Dial P for Popcorn: janeiro 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Óscares 2011 - Nomeações



Foram revelados hoje os nomeados para a cerimónia deste ano dos Óscares, a ter lugar no dia 26 de Fevereiro, apresentada por Billy Crystal. Como é hábito, a categoria de Melhor Música foi a confusão de sempre, Melhor Filme quase conseguia ter dez nomeados de novo (e continuo a achar que "The Girl with the Dragon Tattoo" deve ter ficado mesmo perto de ser o décimo), Melissa McCarthy acaba por conseguir um Emmy e uma nomeação para o Óscar à custa de "Bridesmaids", o melhor filme do ano - "A Separation" - consegue outra nomeação além de Melhor Filme Estrangeiro, Meryl Streep e Viola Davis afinal estão bem mais iguais do que parecia, com "The Help" a ficar mal nas nomeações (só 4, 3 para actrizes), Demían Bichir rouba o lugar a Michael Fassbender e a Leonardo DiCaprio, Melhor Direcção Artística fez asneira grossa este ano a excluir o melhor candidato ("Tinker, Taylor, Soldier, Spy") e a nomear sentimentalismo bacoco ("Midnight in Paris"), entre outras coisas. Comentário mais extensivo terá de ter ficar para amanhã ou quinta, para já deixo-vos com os nomeados e com uma lição que há muito já devíamos ter aprendido: não há hipótese, a Academia gosta mesmo de filmes que puxam ao sentimentalismo e ao coração. Todos os filmes nomeados para Melhor Filme são desse tipo. Algo positivo a sair disto tudo: Gary Oldman é, a partir de hoje, um nomeado para os Óscares.

Quanto às minhas previsões, um ano parco em surpresas mas que eu tentei espicaçar com algumas previsões loucas. Resultado: 67% (80 em 119) sem alternativas, 98 em 119 com alternativas (82%).

MELHOR FILME
"The Artist"
"The Descendants"
"Extremely Loud & Incredibly Close"
"The Help"
"Hugo"
"Midnight in Paris"
"Moneyball"
"The Tree of Life"
"War Horse"

MELHOR REALIZADOR
Michel Hazanavicius, "The Artist"
Alexander Payne, "The Descendants"
Martin Scorsese, "Hugo"
Woody Allen, "Midnight in Paris"
Terrence Malick, "The Tree of Life"

MELHOR ACTOR
Demián Bichir, "A Better Life"
George Clooney, "The Descendants"
Jean Dujardin, "The Artist"
Gary Oldman, "Tinker, Tailor, Soldier, Spy"
Brad Pitt, "Moneyball"

MELHOR ACTRIZ
Viola Davis, "The Help"
Glenn Close, "Albert Nobbs"
Rooney Mara, "The Girl with the Dragon Tattoo"
Meryl Streep, "The Iron Lady"
Michelle Williams, "My Week With Marilyn"

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Kenneth Branagh, "My Week With Marilyn"
Jonah Hill, "Moneyball"
Nick Nolte, "Warrior"
Christopher Plummer, "Beginners"
Max Von Sydow, "Extremely Loud & Incredibly Close"

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Bérénice Bejo, "The Artist"
Jessica Chastain, "The Help"
Melissa McCarthy, "Bridesmaids"
Janet McTeer, "Albert Nobbs"
Octavia Spencer, "The Help"

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
"The Descendants"
"Hugo"
"The Ides of March"
"Moneyball"
"Tinker, Tailor, Soldier, Spy"

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
"The Artist"
"Bridesmaids"
"Margin Call"
"Midnight in Paris"
"A Separation"

MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA
"The Artist"
"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2"
"Hugo"
"Midnight in Paris"
"War Horse"

MELHOR FOTOGRAFIA
"The Artist"
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"Hugo"
"The Tree of Life"
"War Horse"

MELHOR GUARDA-ROUPA
"Anonymous"
"The Artist"
"Hugo"
"Jane Eyre"
"W.E."

MELHOR EDIÇÃO
"The Artist"
"The Descendants"
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"Hugo"
"Moneyball"

MELHOR MAQUILHAGEM

"Albert Nobbs"
"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2"
"The Iron Lady"

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
"The Adventures of Tintin"
"The Artist"
"Hugo"
"Tinker, Tailor, Soldier, Spy"
"War Horse"

MELHOR MÚSICA ORIGINAL
"Man or Muppet" ("The Muppets")
"Real in Rio" ("Rio")

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
"Drive"
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"Hugo"
"Transformers: Dark of the Moon"
"War Horse"

MELHOR MISTURA DE SOM
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"Hugo"
"Moneyball"
"Transformers: Dark of the Moon"
"War Horse"

MELHORES EFEITOS VISUAIS
"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2"
"Hugo"
"Real Steel"
"Rise of the Planet of the Apes"
"Transformers: Dark of the Moon"

MELHOR FILME ANIMADO
"A Cat in Paris"
"Chico and Rita"
"Kung Fu Panda 2"
"Puss in Boots"
"Rango"

MELHOR DOCUMENTÁRIO
"Hell and Back Again"
"If a Tree Falls: The Story of the Earth Liberation Front"
"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Pina"
"Undefeated"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Bullhead"
"Monsieur Lazhar"
"A Separation"
"Footnote"
"In Darkness"

MELHOR CURTA-METRAGEM, DOCUMENTAL
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement"
"God is the Bigger Elvis"
"Incident in New Baghdad"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

MELHOR CURTA-METRAGEM, ANIMAÇÃO
"Dimanche/Sunday"
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
"La Luna"
"A Morning Stroll"
"Wild Life"

MELHOR CURTA-METRAGEM, LIVE ACTION
"Pentecost"
"Raju"
"The Shore"
"Time Freak"
"Tuba Atlantic"

Previsões Finais - Óscares



Volto a pedir desculpa pelo ruinoso acompanhamento da corrida aos Óscares deste ano, assunto que me traz sempre imenso interesse que este ano, infelizmente, tive pouco tempo para discutir convosco. Gostava de ter começado uma coluna semanal de discussão do tópico este ano, para ir abordando diversos temas relativos ao assunto. Não o consegui. Talvez para a corrida de 2012-2013. Como tudo, nesta altura, é tempo de analisar e reavaliar, porque a partir de amanhã, não há mais nada a fazer. As nomeações são anunciadas e, dentro de um mês, coroados os vencedores. E voltamos à estaca zero, a um novo ano cinematográfico, a uma nova temporada de corrida, novos festivais para aguardar ansiosamente, novos premiados e novas pérolas do cinema para cobiçar. Da nossa parte cá no DPFP, esperamos anunciar os nossos próprios prémios mais próximos dos Óscares. Ainda não decidi se farei nova edição dos Dial A For Awards que não me pareceu terem sido muito bem recebidos o ano passado, apesar do meu grande entusiasmo. Mas isso são assuntos para depois.

