. Demasiado preocupado em busca do sentimentalismo e do cliché, demasiado indiferente a criar um bom enredo e a gestacionar uma boa história. Richard Gere é agradável, tudo o resto - incluindo o cão e (gasp!) Joan Allen - dispensa-se.


I Am Love (B+): Tilda Swinton. Cada vez mais te adoro. Não bastou já teres dado a melhor interpretação, feminina ou masculina, do ano passado ("Julia"), ainda vais a caminho de ser uma das melhores também em 2010. E se relembrarmos que foste brilhante em 2008 ("Burn After Reading" e "The Curious Case of Benjamin Button") e 2007 também ("Michael Clayton") e que tens sido sempre awesome há já vários anos, que mais posso eu te pedir? Fotografia belíssima e uma história exemplar. E Itália. Nunca há que descontar este factor.


Iron Man 2 (B-): Uns furos abaixo do primeiro (mas também como igualar aquilo?) mas com uma qualidade a nível de argumento bastante superior. Scarlett Johansson surpreendeu-me pela positiva, já Mickey Rourke... não. Robert Downey, Jr. com uma exibição bem abaixo da que exibiu no primeiro filme (de novo, também difícil de igualar) mas ainda assim muito satisfatória.


Kick-Ass (B): Difícil de caracterizar. Como adaptação de BD, é excelente. Como filme, é um pequeno falhanço. Em termos de interpretações, um sucesso. Em termos de temas abordados, um desastre. E desculpem-me mas se for por este filme que avaliamos o talento de Chlöe Moretz... Por mim está reprovada. Bem melhores que ela temos a Abigail Breslin, a Dakota Fanning e a Saoirse Ronan. Dito isto, palmas para Matthew Vaughn. Boa realização.


Killers (F): O que é que eu hei-de te fazer, Katherine Heigl? Desperdiçar o teu talento em comédias medianas com realizadores sem qualquer indício de talento comédico? (nem sei como é que dele saiu "Legally Blonde"!) Check. Escolher outro sem talento como o Ashton Kutcher para co-protagonista? Check. Ser completamente obnóxia durante a inteira duração do filme? Check. Queres dar comigo em doido?


Management (B): A primeira boa surpresa do ano de 2010. Jennifer Aniston e Steve Zahn impecáveis nos seus papéis. Boa química. Uma comédia com genuína piada. Um tema ainda pouco explorado nas comédias românticas do tipo trágico. Não exagera na dose.


Me and Orson Welles (B): Christian McKay numa das melhores interpretações de 2010 - um deliciosamente animado Orson Welles. Zac Efron finalmente num papel em que não é insuportável (direi, até, que mostra rasgos de talento). Claire Danes completamente fora de tom. Richard Linklater de volta à forma antiga.


Prince of Persia (C-): Uma perda de tempo absoluta. Não tem qualquer valor, aparte de ter dado a Jake Gylenhaal um gostinho do que é ter uma franchise com relativo sucesso. Conhecendo a Disney, dificilmente não teremos uma sequela.


Red (B-): Como explicar... Helen Mirren com armas de grande porte nas mãos; John Malkovich e a sua loucura e imprevisibilidade à solta; Bruce Willis a fazer o que sabe melhor, juntando-lhe um interessante timing comédico; e um senhor chamado Morgan Freeman. Todos a gozar com a sua velhice, todos a divertirem-se, todos em papéis bastante diferentes do que habitualmente interpretam. Awesomeness.



Robin Hood (B-): Nova parceria de Ridley Scott e Russell Crowe, não tão bem sucedida como a de 2000 e não tão interessante como a de 2008. Cate Blanchett não faz nada de particularmente importante no filme, juntando-se à mediocridade que paira pela película inteira. Um filme engraçadito mas que me deixa com um amargo de boca. Não havia nenhuma necessidade de fazer esse filme.


Shoot Me (D+): Se isto é produto da nova geração de realizadores do cinema português, mais vale resignar-nos a nova década de insignificância. Algumas pechas de real talento na realização, bom enquadramento e ângulos na fotografia, mas péssima direcção de actores (Maria João Bastos numa das piores interpretações da carreira) e uma história ridiculamente básica.


Shutter Island (B): A primeira desilusão de 2010 chegou, inesperadamente, das mãos do fabuloso Martin Scorcese. Um filme que nem parece um filme, soa mais a experiência. E se de facto me entreti nos devaneios da mente do prodigioso realizador, que nos testa os sentidos a cada segundo que o filme se revela, o resultado final é... decepcionante. Leonardo DiCaprio, com uma interpretação razoável mas indigna do seu gigante talento, lidera um elenco de notável e indiscutível qualidade (Patricia Clarkson, Emily Mortimer, Michelle Williams, Ben Kingsley e Mark Ruffalo). Ilógico, confuso, mas visualmente e criativamente inesquecível.


The Box (D): Um desastre de monumentais dimensões, este "The Box". Richard Kelly destrói um filme para o qual eu tinha legítimas aspirações e que falhou redondamente em suscitar em mim qualquer tipo de reacção positiva. O mal já começou no casting (só Langella é opção acertada; Cameron Diaz e James Marsden a milhas do que se pretendia) e continuou nos restantes aspectos do filme. Horrorosa desilusão.


The Switch (B): Nunca conseguiria adivinhar o quanto eu gostei de facto deste filme. Bem, talvez isso tenha ver com três grandes factores: Jason Bateman é o primeiro. Juliette Lewis em versão diva/BFF burra é o segundo. E Jennifer Aniston versão Rachel Green com 40 anos é o terceiro. O facto da história conseguir fugir a todos os clichés das comédias românticas à excepção de um (a que era impossível escapar, na minha opinião) e de conseguir ser engraçada e ao mesmo tempo intelectual são grandes bónus.


Troubled Water (B+): Mais um formidável filme estrangeiro que 2010 (2009?) nos trouxe. O dinamarquês "DeUsynlige" é um belíssimo exemplo do que um drama tipicamente europeu deve ser: extraordinariamente bem fotografado, uma história simples, personagens ricos e complexos, uma excelente reviravolta e uma situação que nos faça pensar, que nos faça colocar no lugar das personagens (Como é possível uma vida reerguida ser destruída em segundos por um segredo terrível do passado? Fascinante).