Fui ao cinema depois de uma prolongada ausência. Mais voltado para os livros e com uma penosa seca cinematográfica até Outubro, confesso-me com pouca paciência para a 7.ª Arte. No entanto, com saudades da cadeira, da sala, do grande ecrã, obriguei-me a escolher um filme e arrastei-me até ao centro comercial sem grandes expectativas. Depois de Magic Mike, fiquei na dúvida se Steven Soderbergh ainda teria algo de refrescante para oferecer, algo que me recordasse estar a ver o novo filme do realizador do espectacular Traffic. O elenco atraiu-me. Bem, (e que a minha Rita me perdoe) Rooney Mara atraiu-me. Está ainda longe de tudo daquilo que nos vai mostrar (Millenium 1 foi obviamente brutal, mas acredito que conseguirá ainda melhor) e em Side Effects volta a demonstrar uma qualidade e uma consistência invulgares para a sua idade e para a sua experiência.
O argumento do filme é um belo pedaço de história. E uma ideia criativa, rebuscada e bem trabalhada. Começamos com um bem-vestido Jude Law, no papel o sofisticado e bem sucedido psiquiatra Jonathan Banks, que numa atarefada noite de trabalho, recebe na urgência do Hospital uma jovem com um traumatismo provocado por um insólito acidente. Emily Taylor (Rooney Mara) acabara de tentar suicidar-se ao embater propositadamente com o seu carro contra a parede de um estacionamento subterrâneo. Intrigado com a situação e interessado em rechear a sua carteira de clientes, Dr. Banks convida-a a visitar o seu consultório uns dias mais tarde.
Conhece então a sua história. Emily, já com um historial psiquiátrico de relevo (visitara, com frequência, a psiquiatra Victoria Siebert (Catherine Zeta-Jones) alguns anos antes), é uma jovem que vive um momento conturbado na sua vida. O seu marido tinha sido recentemente libertado de 4 anos de prisão e, a necessidade de se adaptar e de se reajustar à sua nova realidade depois de vários anos de saudade, solidão e dor, pareciam demasiado fortes, demasiado pesados para a sua bagagem. Aconselhado por Dr. Siebert, Dr. Banks prescreve a Emily um novo anti-depressivo, altamente publicitado e com francos e públicos sucessos. No entanto, tudo se altera quando Emily começa a manifestar alguns inesperados efeitos secundários que, num ápice, transformam a paradisíaca rotina de Jonathan Banks, num desesperante beco sem saída. Efervescente, surpreendente e muito bem construído, Side Effects é toda uma surpresa. Do princípio ao fim. Aconselho-o ao leitor.
Nota Final:
B
(7/10)
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Steven Soderbergh
Argumento: Scott Z. Burns
Ano: 2013
Duração: 106 minutos
1 comentário:
Olha já eu, não consigo apoiar o filme. Cheio de enredos mal contados e twists que se topavam à légua...
Opá é um thriller competente mas um bastante previsível...
O Jude Law, ao menos, come o cenário. Bem queria que lhe dessem mais papéis desses.
A Rooney, pela primeira vez, impressiona-me.
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