Tenho que começar por dizer que 2011 não foi um bom ano para filmes. A época de fartura de Dezembro trouxe mais fracassos que êxitos. As histórias de sucesso voltaram a fazer-se no Verão, com "Bridesmaids", "The Tree of Life", "The Help" e "Midnight in Paris" a alcançar a linha da meta em boa posição para fazer estragos na corrida. "The Artist" revelou-se um concorrente formidável, com Harvey Weinstein mais uma vez a orquestrar uma campanha de sucesso desde que o filme se decidiu revelar ao mundo em Cannes. Toronto trouxe-nos, como de costume, a 'dramédia' do ano na forma de "The Descendants" de Alexander Payne, que foi visto por muitos como o mais forte candidato... até o filme de Hazanavicius começar a coleccionar estatuetas. Os dois grandes mestres do cinema das últimas décadas prometiam muito, mas só um deles conseguiu cumprir: "Hugo" irá provavelmente trazer a Martin Scorcese mais uma nomeação para Melhor Realizador; já "The Adventures of Tintin" e "War Horse" não parecem ter poder para proporcionar o mesmo resultado para Steven Spielberg. E no fim de contas... veio Fincher e Daldry, "The Girl with the Dragon Tattoo" e "Extremely Loud and Incredibly Close". Se o primeiro surpreende pela falta de apoio da crítica e dos precursores, o segundo espanta pelo excesso de nomeações. São as duas grandes incógnitas da corrida. Vamos lá então às previsões. Tal como nos Globos de Ouro, preferi manter a mente aberta e apostar nalgumas surpresas. É óbvio que isto me vai penalizar na minha percentagem de acerto final mas enfim, são os Óscares, é suposto divertirmo-nos com isto.

MELHOR FILME
"The Artist"
"The Descendants"
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"The Help"
"Hugo"
"Midnight in Paris"
(alt: "Moneyball", "Tinker Taylor Soldier Spy", "War Horse", "The Tree of Life")

Pode ir de 5 a 10. Estou a prever 6, os cinco que têm dominado a corrida mais "The Girl With the Dragon Tattoo" que conseguiu nomeação nos DGA e PGA, o que me parece muito suspeito que, contudo, mais não seja pelo efeito residual de terem roubado um Óscar ao David Fincher, me ajuda a solidificar a minha previsão que esse filme possa ter uma palavra a dizer. As restantes quatro alternativas são, pela ordem em que as coloquei, as minhas previsões caso a Academia tenha optado por mais filmes do que aqueles que eu prevejo.

MELHOR REALIZADOR
Michel Hazanavicius, "The Artist"
Alexander Payne, "The Descendants"
Martin Scorsese, "Hugo"
Woody Allen, "Midnight in Paris"
David Fincher, "The Girl with the Dragon Tattoo"
(alt: Terrence Malick, "The Tree of Life")

Há anos que esta categoria não bate certo com os nomeados para Melhor Filme, atirando-nos com um nomeado completamente inesperado (ver: 2002, Fernando Meirelles). Este não parece ser um desses anos. A questão aqui é: será que os amantes de Woody Allen vão vir em apoio dele também nesta categoria sabendo que o prémio de Argumento Original já é dele? Será Malick ou Fincher a ocupar a vaga do quinto realizador? Ou Thomas Alfredson, já que muitos têm esquecido o poder do contingente britânico?

MELHOR ACTOR
George Clooney, "The Descendants"
Leonardo DiCaprio, "J. Edgar"
Jean Dujardin, "The Artist"
Gary Oldman, "Tinker, Tailor, Soldier, Spy"
Brad Pitt, "Moneyball"

(alt: Michael Fassbender, "Shame")

Mais uma vez, aposta sensata: Fassbender é nomeado. O meu problema aqui é: Gary Oldman de fora, mesmo com o contingente britânico a apoiar em massa um filme com boa crítica? Leonardo DiCaprio, que ganhou muito boas críticas num filme de outro modo odiado, interpretando J. Edgar Hoover num filme de Clint Eastwood, que não obstante o desencontro com a Academia em tempos recentes tem garantido quase sempre aos seus actores a nomeação (Angelina Jolie em 2008, Morgan Freeman em 2009?) E um aviso: cuidado com Michael Shannon.

MELHOR ACTRIZ
Glenn Close, "Albert Nobbs"
Viola Davis, "The Help"
Meryl Streep, "The Iron Lady"
Tilda Swinton, "We Need to Talk About Kevin"
Michelle Williams, "My Week With Marilyn"
(alt: Rooney Mara, "The Girl with the Dragon Tattoo")

Williams, Davis e Streep estão seguras. Rooney Mara e até Charlize Theron parecem destinadas a arrancar um lugar nesta lista. Contudo, a quem? A Swinton que foi nomeada para tudo (Globos, SAG, BFCA e BAFTA)? A Close que falhou os SAG e os BAFTA mas cuja história de 'projecto de 20 anos' agrada a muitos (e ajuda-a mais do que se pensa)? Parece-me sensato manter as cinco que têm predominado ao longo da corrida.
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Kenneth Branagh, "My Week With Marilyn"
Albert Brooks, "Drive"
Jonah Hill, "Moneyball"
Christopher Plummer, "Beginners"
Philip Seymour Hoffman, "The Ides of March"
(alt: Nick Nolte, "Warrior")

