Depois de termos abordado as minhas escolhas para Melhores Novas Séries e os meus nomeados (e vencedores) para Melhor Actor e Actriz Secundários em Comédia, venho hoje com mais duas categorias, homónimas das do último artigo mas na categoria de drama: MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - DRAMA e MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - DRAMA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.
Os meus nomeados são:
Seis escolhas fáceis de explicar: Dinklage foi presenteado com a melhor personagem de "Game of Thrones", mas isso não o impediu de transformar Tyrion Lannister em algo muito seu, rico em profundidade, carisma e presença. A sua cena na corte da Casa Arryn? Inesquecível. Cumming foi justamente nomeado para um segundo Emmy o ano passado (e sê-lo-á muito seguramente para um terceiro este ano) pelo seu Eli Gold. Não há personagem nem tão mordaz nem tão excêntrica quanto esta. Eli Gold poderia ter ido parar a muitos actores capazes que fariam um bom trabalho com a personagem. Contudo, esta foi cair nas mãos de Alan Cumming, que é um dos seres humanos mais absolutamente fascinantes que há. O resultado: Eli Gold torna qualquer cena em que aparece melhor pela sua mera aparição. A vontade dos fãs de verem premiado John Noble ressoa muito em mim. Porque o homem, caramba, merece. Não há ninguém na televisão que tão facilmente consegue desdobrar a sua personagem e mutá-la numa coisa completamente diferente, ao mesmo tempo que com tanta leveza habita a sua personagem. Pena que a ficção científica não seja muito respeitada. Vamos agora pausar para falar de "Justified", sim? Uma série que transpira classe por todos os poros. Que Timothy Olyphant é excelente e Margo Martindale transcendente, todos sabemos. Não vejo é muita gente elogiar o restante elenco, de Natalie Zea a Jeremy Davies e, sim, Walton Goggins. Que maravilha foi vê-lo nomeado o ano passado para o Emmy. Boyd é a arma secreta da série. É o cabrão mais complicado de entender que há em Harlan, imprevisível como um raio, um criminoso do mais rasca que existe mas que exibe traços de humanidade quando encostado à parede. Finalmente, Hatosy. "Southland" é das séries mais menosprezadas da televisão americana e, infelizmente, é uma das mais sensacionais séries policiais da última década. O ano passado, Bryant teve que lidar com o fim do seu casamento, um bebé que possivelmente não era seu e ver o seu parceiro ser morto. Hatosy fugiu ao melodrama e optou por nos deixar penetrar no seu íntimo, na sua alma, tornando as suas cenas simultaneamente difíceis de ver mas impossíveis de não experienciar. Desde "Peekaboo" que tenho Aaron Paul em muito boa conta. Como "Breaking Bad", o actor foi evoluindo e a sua interpretação melhora cada vez mais, mais detalhada, mais profunda, mais impregnada de magnetismo, de carisma, de presença. Um homem autêntico e real, que paga bem caro os erros (infantis, próprios da idade) que comete. Pinkman é extraordinário, mas o actor que o interpreta não o é menos.
Esta categoria é Margo Martindale e depois todas as restantes. Martindale chega a "Justified" como um vulcão em erupção, enganando toda a gente com a sua doçura e o seu ar pacato de avó simpática nunca mostrando que por detrás dessa gentileza está um dos piores e mais temíveis vilões da televisão dos últimos anos. Brilhante. Panjabi continuou intrigante, misteriosa e poderosa, enquanto a vimos ser repetidamente atacada pelo novo investigador da firma e pelo segredo que ele desvenda que coloca a sua relação com Alicia na corda bamba (ver Kalinda a chorar foi das cenas mais intensas e emocionais que vi na televisão o ano passado). Levaria facilmente o prémio em qualquer ano não fosse este o ano de Martindale (e que me leva a arrepender ter fugido a premiá-la o ano passado). Khandi Alexander é impecável em "Treme" e se mais gente visse a série ia perceber que a actriz está aqui a anos-luz do seu estereótipo de personagem em "CSI". Whitman faz a sua Amber pulsar de adrenalina adolescente, vivendo todas as emoções à superfície. Um dos maiores trunfos de um actor é saber dizer com a expressão facial tudo aquilo que sente lá dentro. Whitman fá-lo com uma facilidade tremenda e torna a sua química com Lauren Graham, sua mãe na série e também ela uma profissional a dizer as coisas com o olhar, fantástica de analisar e observar. Duas grandes mulheres. Regina King é das mais sólidas actrizes de elenco que anda pelo pequeno ecrã e eu já penso isto há anos. Em "Southland", foi-lhe permitido florescer uma personagem de superfícies duras, aguçadas, com muito para contar mas com pouca vontade de mostrar. Nestas últimas duas temporadas, a sua detective Lydia, que costuma ser muito composta, calma, confiante e segura de si própria tem sido atirada aos leões, por assim dizer, com casos marcantes, um novo parceiro, traições, romance e tiroteio que permitem a King mostrar de que fibra é feito o seu gene da representação. De "Game of Thrones" tive que ponderar escolher entre Maisie Williams e Emilia Clarke. Depois vi que não podia conscientemente colocar cá Williams sem ter também Kiernan Shipka (a Sally de "Mad Men" esconde um enorme potencial enquanto actriz; espero que aproveite) e ficou Clarke então com o lugar. Não que ela não o mereça, claro, porque só alguém tão impressionante e talentosa como Clarke podia fazer de Daenerys a personagem tão frágil quanto imperiosa que é (não é qualquer mulher que domina Khal Drogo de forma tão majestosa). Além de Williams e Shipka, perto dos nomeados ficaram também a sempre espectacular Christina Hendricks ("Mad Men"), a consistente Natalie Zea ("Justified"), a incandescente Kelly MacDonald ("Boardwalk Empire") e a fogosa Christine Baranski ("The Good Wife").
