Bem sei que são notícias ultrapassadas, mas como sou fã acérrimo do festival da Eurovisão (bem, eu realmente só tenho hábitos ridículos), não podia deixar passar em branco a menção. A final do Festival Eurovisão da Canção 2011 decorreu no passado sábado dia 14 em Dusseldörf, na Alemanha e o Azerbaijão é quem vai suceder aos germânicos na apresentação da cerimónia.
Depois de três anos a tentar fervorosamente entrar na corrida pela vitória do festival - com um 5º lugar e um 3º lugar nas suas duas (únicas) participações anteriores, à terceira foi de vez e com o seu melodioso pop romântico Eli e Nikki lá levaram o título para o país na fronteira entre a Europa e a Ásia. Deixo-vos ficar abaixo com a canção vencedora (com 221 pontos):
Mais uma vez, o festival não deixou de se pautar pela polémica: a Itália, de regresso ao festival depois do seu afastamento pelo descontentamento com os resultados do voto político e do domínio dos países de Leste europeu, conseguiu um controverso segundo lugar com 189 pontos, seguida da Suécia, Ucrânia e Dinamarca. Duas actuações muito apupadas pelo público presente na Arena, a Bósnia e Herzegovina e a Grécia, conseguiram ainda assim um sexto e um sétimo lugares, respectivamente, muito contra os desejos - bastante audíveis - do público. Também de polémica se revestiu a participação alemã, que optou por permitir a Lena Meier-Landrut, vencedora em 2010 em Oslo com "Satellite" defender o seu título em solo nacional, concorrendo com 10 (!) músicas ao festival local. E finalmente falta falar da participação portuguesa.
Como era esperado, os Homens da Luta, vencedores já por si só polémicos do Festival da Canção RTP, com a sua "A Luta é Alegria", ficaram no penúltimo lugar da sua semi-final e foram a terceira pior participante do certame deste ano. Esperemos que o povo português decida melhor da próxima vez e, de preferência, que os gozões e os protestantes do regime governamental se abstenham de votar.
Quanto à minha opinião, tivemos mais uma vez um festival no qual a língua inglesa foi dominante - algo que eu ainda não consigo perceber é a insistência da RTP em proibir a participação no Festival da Canção de músicas cantadas em inglês - e onde, curiosamente e a contrastar com 2010, tivemos muito poucas baladas. As minhas actuações preferidas classificaram-se mal mas, tendo em conta o quão difícil foi adivinhar os dez primeiros da tabela (escolhas nada consensuais, portanto), calhar o Azerbaijão, olhando para os adversários directos, ainda foi o melhor que podia ter acontecido. Deixo-vos abaixo com as minhas duas actuações preferidas, a da França (Amaury Vassili, "Sognu") e os energéticos Jedward, da República da Irlanda, com "Lipstick".
Portanto resta saber como vai funcionar para o ano a competição - se a Europa Ocidental, que é quem paga praticamente a transmissão televisiva do evento, vai aceitar que o concurso se realize durante a tarde ou se, pelo contrário, a competição se vai ter de realizar madrugada adentro no Azerbaijão. Mas até lá ainda falta muito tempo para discutir.