Tenho que deixar aqui uma nota: esta é a categoria em que acho que o maior abanão é mais provável. Para além de Branagh, Brooks e Plummer, qualquer conjugação é possível. O mais prudente é apostar em Jonah Hill porque conseguiu nomeações para os SAG, BFCA e BAFTA. Depois vem Nick Nolte, que conseguiu nomeação para os SAG mas essas nomeações foram anunciadas há 2 meses quando a corrida parecia estagnada nestes cinco. Os BAFTA este ano fizeram grandes apostas nesta categoria, trocando Brooks por Broadbent (é uma remota possibilidade, dado o amor que a Academia tem ao actor, embora eu pense que isto foi mais patriotismo britânico do que propriamente pela qualidade da interpretação) e Nolte por Seymour Hoffman, que é para mim o joker da categoria. Estou a prever que a Academia vá gostar de "The Ides of March" mais do que a maioria tem pensado e, se houver nomeação para alguém, entre os actores do elenco, é para ele, que até conseguiu nomeação em 2007 por "Charlie Wilson's War" quando poucos previam. Outra hipótese a considerar para uma nomeação deste tipo (filme não amado mas que arranca uma ou outra nomeação importante) é Max von Sydow ("Extremely Loud and Incredibly Close"). Mas se me perguntassem em quem apostava dinheiro, mais rápido vos dizia Nolte e Hill.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

Bérénice Bejo, "The Artist"
Jessica Chastain, "The Help"
Melissa McCarthy, "Bridesmaids"
Janet McTeer, "Albert Nobbs"
Octavia Spencer, "The Help"

(alt: Shailene Woodley, "The Descendants")

Preciso que me dêem uma razão pertinente para trocar Melissa McCarthy ou Janet McTeer por Shailene Woodley. Não consegui encontrar uma, logo mantive as cinco que a maioria tem previsto. Ainda assim, acho que vamos ter aqui alguém inesperado a aparecer.

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
"The Descendants"
"The Help"
"The Ides of March"

"Hugo"
"Moneyball"

(alt: "Tinker, Tailor, Soldier, Spy")

Sinto-me receoso em prever uma nomeação aqui para "The Ides of March" e para "The Help", não sabendo bem qual dos dois retirar para colocar "Tinker, Taylor, Soldier, Spy" que parece bem posicionado para arruinar o esquema. No entanto, há que ter em conta a possibilidade de Steven Zaillian conseguir duas nomeações este ano, com "Moneyball" e "The Girl with the Dragon Tattoo" também nomeados.

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
"The Artist"
"Bridesmaids"
"Midnight in Paris"
"A Separation"
"Young Adult"

(alt: "50/50")

Duas considerações a fazer: 1 - Se Michael Shannon aparecer nos nomeados a Melhor Actor, o filme será nomeado aqui também. 2 - Continuo a achar estranha a possibilidade de o ramo dos argumentistas da Academia nos premiar com uma nomeação para "A Separation" mas, se formos a ver, é sempre este o ramo que acaba por ser mais justo nas nomeações finais. Esta categoria tem muito potencial para amanhã surgir com muitas trocas, uma vez que na minha opinião só "Midnight in Paris" está assegurado. "The Artist", dado o seu estatuto de favorito à vitória em Melhor Filme, provavelmente surgirá aqui, apesar do filme não ser falado. E "Bridesmaids", dado todo o aparente amor pelo filme, parece ser outra boa opção. Depois ficamos com "Take Shelter", "Young Adult", "A Separation", "Win Win", "Beginners" e "50/50" para os restantes lugares. Eu arriscaria dizer que a omnipresença de Plummer durante toda a temporada de prémios pode ter ajudado "Beginners" a ser candidato. Thomas McCarthy também pode ser uma hipótese a ter em conta, ainda para mais se pensarmos que lhe negaram a nomeação por duas vezes já ("The Station Agent" e "The Visitor"). Will Reiser ("50/50") é outra incógnita a pensar, sendo o filme um relato pessoal de um evento da sua própria vida. E depois temos Diablo Cody. A meu ver, parece-me plausível que ela consiga a segunda nomeação. Entre Farhadi, Reiser, Mills, McCarthy e Nichols é que não sei escolher. Vou com a opção estrangeira porque o filme é mesmo muito bom, mas tenho mais confiança que seja Reiser a ser nomeado.

MELHOR FOTOGRAFIA
"The Artist"
"Hugo"
"Tinker, Tailor, Soldier, Spy"
"The Tree of Life"

"War Horse"
(alt: "The Girl with the Dragon Tattoo")

Com muita relutância minha, lá tive de admitir que é mais provável "The Girl with the Dragon Tattoo" ou "Tinker, Taylor, Soldier, Spy" não sejam nomeados que "War Horse". Espero estar enganado. Seria bom sinal. "War Horse" deu-me náuseas de ver. 


MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA
"The Artist"
"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2"
"The Help"
"Hugo"
"Tinker, Tailor, Soldier, Spy"

(alt. "War Horse")
Um pouco dividido entre "Jane Eyre", "The Help" e "War Horse" mas no fim de contas optei pelo filme mais popular. Não me arrependo, mas acho que "War Horse" é quem vai ser nomeado.

MELHORES EFEITOS VISUAIS
"Captain America: The First Avenger"
"Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2"
"Hugo"
"Rise of the Planet of the Apes"
"Transformers 3: Dark of the Moon"

(alt. "The Tree of Life")

Provavelmente ridículo apostar contra "The Tree of Life" aqui mas como em Efeitos Visuais as sequelas têm privilégio de passar à frente de obras originais e fantásticas, acredito que mais facilmente teremos o novo "Transformers" ou até o novo "Pirates of the Caribbean" nomeado do que o épico de Malick. Não que o mereçam, claro.

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
"Hanna"
"Rise of the Planet of the Apes"
"Super 8"
"Transformers: Dark of the Moon"
"War Horse"
(alt: "Drive")

MELHOR MISTURA DE SOM
"Hugo"
"Hanna"
"Rise of the Planet of the Apes"
"Super 8"
"Transformers: Dark of the Moon"
(alt: "War Horse")

MELHOR MAQUILHAGEM
"The Artist"
"Gainsbourg: A Heroic Life"
"The Iron Lady"
(alt: "Harry Potter and the Deathly Hallows, Part 2")

De "Albert Nobbs" a "Hugo", qualquer um é possível. O ramo da Maquilhagem da Academia é louco.

MELHOR GUARDA-ROUPA
"The Artist"
"The Help"
"Hugo"
"Jane Eyre"
"My Week with Marilyn"

(alt: "W.E.") 

Há muita gente que previu "Anonymous" nesta categoria, mas eu não consigo perceber porquê. Era preciso que alguém tivesse visto esse filme...

MELHOR EDIÇÃO
"The Artist"
"The Descendants"
"The Girl with the Dragon Tattoo"
"Hugo"
"War Horse"

(alt. "Moneyball")
Se bem que tão facilmente meti Michael Kahn ("War Horse") como o trocaria por Christopher Tellefsen ("Moneyball"). E ainda há a hipótese de "Drive" ou "Tinker, Taylor, Soldier, Spy" por cá aparecerem também. Apesar de tudo, penso que os três concorrentes a Melhor Filme estão safos, mesmo que a edição de "The Descendants" seja vergonhosa.

