Honra lhe seja feita. Shame não é um filme para meninos. Estamos numa Nova Iorque contemporânea. Onde o rebuliço dos dias arrasta milhões, de um lado para o outro, numa azáfama e numa rotina diabólica, que destrói relações e promove a solidão e a desintegração social. Brandon Sullivan (Michael Fassbender) é um homem perdido. Vive na ilusão das suas inúmeras companheiras sexuais, da pornografia cibernética, das fugazes relações de uma noite. Mas a adrenalina e o calor de mais um encontro sempre desaparecem com o nascer do sol, e mais um infeliz, cinzento e solitário dia aparece.
A viver sozinho no seu apartamento nova-iorquino, Brandon recebe a inesperada visita da sua irmã Sissy (Carey Mulligan), uma aspirante e promissora cantora, que se revela uma personagem completamente distinta e paradoxal daquilo que é Bradon: carente, dependente, a viver intensamente cada momento e cada relação. Enquanto, sabiamente, o magistral Steve McQueen cria uma cápsula que envolve, protege e esconde o íntimo de Brandon , a encantadora Sissy é uma personagem inocente, que se abre perante o espectador e nos dá a conhecer aquilo que é, sem sombras, sem máscaras, sem fantasias.
Mas o maior elogio de todo o filme vai directamente para Steve McQueen. O seu trabalho é sublime. E se Shame não funcionaria sem o carisma e a intensidade com que Fassebender se entrega à personagem, seria também um enorme fracasso na mão de 99% dos realizadores em actividade. É preciso ser-se um mestre, é preciso ser-se muito muito bom, para se criar um ambiente, uma envolvência, um clima que, por si só, catapultam uma personagem. A banda-sonora é irrepreensível e (igualmente) surpreendente. É uma das melhores deste ano. Tal como filme. Shame não desiludiu. Mas, repito, não é um filme para meninos. E é um filme que merece (e necessita) da compreensão do espectador. Tudo o que acontece, sem pudor, faz parte de uma história maior. De um revelação pura, dolorosa e real.
A viver sozinho no seu apartamento nova-iorquino, Brandon recebe a inesperada visita da sua irmã Sissy (Carey Mulligan), uma aspirante e promissora cantora, que se revela uma personagem completamente distinta e paradoxal daquilo que é Bradon: carente, dependente, a viver intensamente cada momento e cada relação. Enquanto, sabiamente, o magistral Steve McQueen cria uma cápsula que envolve, protege e esconde o íntimo de Brandon , a encantadora Sissy é uma personagem inocente, que se abre perante o espectador e nos dá a conhecer aquilo que é, sem sombras, sem máscaras, sem fantasias.
Mas o maior elogio de todo o filme vai directamente para Steve McQueen. O seu trabalho é sublime. E se Shame não funcionaria sem o carisma e a intensidade com que Fassebender se entrega à personagem, seria também um enorme fracasso na mão de 99% dos realizadores em actividade. É preciso ser-se um mestre, é preciso ser-se muito muito bom, para se criar um ambiente, uma envolvência, um clima que, por si só, catapultam uma personagem. A banda-sonora é irrepreensível e (igualmente) surpreendente. É uma das melhores deste ano. Tal como filme. Shame não desiludiu. Mas, repito, não é um filme para meninos. E é um filme que merece (e necessita) da compreensão do espectador. Tudo o que acontece, sem pudor, faz parte de uma história maior. De um revelação pura, dolorosa e real.
Nota Final:
A-
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Steve McQueen
Argumento: Abi Morgan e Steve McQueen
Ano: 2011
Duração: 101 minutos
A-
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Steve McQueen
Argumento: Abi Morgan e Steve McQueen
Ano: 2011
Duração: 101 minutos
4 comentários:
"Shame" é ótimo. Um filme pulsante. Fassbender como o trágico e solitário homem inquieto e infeliz é de uma beleza crua. Grande interpretação, entrega e as cenas de nudez comprovam isso, também.
Carey Mulligan sabe compor todo o conflito com o protagonista. Grande atriz em ascenção.
Realmente concordo com você que o maior triunfo da fita seja a direção cuidadosa de Steve McQueen. Um cara que transforma uma história de rotina em um filme sensacional. Adorei os longos e únicos takes em muitas cenas dialogadas e as passagens de tempo que ele utiliza como bom artifício, sua marca registrada segundo muitos críticos. Ainda não conferi os outros trabalhos dele com Fassbender. Curioso.
Abraço e apareça
Rodrigo
http://www.cinemarodrigo.blogspot.com/
Esse filme lembra A Bela Adormecida, dirigido pela Jane Campion. Ambos filmes trazem a sensação gélida e opaca dos personagens.
Cartaz -- Concordo em parte, porque penso que SHAME tem muito mais sucesso a criar atmosfera e a extrapolar sensações que SLEEPING BEAUTY que parece desprovido de todo de qualquer emoção.
Jorge
Rodrigo -- McQueen já está na minha lista de realizadores a seguir desde o HUNGER. O mesmo digo de Fassbender.
Mulligan vai ser a coqueluche britânica dos próximos 30 anos. Consigo vê-la claramente como a nova Kate Winslet (se é que alguém como a Kate Winslet possa ser replicada).
Cumprimentos,
Jorge Rodrigues
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