Dial P for Popcorn: Robin Wright
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sábado, 2 de fevereiro de 2013

As melhores novas séries da temporada chegaram


Volto a este assunto porque, infelizmente, a temporada não tem sido famosa. Das novas estreias, várias já acabaram canceladas - incluindo uma das minhas estreias favoritas, "Last Resort". "Go On" tem vindo a cair a pique nas audiências, o que me assusta, porque embora continue a gostar da série, essa queda associada a um decréscimo da qualidade em alguns episódios coloca-a em perigo de renovação. "Nashville" transformou-se completamente numa telenovela, country-style. "Elementary" já entrou em modo procedural da CBS e com isso o meu interesse tem sido reduzido (junta-se a "Person of Interest" nesse pormenor). Desisti de "The Mindy Project" porque a moça, quantos mais episódios passa, mais irritante fica. E não é irritante de forma positiva, tipo a Lena Dunham em "Girls", é mesmo absolutamente insuportável. E como se previa, uma das melhores estreias, "Ben and Kate", já acabou cancelada.

Resumindo e concluindo... Não estou a acompanhar mais nenhuma das novas séries tirando "Go On". É por isso que saúdo com grande alegria estas três novas ofertas que passaram de muito promissoras a cumpridoras. De um nível excelente as três. 


"UTOPIA" foi a primeira das três a estrear. Série britânica do Channel 4 (o mesmo canal de "Misfits", sim), é impossivelmente bizarra e esquizofrénica, seguramente um dos dramas mais provocantes e inteligentes do novo ano. Aborda um mundo fantástico em que um grupo de pessoas é perseguido por uma organização misteriosa intitulada The Network (A Rede) que pretende reaver uma lendária banda desenhada - The Utopia Experiment - de que se diz ter capacidade de prever eventos futuros. Não é para toda a gente e promete ser bastante violenta (o que poderá afastar alguns espectadores), mas para os apreciadores da televisão britânica é um must-see.


"THE AMERICANS" é mais uma oferta dramática da FX, que se tem tornado aos poucos num dos meus canais favoritos, com programação alternativa mas sempre de qualidade e, mesmo que nem sempre aprecie todos os seus programas em pleno, são sempre fonte de algo interessante para apreciar. "The Americans" parece-me, para já, que se irá juntar aos dramas de topo da estação de cabo, como "The Shield", "Justified" ou "Sons of Anarchy". Contudo, se acabar como "Damages", "Rescue Me" ou mesmo "American Horror Story", também não está mal. Queriam muitos produzir um drama dessa craveira. "The Americans" (criada por Joe Weisberg e Graham Yost, criador de "Justified") narra a história de Philip e Elizabeth Jennings (Jeri Russell e Matthew Rhys, fantásticos protagonistas), dois espiões da KGB que vivem infiltrados em Washington D.C., em plena Guerra Fria. Embora o panorama político não tenha sido ainda bem explorado no piloto, a série parece prometer, sobretudo quando se foca na relação entre Philip e Elizabeth e como tem sido a sua convivência juntos ao longo dos anos. Se esta chegará ao nível de "Homeland" ainda não sabemos; mas o que sei sem dúvida é que estamos perante a melhor estreia da temporada, para mim.

Bónus: os melhores créditos da temporada:


A terceira série estreou ontem - e foi possível acompanhar em estreia mundial no TVSéries (uma boa aposta do canal). "HOUSE OF CARDS" tem mão de David Fincher - que realiza os dois primeiros episódios e fica como produtor executivo - e Beau Willimon (que redigiu "The Ides of March" para George Clooney, que versava sobre temas semelhantes) e é protagonizado por Kevin Spacey e Robin Wright, com Corey Stoll, Kate Mara e Michael Kelly a completar o elenco principal. Armadilhas políticas, sabotagem e jogadas de bastidores são prato forte da série que se foca em Francis Underwood, um político brilhante que julga ter conseguido finalmente a oportunidade que há muito merecia, a nomeação para Secretário de Estado. Negado pelo Presidente, Underwood vai tentar minar o caminho, por dentro, a todos os que ajudou a eleger. Uma interpretação impressionante de Spacey, que adapta o seu sorriso trocista e maldoso na perfeição a Francis, complementado pela gélida e frívola performance de Robin Wright no papel da sua mulher. Mal posso esperar para ver onde a série vai parar.