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"A Separation"
"Footnote"
"In Darkness"
"Monsieur Lazhar"
"Pina"
(alt: "Bullhead")
A outra alternativa a considerar é "Superclásico", a comédia familiar dinamarquesa. Ainda não estou convencido que "Pina" consiga dupla nomeação mas não vejo nenhum título prestigiante que lhe passe à frente.

MELHOR FILME ANIMADO
"The Adventures of Tintin"
"Cars 2"
"Chico & Rita"
"Puss in Boots"
"Rango"
(alt: "Arthur Christmas")

Optei à última hora por trocar "Cars 2" por "Arthur Christmas" por uma única, simples razão: não estou a imaginar a Pixar a falhar esta categoria, por muito mau que seja o filme (para quem ainda não o viu: é péssimo, faz a Pixar parecer uma amadora em relação aos estúdios da Fox que produzem sequelas infindáveis de "Ice Age"). Outro apontamento: é possível que outro filme estrangeiro que não "Chico & Rita" apareça nomeado, ainda para mais tendo em consideração as cenas bastante adultas, digamos, do filme de Trueba ("Waltz with Bashir" teve esse problema em 2008). Aposto em "A Cat in Paris" para surpreender.

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
"The Artist"
"Extremely Loud & Incredibly Close"
"Hugo"
"Tinker, Tailor, Soldier, Spy"
"War Horse"

(alt: "The Girl with the Dragon Tattoo")

Algo a ter em atenção: a possibilidade de John Williams ser duplamente nomeado ("The Adventures of Tintin"). Gostava de prever outras surpresas, como a inclusão de Dario Marianelli ("Jane Eyre"), Thomas Newman ("The Help") ou de Cliff Martinez ("Contagion"), mas tal não parece plausível.

MELHOR MÚSICA ORIGINAL
Se forem 3:
"Life's A Happy Song" ("The Muppets")
"Lay your Head Down" ("Albert Nobbs")
"The Living Proof" ("The Help")

Se forem 5:
"Pictures in My Head ("The Muppets")
"Star Spangled Man" ("Captain America: The First Avenger")

(alt: "Coeur Volant", "Hugo")
Outra hipótese a ter em conta: "Hello, Hello" ("Gnomeo and Juliet"), uma deprimente realidade.

MELHOR DOCUMENTÁRIO
"Bill Cunningham New York"
"Buck"

"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Project Nim"
"We Were Here"

(alt: "Hell and Back Again", "Pina", "If A Tree Falls")

Nunca sei bem o que fazer desta categoria: depois de um ano em que vi quase todos os documentários a concurso, vem um ano em que vi 10% da categoria. Enfim. A minha previsão aqui baseia-me mais em potencial e aclamação crítica que outra coisa. Permiti-me três alternativas porque são 15 os nomeados possíveis.

MELHOR CURTA, DOCUMENTAL
"The Barber of Birmingham"
"Pipe Dreams"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

"Witness"
(alt: Incident in New Baghdad")

MELHOR CURTA METRAGEM, ANIMAÇÃO
"Dimanche"
"The Fantastic Books of Mr. Morris Lessmore"
"La Luna"
"Magic Piano"
"Wild Life"
(alt: "Luminaris")

MELHOR CURTA, LIVE ACTION
"Love at First Sight"
"The Road Home"
"The Roar of the Sea"
"Sailcloth"
"The Shore"
(alt: "Raju")


As nomeações para os Óscares serão anunciadas por Jennifer Lawrence (nomeada ao Óscar por "Winter's Bone") e pelo presidente da Academia, Tom Sherak, às 13:35, hora portuguesa (8:35, hora local), via live stream da Academia (AQUI). Estaremos cá para discutir mais logo as nomeações e prever, já de avante, os vencedores. Uma notícia que poderá agradar a alguns fiéis fãs do blogue: vamos tentar trazer o grupo do "10 for the Oscars, Oscars for 10" para pelo menos uma discussão pré-cerimónia dos Óscares.


Agora vocês: alguma surpresa de que me esqueci e que vocês pensar poder aparecer amanhã?

sábado, 21 de janeiro de 2012

THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO (2011)




Antes de começar, quero deixar aqui bem claro que o filme de David Fincher não é nenhum re-make do filme de Niels Arden Oplev, sobre o qual vos falei aqui no ano passado. É sim, uma nova adaptação, independente, do grande sucesso literário Millenium 1 de Stieg Larsson e quem vê os dois filmes percebe que há claras diferenças entre ambos.


A começar pela banda-sonora de Trent Reznor. Provavelmente, a melhor deste ano. O clima com que carrega todo o filme, com que suporta toda a tensão que se vai criando e auto-alimentando, é soberba e tem, como ponto alto, a sequência inicial que deixei há dias aqui no blogue. Muitos dizem ser o melhor momento do filme. Eu não acho. The Girl with the Dragon Tattoo vale pelo seu todo. É uma história construída com consistência. É trabalhada com minúcia e elegância. E David Fincher, fruto da sua enorme experiência, fez um trabalho estupendo onde era proibido falhar: Lisbeth Salander (Rooney Mara) é, também neste filme, a pedra basilar. É a grande revelação que certamente dará que falar nos próximos anos.


A história, um thriller marcado pela imprevisibilidade e pelo mistério de um conjunto de assassinatos misteriosos há mais de quarenta anos, levam Mikael Blomkvist (Daniel Craig), um prestigiado jornalista sueco, a deslocar-se até à ilha onde a família Vanger se instalou, há mais de um século. Aos poucos, começa a descobrir a dimensão de um trabalho que começa com a descoberta de um simples desaparecimento. Com a ajuda da hacker Lisbeth Salander, Mikael acaba por se envolver numa história para a qual não estava preparado e que nunca esperou poder descobrir.


Se o leitor não viu a versão Sueca do filme, ver a versão de Fincher é uma óptima opção. Não fica atrás da qualidade do filme de Oplev, e percebe facilmente (depois de ver as duas versões), porque é que Fincher é um realizador com nome, prestígio e reconhecimento firmados. O seu dedo e a sua arte notam-se vivamente na sua versão. E das duas, esta é claramente a minha favorita.


