Dial P for Popcorn: Game on, Leonardo

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Game on, Leonardo


Pois é, Leonardo, tu bem sabes que eu não tenho ido muito com a tua cara. Andas desde "The Aviator" basicamente a reciclar o mesmo estilo de personagem, a mesma nuance dramática, os mesmos problemas existenciais. Dirão os seus acérrimos (e são mesmo, nunca vi nada que se equivalesse e eu sou um defensor maluco da Meryl Streep, porra!) defensores que é o melhor actor da sua geração e um dos melhores de sempre já. Discordo. Vi pouco ainda em termos de variedade e versatilidade para te compararmos - e só falando dos mais recentes astros - a DeNiro, Nicholson, Day-Lewis e outros que tais. 

Se me encantaste em "Who's Eating Gilbert Grape" e "The Basketball Diaries" foi porque a tua representação tem uma leveza e ingenuidade que não encontra par no imenso calculismo das tuas últimas interpretações. Foi preciso chegar Tarantino para te soltar um pouco. E o Baz (vá, com o Baz surpreendeste-me mesmo a sério). E pareces ter gostado, tendo em conta o trailer em estreia da tua nova colaboração com o Marty, "The Wolf of Wall Street", sobre a qual já afirmaste ser a tua melhor interpretação de sempre (ou a mais completa; alguma coisa parecida a isso).


Cá estaremos para julgar. Para já o trailer surpreendeu-me - não sabia que o Marty agora fazia comédias. Pelo menos tu pareces estar-te a divertir - e o Matthew McConaughey continua a ressurreição mais impressionante de uma carreira em Hollywood que eu vi em tempos recentes. Está um monstro - e quem não concordar, que veja "Killer Joe", "The Paperboy", "Magic Mike" e "Bernie" (e "Mud", a estrear) e depois venha falar comigo.


Deixemos as conversas sobre Óscares para mais tarde - embora admita que gostava de ver ambos com uma linda estatueta dourada, uma que premiasse a consistência e ascensão estratosférica do primeiro ao topo de Hollywood (admito que merece, mesmo eu não sendo o maior fã) e a recuperação fantástica do segundo.

2 comentários:

Jorge Teixeira disse...

Sou, confesso, um admirador do trabalho do actor (DiCaprio), tendo em conta as já muito numerosas grandes interpretações que teve. Ultimamente têm sido talvez um pouco repetitivas, na sua carga dramática, no seu extremismo, mas sempre com uma intensidade que é de bradar aos céus.

Vamos a ver como corre com este novo de Scorsese...

Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo

Jorge Rodrigues disse...


Jorge:

Agradeço antes de mais o comentário ;)

Tenho mais respeito pelo body-of-work do actor do que propriamente pela excelência das interpretações. Não aprecio sobretudo que o coloquem num pedestal onde não acho que pertence, quando falam dos mil Óscares que lhe roubaram.

Fazendo um paralelismo com a mais equivalente actriz, Kate Winslet, veja-se a variedade das suas escolhas e performances comparadas com as de Leonardo.

Não vejo Leonardo arrancar um 'Eternal Sunshine', não vejo um 'Holy Smoke!', não vejo um 'Little Children'. Curiosamente a Kate foi acusada nos últimos anos de andar à caça do Óscar. DiCaprio tem passado ao lado dessa conversa, apesar de andar claramente a fazer o mesmo (o salto para Tarantino não foi inocente).

Espero para bem do actor que se motive mais a sair da zona do conforto - quando assim é (Django) todos ganhamos.

A ver vamos se Scorsese volta à forma antiga, que os últimos êxitos (Hugo, The Departed) foram muito softs.

Abraço!