Dial P for Popcorn: Sons da Minha Vida (II)

sábado, 1 de setembro de 2012

Sons da Minha Vida (II)


Nesta rubrica, tentamos enfatizar a importância de uma boa banda sonora na composição final de um filme. Para isso, deixamo-nos de muita conversa e damos espaço à música para mostrar o nosso ponto de vista.


O compositor em destaque nesta segunda edição da rubrica é o americano Philip Glass, estudante prodígio da Juliard, que viveu em Paris muitos anos e estudou sob a tutela de Nadia Boulanger, uma grande compositora e artista francesa que ensinou muitos dos grandes compositores da segunda metade do último século. Passou as décadas de 60 e 70 a aprimorar o seu estilo musical enquanto de dia era condutor de táxi para cobrir o seu económico estilo de vida e só em 1982 entrou no mundo da composição cinematográfica, compondo os emblemáticos trechos musicais (pelos quais ainda hoje ele é aplaudido) para o documentário Koyannisqatsi de Godfrey Reggio, com quem haveria de colaborar mais vezes. O também documentarista Errol Morris entrou na sua vida em 1988, quando para ele compôs em The Thin Blue Line

A partir daí as suas colaborações cinematográficas passaram a ser bastante frequentes e começa a compor bandas sonoras também para longas-metragens. Foi nomeado para três Óscares, por The Hours, Kundun e Notes on a Scandal, mas a sua banda sonora mais reconhecida - para The Truman Show - passou despercebida pela Academia (ganhou por ela, contudo, um Globo de Ouro). Como nem só de cinema vive o homem, Glass é ainda hoje um dos mais influentes compositores do mundo, compondo um pouco de tudo, desde óperas a sinfonias, concertos e solos. 


Criador de músicas envolventes, evocativas, românticas e distintivas, Glass eleva as suas composições com pequenos toques minimalistas, levando quem o ouve para lugares distantes, por explorar. Todas as suas composições dão uma vida especial aos seus filmes, trazendo emoções inesperadas ao espectador só pela simples força da melodia que escreveu.

Deixo-vos com cinco exemplos da magnífica obra de Philip Glass - penso que notarão em todas as peças ligeiras semelhanças musicais e acima de tudo notarão sons similares a outras bandas sonoras e outros compositores que Glass inspirou com a sua música, de Yann Tiersen a Thomas Newman:

"67 Cities" - "The Fog of War"



"The Hours" - "The Hours"


"Underground Storm" - "The Truman Show"


"Escape to India" - "Kundun"


"Prophecies" - "Koyanniqatsi"


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