Uma última sugestão, se me permitem. Depois do sucesso além-fronteiras de "Downton Abbey", as séries de época britânicas voltaram em força este ano, com a estreia de "Mr. Selfridge" com Jeremy Piven no papel principal, "Paradise", "A Young Doctor's Notebook" (com Daniel Radcliffe e Jon Hamm) e "The Parade's End" (com Benedict Cumberbatch e Rebecca Hall, estreada no Reino Unido no Verão do ano passado mas que só agora chega aos Estados Unidos, via HBO). Mas a que mais sucesso tem tido de todas é "CALL THE MIDWIFE", série que relata a vida de uma parteira nos anos 50, que está de volta para uma segunda temporada agora (já foram transmitidos dois episódios). Não percam, se possível. Merece visualização. Mais não seja porque nos mata as saudades de Miranda Hart. O que relembra que a terceira temporada de "Miranda" também já estreou no Reino Unido. Também se aconselha, já agora.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Crítica Dupla: MONEYBALL (2011)

Bem-vindos ao Crítica Dupla, um segmento que fazemos algo irregularmente aqui no Dial P For Popcorn, em que eu e o João nos debruçamos sobre um filme sobre o qual estamos bastante divididos, sobre um filme e a sua sequela, sobre um filme e o seu remake... Bem, penso que já perceberam. O objectivo é proporcionar uma discussão saudável, sem controvérsia, dos méritos do filme (ou dos filmes) de acordo com cada um de nós. Esta semana, o filme em foco é "MONEYBALL", de Bennett Miller, que originou opiniões bastante díspares cá no DPFP.





MONEYBALL, por Jorge Rodrigues:


"MONEYBALL" poderia tentar ser mais um filme sobre o triunfo no desporto, cheio de grandes cenas inspiradoras e elevadoras do espírito humano, que culminaria com uma enorme vitória ou abundante prosperidade ou uma lição de vida aprendida. Os grandes filmes que envolvem desporto (desde "The Fighter" a "Rocky", de "Field of Dreams" a "Remember the Titans") são todos assim. Felizmente, "MONEYBALL" optou simplesmente por ser uma poética homenagem a Billy Beane e aos Oakland Athletics, que independentemente de terem vencido ou perdido, contrariam o ditado que para a história só ficam os vencedores, deixando uma marca indelével, revolucionária, no jogo que tanto amam. Além disso, "MONEYBALL" procura contar ainda uma história mais particular, a da forma como Billy Beane consegue reinventar o jogo que ele era suposto ter dominado, vinte anos antes, e provar a todos que um jogador é mais que um número, é mais que estatística.


Com um diálogo absolutamente vívido e electrizante, igual partes profundo e inteligente - ou não fosse este mais um produto das mãos de Aaron Sorkin, contratado para polir o argumento escrito pelo também Oscarizado Steven Zaillian - que coloca - e bem - o foco não no desporto em si mas nas pessoas que o fazem, com caracterizações muito autênticas que ganham colorida vida nas mãos do talentoso elenco que Bennett Miller tem à disposição, desde um cintilante Philip Seymour Hoffman, uma elegante Robin Wright, uma encantadora Kerris Dorsey, um divertido Jonah Hill e, sobretudo, um extraordinário Brad Pitt, o verdadeiro coração do filme. A auxiliar o poderoso argumento está uma fotografia exemplar de Wally Pfister e uma edição brilhante de Christopher Tellefsen, que condensa o filme de forma exímia, conferindo-lhe um ritmo excitante de seguir. Há que elogiar ainda o trabalho de Bennett Miller ("Capote"), que contribui imenso para o sucesso do filme embora quase não se note, sendo que é nos pequenos detalhes que se nota o seu trabalho. É um trabalho ingrato enquanto realizador, ter que mostrar e não deslumbrar. Mas era o que o filme aqui precisava. E ele cumpriu na perfeição.

Finalmente, toda a gente sabe que Brad Pitt é um dos melhores actores americanos das últimas décadas, arrancando excelentes interpretações de quase todos os seus papéis. Infelizmente, a sua beleza, carisma e a sua fama acabam por ofuscar um pouco o seu talento. Em "MONEYBALL", não há essa preocupação. Despido de quaisquer preconceitos em ser visto como um zé-ninguém (algo que Pitt já não se deve lembrar de ser, dado o seu estatuto de mega-celebridade) derrotado pela vida, o seu Billy Beane sabe, melhor do que ninguém, o risco que corre ao apostar em Peter Brand (Hill), que nunca sequer praticou basebol na vida, para ajudá-lo a dar a volta à injustiça que é o jogo, contratando jogadores que nenhuma equipa queria e, através de um sofisticado sistema estatístico, ganhar pontos através de habilidades particulares que cada jogador tem. Estas decisões controversas e polémicas garantem-lhes a fúria de todos, incluindo a sua equipa de observadores, os comentadores de televisão e da rádio e o treinador, Art Howe (Hoffman), um homem da velha guarda. Pitt desaparece no papel - em 2011 fê-lo novamente noutro papel, em "The Tree of Life" - conferindo a Billy Beane uma graciosidade, um genuíno e humano sentido de estar na vida que é incomum nas suas outras interpretações. Este Billy Beane é uma criação completa, cheia de alma, força e coração (reunindo todas as qualidades de Brad Pitt enquanto actor num só indivíduo).