Nota Final:
A-


Trailer:




Informação Adiconal:
Realização:
David Fincher

Argumento: Steven Zaillian e Stieg Larsson
Duração: 158 minutos
Ano: 2011

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vencedores dos Globos de Ouro 2012



Terminou há minutos a 69ª cerimónia dos Globos de Ouro, atribuídos pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, apresentada por um muito sedado - e assim mais engraçado - Ricky Gervais. "The Artist" foi o grande vencedor, com três estatuetas (Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Actor - Comédia/Musical para Jean Dujardin e Melhor Banda Sonora) e sai da cerimónia com estatuto de favorito aos Óscares intacto. "The Descendants" tem em George Clooney (vencedor do troféu de Melhor Actor - Drama) o seu grande trunfo para os Óscares, tendo recebido também o prémio de Melhor Filme - Drama mas perdendo Melhor Argumento e Melhor Realizador para os veteranos Woody Allen e Martin Scorcese, respectivamente. A Clooney juntam-se Christopher Plummer (Melhor Actor Secundário) e Octavia Spencer (Melhor Actriz Secundária), sendo certo que estes três deverão repetir nos Óscares. Entretanto, os Globos puxaram o travão a quem já está lançado no apoio à Viola Davis com vitórias para Meryl Streep (Melhor Actriz - Drama) e Michelle Williams (Melhor Actriz - Comédia/Musical) e ainda houve tempo para Madonna subir ao palco para aceitar o prémio de Melhor Canção Original. Finalmente, há que mencionar o mais justo vencedor da noite: o Melhor Filme Estrangeiro, "A Separation". Uma foto agora da estrela da noite:


Para os lados da televisão, as escolhas foram, ao contrário do que estamos habituados, simpáticas e justas. Se bem que Bryan Cranston devia receber todos os prémios possíveis e imaginários, o troféu de Melhor Actor - Drama não fica mal a Kelsey Grammer. "Homeland" foi o grande vencedor da noite nas categorias televisivas, contudo, com vitórias em Melhor Série - Drama e para Melhor Actriz - Drama: Claire Danes. "Modern Family" consegue finalmente ultrapassar a popularidade doentia de "Glee" e vencer Melhor Série - Comédia/Musical. Matt LeBlanc, negado de um prémio por todos os anos de "Friends", recebe agora o troféu de Melhor Actor - Comédia/Musical naquela que era a pior categoria do dia. Laura Dern ganhou o prémio de Melhor Actriz - Comédia/Musical, algo que me deixa muito contente - sendo fã louco da série - se bem que acho que ele ficava melhor em Amy Poehler. Apesar de "Mildred Pierce" ter mais uma vez perdido Melhor Mini-Série para "Downton Abbey", Kate Winslet (Melhor Actriz - Mini-Série) continua a arrogância insuportável nos discursos, enquanto Peter Dinklage (Melhor Actor Secundário) é sempre espectacular de ouvir e Idris Elba (Melhor Actor - Mini-Série) radiante de ver, dado que este prémio lhe chega quase uma década depois do que devia ("The Wire" já tem 10 anos!). E Jessica Lange, pois claro, deliciosamente maquiavélica em "American Horror Story", tinha mesmo que ganhar, ela que tem quase tantos Globos de Ouro como Meryl Streep. Quase. 

Aqui fica então a lista completa dos vencedores:


Prémio Carreira:
Morgan Freeman


Cinema

MELHOR FILME - DRAMA:
"The Descendants"

MELHOR FILME - COMÉDIA/MUSICAL:
"The Artist"

MELHOR ACTOR - DRAMA:
George Clooney, "The Descendants"

MELHOR ACTOR - COMÉDIA/MUSICAL:
Jean Dujardin, "The Artist"

MELHOR ACTRIZ - DRAMA:
Meryl Streep, "The Iron Lady"

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA/MUSICAL:
Michelle Williams, "My Week With Marilyn"

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO:
Christopher Plummer, "Beginners"

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA:
Octavia Spencer, "The Help"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO:
"A Separation"

MELHOR FILME ANIMADO:
"The Adventures of Tintin"

MELHOR REALIZADOR:
Martin Scorcese, "Hugo"

MELHOR ARGUMENTO:
Woody Allen, "Midnight in Paris"

MELHOR BANDA SONORA:
Ludovic Bource, "The Artist"

MELHOR MÚSICA ORIGINAL:
"Masterpiece" - "W.E."


Televisão

MELHOR SÉRIE - COMÉDIA:
"Modern Family"

MELHOR SÉRIE - DRAMA:
"Homeland"

MELHOR MINISÉRIE:
"Downton Abbey"

MELHOR ACTOR - COMÉDIA:
Matt LeBlanc, "Episodes"

MELHOR ACTOR - DRAMA:
Kelsey Grammer, "Boss"

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA:
Laura Dern, "Enlightened"

MELHOR ACTRIZ - DRAMA:
Claire Danes, "Homeland"

MELHOR ACTOR - MINISÉRIE:
Idris Elba, "Luther"

MELHOR ACTRIZ - MINISÉRIE:
Kate Winslet, "Mildred Pierce"

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO:
Peter Dinklage, "Game of Thrones"

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA:
Jessica Lange, "American Horror Story"



(Imagens via Twitter: Golden Globe Awards e Ricky Gervais)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Globos de Ouro - Previsões (com vencedores)



Mais logo temos mais uma cerimónia, a 69ª, dos Globos de Ouro, entregues pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), um dos mais importantes precursores dos Óscares, cujos nomeados são anunciados na próxima semana e cujos vencedores serão revelados dentro de um mês. A cerimónia é transmitida em Portugal pelo AXN e pelo Sony Entertainment, começando por volta da 1 hora da madrugada, apresentada por Ricky Gervais, que já prometeu ser mais contido que o ano passado.


