Dial P for Popcorn

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

OSCARS* (mas só para alguns)




Ainda havia quem acreditasse que chegava ter um grande argumento interpretado por grandes actores dirigidos por um grande realizador. Não.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

[Couch]: Broadchurch

Regresso, após um interregno demasiado longo, forçado pelo trabalho e pela falta de tempo, a um local onde encontrei o enorme prazer de escrever sobre o que me entusiasma tanto dentro como fora do grande ecrã.

Afastei-me dos cinemas. Acima de tudo afastei-me das estreias, do barulho irritante das palhinhas a sugar o que resta nos gigantescos potes de açúcar liquido que vão alimentando e sustentando os cinemas comerciais. O preço do bilhete de cinema é abusivo, indigno e ridículo. E ouvindo há uns meses atrás o João Botelho, numa das entrevistas promocionais ao seu mais recente filme, Os Maias, quando este se queixava da degradação da sala de cinema (como espaço onde se produz e difunde arte), disse qualquer coisa como "hoje em dia, os grandes escritores americanos perceberam que os adultos que gostam de cinema, abandonaram as salas. Não se identificam com aquilo que se produz e o modo como o produto é exibido. E então começaram a produzir para televisão,  a produzir séries que são cinema puro". E a verdade, a dura e triste realidade, não andará longe disto. Hoje em dia todos os grandes actores de Hollywood procuram o seu espaço na televisão. A sua série. O seu Don Draper, o seu Tony Soprano, o seu Lorne Malvo, a sua Carrie Mathison. Procuram deixar a sua marca também no pequeno ecrã. E a qualidade sobe a cada ano, a oferta televisiva é cada vez maior e melhor.

Por isso inicio aqui, hoje, um conjunto de breves crónicas rotuladas de [COUCH], onde vos apresento algumas das séries que descobri ao longo do último ano e meio. E que me convenceram, me prenderam ao televisor e me deliciaram. Séries que fariam mais pela educação do nosso povo do que a televisão portuguesa fez nos últimos 30 anos. Séries que não merecem passar ao vosso lado.



Começo por vos apresentar Broadchurch, um drama duro, magnetizante e sufocante. Uma série que viu começar há poucos dias a sua segunda temporada, e que surpreendeu a televisão britânica com uma primeira temporada humilde e despretensiosa, dividida em oito episódios, passados na cidade costeira de Dorset, o local onde dois detectives, Alec Hardy (David Tennant, ex-Doctor Who) e Ellie Miller (Olivia Colman) vão procurar o homicida de Danny Latimer, uma criança de 11 anos que aparece morta na praia da pequena vila inglesa. Acontecimentos sucedem-se e a narrativa, construída de modo inteligente, vai-nos descascando lentamente novos factos, misturando teorias e ludibriando as personagens e os espectadores. Com uma maravilhosa banda-sonora da autoria de Olafur Arnalds, um piano com uma batida eletrizante vai alimentando a série, vai-lhe dando alma e prepara-nos a cada episódio para o derradeiro final.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Quatro anos*


Bem, este último quase não conta, de tanto interregno mas... cá está, este singelo espaço perfaz hoje quatro anos de existência. Bem me apetecia celebrar. Fica para Novembro.


Let's keep'em coming!

domingo, 2 de março de 2014

Um breve regresso com os meus favoritos de 2013


Não podia ficar sem vir cá no dia mais importante do ano para o cinema, não é? Eu nem cheguei a avisar da minha pausa, por isso fica aqui oficializado: até a inenarrável Prova Nacional de Seriação ter sido realizada (que deverá ocorrer por volta da quarta semana de Novembro), o Dial P For Popcorn está em hiato. Depois disso, a festa retoma cá no estaminé - de preferência, já com o João e o Gustavo de volta. Espero que não se zanguem com a nossa ausência - e que voltem quando nós regressarmos.

Dito isto: logo à noite são os Óscares! E depois de um ano descolorido e desprovido de magia na categoria principal, eis que voltamos a ter duelo de titãs à 2010, só que desta vez os protagonistas são o irrepreensivelmente emocional "12 Years a Slave" e o visualmente impressionante "Gravity" (com o entretido "American Hustle" a correr por fora). Qualquer um que ganhe, será um excelente filme, o que reflecte claramente, para mim, o óptimo ano cinematográfico que tivemos. E é nesta onda que eu decidi voltar ao blogue: agora que encerrei as minhas visualizações de 2013 (ainda me faltam alguns títulos mas vão contar como 2014 para futura referência) com "Nebraska" e "Museum Hours", pensei em deixar cá em dia de Óscares os meus dez filmes favoritos de 2013. E eles são...

