Dial P for Popcorn: SILVER LININGS PLAYBOOK (2012)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

SILVER LININGS PLAYBOOK (2012)


"I'm just the crazy slut, with a dead husband! Fuck you!"

David O. Russell é um realizador extremamente completo. É, graças ao seu trabalho nos últimos anos, um dos meus realizadores favoritos. A versatilidade dos seus projectos e a forma trabalhada e dedicada com que os apresenta, fazem dele um realizador habitualmente bem recebido (não só pelos espectadores, como também pela Academia). E Silver Linings Playbook é um projecto que, de tão improvável nas mãos de O. Russell, tinha tudo para ser bem conseguido. É uma história moderna (e isso é muito bom, num ano em que os melhores filmes nos falam de tempos idos e histórias passadas) e utiliza dois dos rostos mais simpáticos e unânimes de Hollywood: Bradley CooperJennifer Lawrence, secundados pelo lendário Robert De Niro, num dos mais descomprometidos papéis da sua carreira (que, curiosamente, lhe poderá valer mais um Oscar!)


Numa sociedade carregada de problemas, os psicotrópicos são os melhores amigos das almas mais frágeis. E porque quem cria os psicotrópicos não é parvo, este novo melhor amigo do homem tem, em alguns casos, a fantástica capacidade de juntar ao vício, a capacidade queimar os poucos fusíveis que ainda se encontram sãos. É o caso de Pat (Bradley Cooper), um trintão que descompensa por completo dos seus delírios paranóicos após encontrar a sua ex-mulher em flagrante traição com um colega de trabalho. Após meses internado, Pat recebe um voto de confiança dos seus médicos e regressa para a sua casa. Pleno de energias e decidido a reconquistar a sua ex-mulher, o caminho tortuoso para a dura realidade da rejeição coloca-o em rota de colisão com a depressiva Tiffany (Jennifer Lawrence), de costas voltadas para o mundo desde a dolorosa separação do seu ex-namorado.


Uma história suave, um filme leve, bem disposto e sempre positivo. A prova de que a felicidade está onde menos a esperamos encontrar e de que tudo na vida é uma simples questão de perspectivas  Uma dupla de sucesso que conseguiu rechear o filme de nomeações para as principais categorias dos Oscars (o primeiro a conseguir nomeações em todas as principais categorias! - Diz-se até que foi David O. Russell quem retirou a Ben Affleck a tão merecida nomeação por Argo), que é, tal como tudo aquilo que O. Russell faz, um sucesso. O futuro é tão risonho para o realizador Nova-iorquino.

Nota Final
B+ 
(8/10)


Trailer



Informação Adicional
Realização: David O. Russell
Argumento: Matthew Quick e David O. Russell
Ano: 2012
Duração: 122 minutos

10 comentários:

Tripas disse...

Gostei muito da primeira hora do filme, 2 personagens muito interessantes e prometia muito.. Mas fiquei desiludido com a parte final.

Acho que o filme precisava de mais meia hora para preparar o final, pareceu-me precipitado, previsivel e cheio de clichés.

Não digo que seja um mau filme, mas podia ter sido bem melhor.

Joana disse...

Desta vez discordo com a vossa crítica...
Este filme foi dos piores que vi em muito, muito tempo. Aliás, a certo ponto até me conseguiu irritar de tão cliché, previsível e "sem piada" que era. Grande parte do filme é passada aos berros a discutir non-sense que não acrescenta nada ao filme.
Achei dificílimo empatizar com qualquer uma das personagens principais, não havia nada por onde pegar.

Não percebo as nomeações deste filme, a não ser pela perspectiva de uma boa campanha de marketing. Saber vender bem um filme, é meio caminho andado para a academia.

Bom, eu tenho mesmo um ódio de estimação por este filme! ahah

Scrat27 disse...

Silver Linings Playbook, apesar de cair em alguns clichés do género na sua parte final, é uma comédia arrojada, inovadora, com diálogos muito bem estruturados e duas magníficas interpretações, sobretudo de Jennifer Lawrence. No fundo, todas as imagens de marca de David O. Russell estão presentes neste filme.

Anónimo disse...

Silver Linings Playbook, apesar de cair em alguns clichés do género na sua parte final, é uma comédia arrojada, inovadora, com diálogos muito bem estruturados e duas magníficas interpretações, sobretudo de Jennifer Lawrence. No fundo, todas as imagens de marca de David O. Russell estão presentes neste filme.

Edgar disse...

"com a depressiva Tiffany (Jennifer Lawrence), de costas voltadas para o mundo desde a dolorosa separação do seu ex-namorado." - O marido dela não tinha morrido?

Em relação ao filme, foi mediano. E já agora, sou o único aqui que hoje em dia não suporta o de Niro?

Joana disse...

Edgar,
Não é não suportar o De Niro, mas ultimamente ele só faz filmes da treta... Não percebo a nomeação dele (na verdade não percebo nenhuma nomeação deste filme).

Jorge Rodrigues disse...


Como sabes, João, partilho da opinião do pessoal que comentou acima de mim. É uma comédia aceitável e não entendo como há gente que acha que merece tantos hossanas.

Filme de domingo à tarde. Com qualidade extra, graças à realização de O. Russell, que sempre é melhor que um qualquer Roger Mitchell.

Abraço!

Jorge

Jorge Rodrigues disse...


Edgar e Joana -- A do Bradley Cooper percebo. É uma muito boa interpretação. O único personagem, pelo menos para mim, completo do filme. O resto são arquétipos e estereótipos e sombras do que eram suposto ser pessoas.

A nomeação da Jacki Weaver, para mim, é que é de bradar aos céus. E eu adoro a Jacki Weaver.

O DeNiro... Bem, tem-se criado uma campanha para o 3º Óscar este ano, comparando com a Meryl, do género "lenda viva do cinema que não é nomeado há 20 anos". Pois, ao contrário da Meryl, isso explica-se. Há quanto tempo o DeNiro não faz nada de relevante em termos de representação? -.-

Obrigado pelos comentários!

Jorge

Joana disse...

Concordo totalmente contigo, Jorge!
Depois de ver o filme é que reparei que a Jacki Weaver estava nomeada e o meu queixo caiu! Ela aparece o quê? 5 minutos? E são 5 minutos completamente banais!
São estas coisas que me fazem ter um ódio de estimação a este filme!
Isto tudo mostra como uma boa campanha de marketing pode fazer maravilhas por um filme medíocre...

Sam disse...

É apenas mais uma comédia romântica, elevada por uma máquina de promoção que até lhe tem granjeado prémios importantes.

Não consigo entender o que há aqui de original ou arrojado — MELHOR É IMPOSSÍVEL consegue ser mais satisfatório, e até partilha alguns pontos em comum.

Cumps cinéfilos.