Ao contrário do habitual, a nossa cobertura da corrida aos Óscares este ano foi miserável, um mea culpa que eu tenho que fazer, que acabei por trocar a escrita aqui no blogue pelo estudo para a universidade. Aparentemente, estudar para médico não dá grande tempo para nada. Enfim. Pudesse eu recuar a Junho e faria as coisas de forma diferente. Não podendo... We'll take what we can get

Este ano decidi ser atrevido nalgumas previsões e, até porque não sou de todo o melhor apostador para os Globos de Ouro, optei por divertir-me. Se quiser obter informação durante a cerimónia, podem seguir pelo Twitter do blogue AQUI onde vou actualizando os vencedores e na minha conta pessoal do Twitter onde vou fazendo comentários. Cá estão as minhas previsões para mais logo (a verde está o vencedor):

Cinema

MELHOR FILME - DRAMA:
"The Help"
(alternativa: "The Descendants")

MELHOR FILME - COMÉDIA/MUSICAL:
"The Artist"
(alternativa: "Bridesmaids")

MELHOR ACTOR - DRAMA:
George Clooney, "The Descendants"
(alternativa: Brad Pitt, "Moneyball")

MELHOR ACTOR - COMÉDIA/MUSICAL:
Jean Dujardin, "The Artist"
(alternativa: Ryan Gosling, "Crazy, Stupid, Love")

MELHOR ACTRIZ - DRAMA:
Meryl Streep, "The Iron Lady"
(alternativa: Viola Davis, "The Help")

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA/MUSICAL:
Michelle Williams, "My Week With Marilyn"
(alternativa: Kristen Wiig, "Bridesmaids")

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO:
Christopher Plummer, "Beginners"
(alternativa: Albert Brooks, "Drive")

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA:
Octavia Spencer, "The Help"
(alternativa: Berenice Bejo, "The Artist")

MELHOR FILME ESTRANGEIRO:
"A Separation"
(alternativa: "In The Land of Blood and Honey")

MELHOR FILME ANIMADO:
"Rango"
(alternativa: "The Adventures of Tintin")

MELHOR REALIZADOR:
Michel Hazanavicius, "The Artist"
(alternativa: Martin Scorcese, "Hugo")

MELHOR ARGUMENTO:
Steven Zaillian, Stan Chervin e Aaron Sorkin, "Moneyball"
(alternativa: Woody Allen, "Midnight in Paris")

MELHOR BANDA SONORA:
Ludovic Bource, "The Artist"
(alternativa: Howard Shore, "Hugo")

MELHOR MÚSICA ORIGINAL:
"The Living Proof" - "The Help"
(alternativa: "Masterpiece" - "W.E.")


Televisão

MELHOR SÉRIE - COMÉDIA:
"Modern Family"
(alternativa: "Enlightened")

MELHOR SÉRIE - DRAMA:
"Homeland"
(alternativa: "American Horror Story")

MELHOR MINISÉRIE:
"Downton Abbey"
(alternativa: "Mildred Pierce")

MELHOR ACTOR - COMÉDIA:
Matt LeBlanc, "Episodes"
(alternativa: Johnny Galecki, "The Big Bang Theory")

MELHOR ACTOR - DRAMA:
Kelsey Grammer, "Boss"
(alternativa: Bryan Cranston, "Breaking Bad")

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA:
 Zooey Deschanel, "New Girl"
(alternativa: Laura Dern, "Enlightened")

MELHOR ACTRIZ - DRAMA:
Claire Danes, "Homeland"
(alternativa: Madeleine Stowe, "Revenge")

MELHOR ACTOR - MINISÉRIE:
Idris Elba, "Luther"
(alternativa: Dominic West, "The Hour")

MELHOR ACTRIZ - MINISÉRIE:
Kate Winslet, "Mildred Pierce"
(alternativa: Diane Lane, "Cinema Vérité")

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO:
Guy Pearce, "Mildred Pierce"
(alternativa: Peter Dinklage, "Game of Thrones")

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA:
Jessica Lange, "American Horror Story"
(alternativa: Evan Rachel Wood, "Mildred Pierce")

Prémio Carreira:
Morgan Freeman


Acerto nas Previsões: 

18 | 25 sem alternativas (72%), 25 | 25 com alternativas (100%)

Personagens do Cinema - Guido Orefice



"You can lose all your points for any one of three things. One: If you cry. Two: If you ask to see your mother. Three: If you're hungry and ask for a snack! Forget it!"

E depois da ausência do mês passado, está de regresso a mais antiga crónica mensal do Dial P for Popcorn. E para vos falar de uma personagem singular (como todas aquelas que ganham o direito de figurar entre os mais carismáticos da história da sétima arte).

La vita è bella foi um filme que tive a felicidade de ver quando tinha apenas 8 anos. Na altura nada sabia sobre cinema, sobre personagens tocantes, sobre papéis marcantes, sobre argumentos poderosos ou história imortais. Agora continuo a saber pouco mais do que naquela altura, mas olho para trás, para Guido Orefice (Roberto Benigni) e recordo a alegria e a emoção com que o filme me tocou.


La vita è bella é aquele tipo de filmes que um realizador e um actor criam apenas uma vez na vida. Nunca mais Benigni fará algo igual. Ou melhor, até poderá fazê-lo, mas a força com que encarnou a personagem de Guido Orefice e a carga dramática com que carregou La vita è bella, serão impossíveis de apagar da memória daqueles que o reencontram no grande ecrã. O amor de um pai na busca da salvação e do bem estar do seu filho e da sua mulher e o poder demolidor que a guerra e os conflitos bélicos têm na alegria, hamornia e felicidade de uma família, comovem todos os que têm a oportunidade de ver La vita è bella. E a forma como olhamos para o que nos rodeia, para os que nos são mais próximos, acaba por mudar ao fim dos cento e dezasseis minutos do filme.

É por isso que Guido Orefice é uma das mais marcantes e inesquecíveis Personagens do Cinema.

sábado, 14 de janeiro de 2012

[ANTEVISÃO] THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO

Estreia já para a semana um dos filmes mais aguardados do ano. A expectativa cresce à volta da nova obra de David Fincher à medida que o dia da estreia se aproxima, e o Dial P for Popcorn decidiu deixar aqui um pequeno aperitivo para os fans que estiverem mais distraídos: A sequência com que se inicia o novo filme de Fincher, onde se pode ver o dedo de Trent Reznor naquela que já é considerada uma das grandes bandas-sonoras deste ano.

A estreia do filme em Portugal está marcada para o dia 19 de Janeiro.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

THE INBETWEENERS MOVIE (2011)


Hoje falo-vos, com tristeza, de uma das maiores desilusões do ano 2011. Criei algumas expectativas sobre aquilo que daqui poderia sair, muito por culpa da admiração que tenho pela enorme irreverência e originalidade que esta série trouxe à televisão britânica e sobre a qual já tive o prazer de vos falar aqui.