Um filme tão irreverente como o seu protagonista, "MONEYBALL" não busca respostas, nem procura fazer o espectador sentir-se melhor pessoa por ter visto o filme. Não é um filme com um final feliz. É um filme com um final real. Billy Beane seguiu o seu instinto - aquela palavra que tanto o perturbava inicialmente - como se soubesse que esta revolucionária mudança que estava a tentar implementar fosse realmente a sua última oportunidade de glória. O seu sucesso não foi total - não conseguiu mudar a face do jogo para sempre. Ainda assim, provou que com pouco se pode fazer muito, transformando a sua equipa, das mais pobres da Liga, numa força a ter em conta pelas equipas ricas, basicamente ignorando tudo aquilo que até então lhe tinham ensinado sobre o jogo e as suas regras. Um filme a espaços emocionante, a espaços reflexivo, meditativo, "MONEYBALL" foi uma das boas surpresas do ano, rico, substancial e profundo, a história de um homem imperfeito que só agora descobre finalmente o seu rumo. Mais vale tarde que nunca.



Nota Final:
A-

MONEYBALL, por João Samuel Neves:



Previsível e entediante. Assim é "MONEYBALL". Provavelmente fazendo justiça ao desporto que representa (o basebol) onde só quem gosta percebe o sentido do jogo e saboreia cada um dos seus demorados momentos (desde os preparativos às jogadas propriamente ditas). Podia pontuá-lo com uma nota pior, sem dúvida, mas há pontos positivos que vale a pena ressalvar e que merecem ser tidos em conta. Desde logo, o ambiente do filme. Foi aquilo de que mais gostei e o que me permitiu aguentar o filme até ao seu final. Sente-se a excitação e a intensidade de quem é amante deste desporto. Percebe-se porque é que o desporto é pensado e encarado com enorme responsabilidade e profissionalismo, dá-nos um cheirinho do trabalho hercúleo de gestão e organização de um equipa de alto nível. Coloca-nos dentro da acção e junto dos seus protagonistas.


Desse ponto de vista, "MONEYBALL" é um bom filme. Tem também boas interpretações, com Brad Pitt e (especialmente) Jonah Hill que apimentam a história e lhe dão mais alegria, vida e realismo. Mas depois tem alguns aspectos menos positivos. É tremendamente previsível. É possível perceber-se, desde os primeiros 10 minutos, aquilo que será o filme. E isso, para mim, é algo muito negativo, em especial num filme sobre desporto, em que a emoção e a imprevisiblidade nos alimentam até ao clímax final. A própria história em si (um manager de uma equipa com dificuldades que consegue, graças a um inovador esquema informático, revolucionar a forma como se encara e pensa o jogo) é algo que cativa pouco quem não gostar realmente deste jogo. No final, "MONEYBALL" é um filme jeitoso de 2011. Mas não vai entrar no meu top-10. Nem sequer no meu top-20. 


Nota Final:
C
  


Informação Adicional:

Ano: 2011
Realizador: Bennett Miller
Argumento: Steven Zaillian, Aaron Sorkin
Elenco: Brad Pitt, Jonah Hill, Chris Pratt, Robin Wright, Philip Seymour Hoffman
Banda Sonora: Mychael Danna
Fotografia: Wally Pfister

 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

UPDATE: "The Conspirator" adquirido para distribuição em 2011



Não é que tenha recebido boas menções, porque não tem (a maioria das críticas ao novo filme do actor-virado-realizador Robert Redford não têm sido nada simpáticas) e não é que se considerasse que o filme conseguisse ser algo mais na corrida a estes Óscares que um candidato de terceira linha, mas fico satisfeito com a notícia que "The Conspirator", que tem um elenco com, entre outros nomes, James McAvoy, Robin Wright, Kevin Kline, Evan Rachel Wood e Tom Wilkinson, foi adquirido para ser distribuído. Contudo, o filme só vai estrear nas salas na Primavera de 2011, o que não é nada mal pensado, tendo em consideração a pouca mossa que faria este ano.


Era um dos grandes candidatos do ano - e também uma das grandes incógnitas dados os problemas de distribuição que atravessava (Robin Wright deve mesmo estar aliviada, uma vez de "The Private Lives of Pippa Lee" também sofreu do mesmo problema e acabou por ser arrumado para canto na corrida do ano passado) e com a aquisição pela Roadside Attractions (que o planeia distribuir em parceria com a Lionsgate) uma campanha em condições pode começar para os dois protagonistas, que segundo o que li sobre o filme são as maiores chances de nomeações para prémios.


Posso pedir que em seguida resolvam DE VEZ o problema de distribuição de "Rabbit Hole", que tem tido críticas gloriosas? E de preferência para 2011, para Nicole Kidman, Aaron Eckhart e Dianne Wiest poderem fazer uma campanha em condições? Obrigado.