Finalistas:
Se a lista se estendesse a vinte, incluiria...
"12 Years A Slave" | "All is Lost" | "American Hustle" | "Before Midnight" | "Child's Pose"

"Gloria" | "La Grande Belezza" | "Jagten" | "Stories  We Tell" | "Wadjda"


O meu top-10 de 2013:

10. O SOM AO REDOR / Mendonça Filho, 2012





9. POST TENEBRAS LUX / Reygadas, 2013


8. FRANCES HA / Baumbach, 2013


7. THE ACT OF KILLING / Oppenheimer, 2013


6. THE SELFISH GIANT / Barnard, 2012


5. GRAVITY / Cuarón, 2013


4. PRINCE AVALANCHE / Gordon Green, 2012


3. HER / Jonze, 2013


2. INSIDE LLEWYN DAVIS / Coen, 2013


1. SHORT TERM 12 / Cretton, 2013 


Tal como com "Beginners" em 2011 e "Moonrise Kingdom" em 2012, muitas vezes eu apaixono-me facilmente, sem grande explicação. Voltou a acontecer este ano. Um filme destes, que remexe com o coraçãozinho e o deixa apertadinho, vale tudo. Tudo. Não há nota ou lista suficiente para expressar o meu amor por este pequeno grande filme.



domingo, 2 de fevereiro de 2014

100

 
 
 
"Chaplin was not just 'big', he was gigantic. In 1915, he burst onto a war-torn world bringing it the gift of comedy, laughter and relief while it was tearing itself apart through World War I. Over the next 25 years, through the Great Depression and the rise of Hitler, he stayed on the job. He was bigger than anybody. It is doubtful any individual has ever given more entertainment pleasure and relief to so many human beings when they needed it the most."

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Feral



O luso-caboverdiano Daniel Sousa está pré-seleccionado para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, com a sua curta "Feral". Como qualquer português bem sucedido na área cinematográfica, está a trabalhar nos Estados Unidos, onde fundou com amigos uma produtora. Seria um passo gigante para um português (ou lusodescendente, vá) conseguir uma nomeação nas categorias de curta-metragem, onde surgem muitas vezes artistas emergentes que depois continuam para maiores vôos. Aguardemos, portanto, que após constar destas dez finalistas, "Feral" se venha a tornar uma das cinco nomeadas.

Parece que foi ontem, mas já passaram dez anos



Gostava de dizer que não, que sou um crítico sério mas tem um enorme blind spot para esta comédia romântica de Richard Curtis, que depois "produziu" aquela terrível espécie de sequela à Hollywood chamada "Valentine's Day" de Garry Marshall (e pior, a sequela disso, "New Year's Eve") que nem consegue limpar os pés do original - que conta com um fantástico elenco (Hugh Grant no auge, Emma Thompson, Bill Nighy e Liam Neeson de volta, Laura Linney, Colin Firth e Alan Rickman sólidos e Keira Knightley, Andrew Lincoln e Chiwetel Ejiofor em ascensão e entre eles a portuguesa Lúcia Moniz e o brasileiro Rodrigo Santoro) e com o selo britânico a credibilizar o que de outro modo é uma narrativa bastante errática, desorganizada e mal desenvolvida. 

Claro que as repetidas sessões televisivas, todos os santos natais, dificultam uma apreciação positiva à película, mas o seu charme, mesmo dez anos depois, permanece intacto. De Colin Firth a arranhar português a Laura Linney a abandonar Rodrigo Santoro na sua cama para socorrer o irmão, de Andrew Lincoln a dizer à Keira Knightley que ela é perfeita a Emma Thompson a esconder a descoberta da traição do marido, com o miúdo a correr pelo meio do aeroporto, "Love  Actually" tem um polvilhado de momentos encantadores que compensam a falta de coesão do resto do filme. É impossível que não haja uma cena do filme que não vos comova. Ou ainda há por aí quem estoicamente não se impressione?

Que memórias guardam do filme?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cuidado com esta combinação



James Gray, Joaquin Phoenix e Marion Cotillard juntos num filme? I'm there. Este "The Immigrant" promete - espero ver se consigo apanhá-lo no Lisbon & Estoril Film Festival 2013. De resto - olhem-me para esta face (mas que face!):