É sempre um risco fechar um ciclo com um filme. As histórias das séries são demoradas, os detalhes são trabalhados e há espaço para os toques de genialidade que marcam a diferença. Num filme também os há, mas é dificil transportar a ideia de uma série para um filme. É raro (e eu não me recordo, de momento, de nenhum exemplo de sucesso) sair um filme que responda às expectativas dos fans. Na despedida, da série, do verão e do ensino secundário, os quatro jovens que se tornaram emblemas da juventude britânica, decidem encerrar em grande um ciclo. Viajam até Malia, na Grécia, um local onde o álcool e as aventuras se conjugam em harmonia de forma a satisfazer as necessidades daqueles que a procuram.


Como era de calcular, muita coisa corre mal e muitos dos planos idílicos dos quatros jovens acabam por ser um autêntico desastre. E é precisamente com essa amargura que o espectador fica. Em especial, o fan. The Inbetweeners Movie foi um final infeliz para uma série que tinha tudo para continuar a surpreender e cativar velhos e novos fans. Ficou pelo caminho de uma forma inglória. Agora, é esperar que alguma mente brilhante da britcom se lembre de uma nova ideia, igualmente genial e irreverente, para entreter os saudosos fans da série que retratou a adolescência como ela realmente é.


Nota Final:
C


Trailer:





Informação Adicional:

Realização:
Ben Palmer
Argumento: Iain Morris, Damon Beesley
Ano: 2011
Duração: 97 minutos

domingo, 8 de janeiro de 2012

TINKER TAILOR SOLDIER SPY (2011)


"She told me she had a secret, the mother of all secrets..."

Comecei por ficar entusiasmado com a chegada deste filme às nossas salas de cinema. Depois, comecei a ler, aqui e ali, algumas críticas à monotonia e ao argumento e fiquei de pé atrás. Depois o Jorge Rodrigues deu-me a opinião dele, mais positiva e mais interessante, e retomei o meu entusiasmo. E finalmente tive oportunidade de o ver no cinema. E fiquei convencido. Tomas Alfredson é realmente um realizador estupendo. Comecemos pela fotografia, a edição e a banda-sonora do filme? Irrepreensível. Do melhor que vi este ano no cinema. Alfredson dá ao espectador uma perspectiva ímpar. O espectador faz parte de todo o ambiente de espionagem e mistério que constrói e alicerça o filme. E isso torna-o um filme especial, digno de registo, digno de ser recordado e digno de ser visto. Com todos os sentidos apurados e com a máxima das atenções.


Tudo começa com a viagem de Jim Prideaux até Budapeste, na busca da Toupeira que se encontrava nos serviços secretos britânicos a mando do governo russo. A sua morte, misteriosa, marca o início de todo o drama e despoleta uma sequência ininterrupta de cenas intrigantes e, muitas vezes contraditórias, numa busca incessante e incansável por parte de George Smiley (Gary Oldman), antiga coqueluche dos serviços secretos, que procura respostas para a sua forçada demissão e para o ambiente corrosivo e desleal que contamina o seu antigo local de trabalho.


Tinker Tailor Soldier Spy é um filme complexo, trabalho e meticuloso. Carregado de informação, de personagens e de momentos que se interligam e enovelam de uma forma densa e intrigante. Se o espectador gostar de ser testado, gostar de ser estimulado, gostar de um filme com um clímax fortíssimo no seu final, carregado de mistério e de especulação, este é o filme certo e o preço do bilhete vale todo o seu preço. Com um grande elenco, muito bem equipado e trabalho.

Nota Final:
A-


Trailer:




Informação Adicional:
Realização: Tomas Alfredson
Argumento: John le Carré, Bridget O'Connor e Peter Straughan.
Ano: 2011
Duração: 127 minutos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

BRITISH TV - MISFITS, MERLIN AND SHERLOCK.

Porque o British TV é uma crónica sobre aquilo que de melhor existe na televisão britânica, optei este mês por fazer um ponto de situação sobre as séries do momento em Inglaterra. Aquelas que tenho a felicidade de poder acompanhar.


Começo pelas séries que terminaram. Merlin, numa quarta temporada cheia de sucesso (para mim foi a melhor), confirma o seu estatuto de série em prime-time (é transmitida aos sábados à noite na BBC One) com mais de oito milhões de espectadores a assistir ao episódio que encerrou a quarta temporada. Se duvidas existiam, quanto à sua capacidade de ombrear com a elite das séries britânicas, a renovação para uma quinta temporada muito promissora e uma remodelação das personagens e dos seus estatutos, prova que existe uma evolução, um crescendo e uma maturidade que são inegáveis. Eu já gastei todos os meus elogios com Merlin e resta-me apenas aconselhar, mais uma vez, que o leitor lhe dê uma oportunidade e se delicie com esta adaptação de uma das mais lendárias histórias da nossa infância.


Também chegou ao final a muito aguardada terceira temporada de Misfits. Uma série que precisou de sarar as feridas provocadas pela saída da sua estrela mais brilhante, mas que não virou a cara a luta. A terceira temporada ficou marcada pela chegada de Joseph Gilgun, um actor com grande potencial, que aos poucos foi apagando o fantasma de Nathan Young. É natural e era expectável que a terceira temporada não fosse tão cativante quanto foram as duas primeiras temporadas. Mas eu gostei. Gostei porque vi em Misfits um enorme esforço em seguir em frente, não vi dramatização, não vi uma série presa ao passado. Vi sim uma série a seguir em frente, a procurar uma saída do buraco em que foi enfiada e, no culminar de mais uma temporada, é deixada escancarada a porta para uma próxima temporada que será, em comparação com a primeira, algo de completamente diferente e inovador.


Enquanto uns vão, outros voltam. Aquela que é, muito provavelmente, a série mais aguardada de 2012 na televisão britânica, Sherlock, regressou para uma segunda temporada exactamente nos mesmos moldes da sua série de estreia (três episódios de noventa minutos) com críticas muito positivas para o seu primeiro episódio. Se o leitor ainda não viu, obrigo-o a ver. Sherlock é, muito provavelmente, a maior lufada de ar fresco da televisão britânica nos últimos largos anos. E mete num bolso a pobre e infeliz versão de Guy Ritchie.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MISSION: IMPOSSIBLE - GHOST PROTOCOL



Ethan Hunt (Tom Cruise) regressou ao grande ecrã, cinco anos depois da desilusão com o terceiro filme da saga, para demonstrar que está vivo e de muito boa saúde. Começo por vos informar que Missão Impossível é um filme, no meu entender, muito direccionado para o público-alvo, para o adepto do género, do conceito e da personagem. Não recomendaria este filme a uma pessoa que não tenha gostado de nenhum dos filmes anteriores porque, se há coisa que sabe bem em Ghost Protocol, é repararmos que, ao fim de tantos anos, Ethan Hunt e a sua equipa regressam às origens e satisfazem a nossa nostalgia pela acção impossível, pelas cenas impossíveis e pela história impossível.


