Tentarei que até ao final de Março os meus prémios de televisão deste ano estejam anunciados e entregues. No primeiro artigo dedicado a estes prémios, falei dos meus escolhidos para Melhor Nova Série. Hoje, trago-vos outras duas categorias: MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - COMÉDIA e MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - COMÉDIA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.
Os meus nomeados são:
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - COMÉDIA
Ty Burrell / MODERN FAMILY #3
Garrett Dillahunt / RAISING HOPE
Peter Facinelli / NURSE JACKIE #2
John Benjamin Hickey / THE BIG C
Nick Offerman / PARKS & RECREATION #1
Danny Pudi / COMMUNITY
Mesmo que tivesse dado estes prémios há ano e meio atrás, os nomeados não teriam mudado. Por exemplo, ainda hoje me lembro vividamente o quanto Peter Facinelli me fez rir na terceira temporada de "Nurse Jackie", que apesar de ter sido de longe a pior temporada que a série da Showtime, teve na Zoey e no Dr. Cooper dois pontos fortíssimos. E John Benjamin Hickey só cresceu na minha admiração com a segunda temporada de "The Big C": mais carisma, mais nuance, mais personalidade e mais profundidade. Ron Swanson (Nick Offerman) é Ron Swanson e não precisa de ser dito mais nada; é a melhor personagem de comédia que a TV norte-americana nos ofereceu nos últimos cinco anos. Danny Pudi podia optar por deixar o seu Abed ser um estereótipo e um bastante bizarro como tal. O processo de humanização que a personagem sofreu esta temporada tem tanto da escrita como do actor e só um actor de elevadíssimo calibre conseguia pegar em Abed e cometer o maior feito que um actor - que interpreta um homem bem acima dos vinte anos que é viciado em banda-desenhada, que filma documentários sobre si mesmo, que é seguidor ávido de "Cougar Town" e "Inspector Spacetime", que acha que as pessoas são 'blorgons', que se comporta, com o seu melhor amigo, como se fosse uma criança pequena e que racionaliza a mais pura das emoções - poderia fazer: ser normal. E fazê-lo parecer tão fácil. Finalmente, Garrett Dillahunt. "Raising Hope" é uma série com tanta piada como inteligência, com tanto humor como coração. O Burt de Dillahunt é assim mesmo: um tonto meio parvo, mas genuíno, honesto e com muita, muita piada. Não dá para resistir ao homem.
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - COMÉDIA
Mayim Blahik / THE BIG BANG THEORY #2
Julie Bowen / MODERN FAMILY
Rebecca Creskoff / HUNG
Judy Greer / ARCHER #3
Christa Miller / COUGAR TOWN #1
Merritt Wever / NURSE JACKIE
Começamos pela nomeada mais "polémica": Judy Greer. Alguns puristas vão-me dizer logo que interpretações são interpretações, usar a voz para criar uma personagem não é uma interpretação. Desculpem-me mas o que Ellen DeGeneres fez em "Finding Nemo" ou Eddie Murphy em "Shrek" é melhor do que muitos actores de comédia a sério fazem na vida real. Assim sendo, para mim, conta tudo. E Judy Greer - aliás, todo o elenco de "Archer" mas Judy Greer e H. Jon Benjamin (falaremos sobre ele mais à frente nos prémios) em particular - são soberbos. Não há uma palavra fora do sítio ou mal pronunciada, sempre com o tique e a entoação certa. E depois, de vez em quando, lá vem aquela doçura inapropriada de Greer quando menos esperamos. E Cheryl - ou Crystal - só tem vida porque Greer cria ali, com apenas a sua voz, uma personagem fascinante. Continuando. Merritt Wever. Se este prémio fosse dado pela segunda temporada de "Nurse Jackie", esta enfermeira adorável e fofinha ganhava-o. Zoey é desajeitada e atabalhoada, contudo só o é porque Wever pretende que ela o seja. Outro actor podia fugir de ser o trapalhão e tentar ler só as suas falas com jeito e humor, mas Wever, destemida e confiante, eleva o seu jogo. Temerária é também Rebecca Creskoff. "Hung" não lhe dá muito para fazer, mas nunca vi uma actriz que aproveite tão bem o pouco tempo de ecrã que tem para roubar a cena aos protagonistas. A mulher é, à falta de melhor palavra, incandescente. Falemos agora de Julie Bowen, a "arma secreta" de "Modern Family". Isto quando a série a deixa brilhar o que, convenhamos, não acontece muito frequentemente. Excelente no humor físico, impecável na forma como aproveita a química com Ty Burrell e Jesse Tyler Ferguson (o seu marido e o seu irmão, respectivamente, na série) para conferir mais nuance e personalidade à sua personagem e exímia na entrega das suas falas. Uma verdadeira profissional. Vamos agora falar do estranho caso de Mayim Bialik. "The Big Bang Theory" não precisava dela. Ou melhor, precisava, só que não o sabia (ainda). Bialik conseguiu o improvável feito de melhorar todas as personagens à sua volta, desde Sheldon a Penny. Sim, Sheldon continua a ser incrivelmente sociopata. Todavia, a sua interacção com Amy revela facetas do seu carácter até agora desconhecidas. Também Penny tem finalmente hipótese de ter histórias que não envolvam os rapazes e de mostrar que é mais do que uma menina bonita que nunca deixa um homem sem resposta. A somar a tudo isto: Bialik é hilariante. Ficamos todos a ganhar com esta adição. Finalmente, a minha vencedora: Christa Miller. Porque eu amo "Cougar Town". Porque a principal razão para eu amar "Cougar Town" é Miller. Porque de cada vez que ela responde mal a alguém, insulta Courteney Cox ou Busy Philips, chama idiota a um e atrasado a outro e comporta-se depois pior que qualquer um deles eu dou um pulo no meu assento e quase aplaudo de alegria. Ver a Ellie ser a Ellie faz-me feliz. Pronto. Eu disse.
Estes são os meus nomeados para melhores. Quais são as vossas escolhas?
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