Tudo no filme é irreal e até o mais acérrimo dos fans consegue aceitar e perceber isso. Mas, se nos deslocamos à sala para ver uma Missão Impossível, sabemos para o que vamos e sabemos aquilo que esperamos. E é partindo desta ideia basilar, que fomenta o filme e as personagens, que nascem algumas incongruências e algumas debilidades que fragilizam o filme e que levam um apreciador de cinema a ficar de pé atrás, relutante em aceitá-lo como um filme bem conseguido. Se partir do princípio que Ghost Protocol é um filme do vale tudo, então aceito que a cabeçada monumental que Ethan Hunt dá contra a estrutura do edifício Burj Khalifa (numa das cenas mais intensas e bem conseguidas de todo o filme) não lhe cause um único arranhão. Se quiser analisá-lo de um ponto de vista racional, lógico e puramente cinematográfico (algo que penso ser desadequado), então temos aqui um filme bem conseguido que acaba, as espaços, por ser manchado por alguns erros clamorosos no que toca a segurança e razoabilidade das situações.


Quanto à história, se o leitor tiver visto algum dos filmes anteriores facilmente percebe que, sendo Ghost Protocol (e nisso, honra lhe seja feita) um filme que satisfaz por completo os fans do conceito inicial e regressa às origens do grande sucesso dos primeiros dois filmes, Tom Cruise e a sua equipa (Simon Pegg, William Brandt e Jane Carter) participam num filme carregado de cenas de acção, que se baseia nas sempre intrigantes teorias da conspiração, que motivam não só os personagens, como o espectador, a viver com intensidade as cenas que se desenrolam até ao clímax de toda a novela.

Nota Final:
C+


Trailer:





Informação Adicional:
Realização: Brad Bird.
Argumento: Josh Appelbaum e André Nemec.
Ano: 2011.
Duração: 133 minutos.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Temporada 2011/2012 - Janeiro



De regresso ao Blogue depois de uma longa ausência por motivos técnicos, peguei naquela que é uma das minhas crónicas favoritas. A Temporada avança depressa e estamos cada vez mais perto do seu final (em Abril, quando já todos os grandes candidatos Oscars (e outros que ficam de fora não por demérito próprio mas por culpa de quem elabora a lista dos felizes contemplados à publicidade mundial das estatuetas douradas) tiverem estreado por Portugal e regressarmos à pasmaceira que é o Cinema em Portugal entre Abril e Outubro.






Começamos pela próxima quinta-feira, dia 5 de Janeiro, que será marcada por duas estreias interessantes e um super-valorizado blockbuster. Destaco Martha Marcy May Marlene, um filme que conta com uma surpreendente Elizabeth Olsen no papel de Martha, uma rapariga que regressa à sua família depois de dois anos de ausência para um retiro hippie e que desenvolve um mundo paralelo, que a atormenta e a persegue, transformando o filme num thriller neurótico e asfixiante. Conta ainda com o meu actor favorito na actualidade, John Hawkes, um indivíduo que nunca sabe estar mal e que carrega com uma estonteante emoção e intensidade cada papel que faz. Se o trailer não convencer o leitor, sugiro então My Week with Marilyn (com Michelle Williams no papel da diva dos anos 50) ou então, se o objectivo for aliviar o stress e limpar a cabeça da pressão do regresso ao trabalho depois das festividades natalícias, o segundo filme de Sherlock Holmes A Game of Shadows, cujo trailer me desiludiu e me desmotivou por completo.






Na semana de 12 de Janeiro, temos uma das grandes estreias para a corrida aos Oscars deste ano, Moneyball, com Brad Pitt a fazer um dos melhores papeis (americanos) do ano como treinador de uma equipa de Baseball. É, sem margem para dúvidas, a grande estreia desta semana. Mas há mais, caso o trailer e o actor não impressionem ou cativem o leitor. A semana será marcada, também, pela estreia de Tomboy de Céline Sciamma, um dos grandes sucessos do cinema francês em 2011, e ainda Impardonnables, outro filme francês, menos badalado que o anterior, mas para o qual tenho imensas expectativas.






No dia 19 de Janeiro, mais estreias que poderão convencer o leitor. Destaco como filme da semana The Girl with the Dragon Tattoo, baseado no sucesso mundial de Stieg Larsson. Explico porquê. Embora esta saga já tenha sido adaptada ao cinema numa versão sueca pelos realizadores Niels Arden Oplev e Daniel Alfredson, chega a vez de David Fincher, numa versão completamente independente e distinta da sueca, arriscar a sua sorte e tentar supreender os acérrimos fans da história de Lisbeth Salander. Mas há mais para ver. Aquela que é a minha aposta pessoal para o Oscar de Melhor Actor Principal (basta verem o trailer e percebem como foi feita mesmo à medida da estatueta e da academia), George Clooney, chega às salas de cinema a 19 de Janeiro com o filme The Descendants, onde interpretará o papel de um pai viúvo que tenta reconciliar-se com as suas duas filhas. O trailer a mim não me cativou e achei, desde logo, uma história morna e pouco interessante. Mas é apenas uma questão de gosto de pessoal e não nego a possibilidade de ser um filme capaz e com qualidade. Na terceira semana de Janeiro, estreará também nos cinemas um filme que, pese embora eu considerar que está um pouco sobrevalorizado, poderá chamar a atenção dos fans de filmes de acção. Warrior, um filme que junta Tom Hardy e Joel Edgerton no mesmo ringue de luta livre, num drama intenso e carregado de acção e momentos de luta, bem ao jeito dos apreciadores do género.






Por fim, a 26 de Janeiro, estreia marcada para J. Edgar, o novo filme de Clint Eastwood, que conta com Leonardo DiCaprio no papel principal de um filme que tem recebido uma forte crítica (negativa) a nível internacional, mas para o qual me preparo com grande ansiedade e com fortes expectativas. Desde sempre me habituei às críticas fáceis ao trabalho de Eastwood e prefiro uma análise pessoal à análise de críticos de revistas internacionais.