E para vocês, quem foram os melhores personagens secundários em dramas neste último ano (e meio)?
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - DRAMA
Alan Cumming / THE GOOD WIFE #1
Peter Dinklage / GAME OF THRONES
Walton Goggins / JUSTIFIED #3
Shawn Hatosy / SOUTHLAND
John Noble / FRINGE
Aaron Paul / BREAKING BAD #2
Seis escolhas fáceis de explicar: Dinklage foi presenteado com a melhor personagem de "Game of Thrones", mas isso não o impediu de transformar Tyrion Lannister em algo muito seu, rico em profundidade, carisma e presença. A sua cena na corte da Casa Arryn? Inesquecível. Cumming foi justamente nomeado para um segundo Emmy o ano passado (e sê-lo-á muito seguramente para um terceiro este ano) pelo seu Eli Gold. Não há personagem nem tão mordaz nem tão excêntrica quanto esta. Eli Gold poderia ter ido parar a muitos actores capazes que fariam um bom trabalho com a personagem. Contudo, esta foi cair nas mãos de Alan Cumming, que é um dos seres humanos mais absolutamente fascinantes que há. O resultado: Eli Gold torna qualquer cena em que aparece melhor pela sua mera aparição. A vontade dos fãs de verem premiado John Noble ressoa muito em mim. Porque o homem, caramba, merece. Não há ninguém na televisão que tão facilmente consegue desdobrar a sua personagem e mutá-la numa coisa completamente diferente, ao mesmo tempo que com tanta leveza habita a sua personagem. Pena que a ficção científica não seja muito respeitada. Vamos agora pausar para falar de "Justified", sim? Uma série que transpira classe por todos os poros. Que Timothy Olyphant é excelente e Margo Martindale transcendente, todos sabemos. Não vejo é muita gente elogiar o restante elenco, de Natalie Zea a Jeremy Davies e, sim, Walton Goggins. Que maravilha foi vê-lo nomeado o ano passado para o Emmy. Boyd é a arma secreta da série. É o cabrão mais complicado de entender que há em Harlan, imprevisível como um raio, um criminoso do mais rasca que existe mas que exibe traços de humanidade quando encostado à parede. Finalmente, Hatosy. "Southland" é das séries mais menosprezadas da televisão americana e, infelizmente, é uma das mais sensacionais séries policiais da última década. O ano passado, Bryant teve que lidar com o fim do seu casamento, um bebé que possivelmente não era seu e ver o seu parceiro ser morto. Hatosy fugiu ao melodrama e optou por nos deixar penetrar no seu íntimo, na sua alma, tornando as suas cenas simultaneamente difíceis de ver mas impossíveis de não experienciar. Desde "Peekaboo" que tenho Aaron Paul em muito boa conta. Como "Breaking Bad", o actor foi evoluindo e a sua interpretação melhora cada vez mais, mais detalhada, mais profunda, mais impregnada de magnetismo, de carisma, de presença. Um homem autêntico e real, que paga bem caro os erros (infantis, próprios da idade) que comete. Pinkman é extraordinário, mas o actor que o interpreta não o é menos.
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - DRAMA
Khandi Alexander / TREME #3
Emilia Clarke / GAME OF THRONES
Regina King / SOUTHLAND
Margo Martindale / JUSTIFIED #1
Archie Panjabi / THE GOOD WIFE #2
Mae Whitman / PARENTHOOD
Esta categoria é Margo Martindale e depois todas as restantes. Martindale chega a "Justified" como um vulcão em erupção, enganando toda a gente com a sua doçura e o seu ar pacato de avó simpática nunca mostrando que por detrás dessa gentileza está um dos piores e mais temíveis vilões da televisão dos últimos anos. Brilhante. Panjabi continuou intrigante, misteriosa e poderosa, enquanto a vimos ser repetidamente atacada pelo novo investigador da firma e pelo segredo que ele desvenda que coloca a sua relação com Alicia na corda bamba (ver Kalinda a chorar foi das cenas mais intensas e emocionais que vi na televisão o ano passado). Levaria facilmente o prémio em qualquer ano não fosse este o ano de Martindale (e que me leva a arrepender ter fugido a premiá-la o ano passado). Khandi Alexander é impecável em "Treme" e se mais gente visse a série ia perceber que a actriz está aqui a anos-luz do seu estereótipo de personagem em "CSI". Whitman faz a sua Amber pulsar de adrenalina adolescente, vivendo todas as emoções à superfície. Um dos maiores trunfos de um actor é saber dizer com a expressão facial tudo aquilo que sente lá dentro. Whitman fá-lo com uma facilidade tremenda e torna a sua química com Lauren Graham, sua mãe na série e também ela uma profissional a dizer as coisas com o olhar, fantástica de analisar e observar. Duas grandes mulheres. Regina King é das mais sólidas actrizes de elenco que anda pelo pequeno ecrã e eu já penso isto há anos. Em "Southland", foi-lhe permitido florescer uma personagem de superfícies duras, aguçadas, com muito para contar mas com pouca vontade de mostrar. Nestas últimas duas temporadas, a sua detective Lydia, que costuma ser muito composta, calma, confiante e segura de si própria tem sido atirada aos leões, por assim dizer, com casos marcantes, um novo parceiro, traições, romance e tiroteio que permitem a King mostrar de que fibra é feito o seu gene da representação. De "Game of Thrones" tive que ponderar escolher entre Maisie Williams e Emilia Clarke. Depois vi que não podia conscientemente colocar cá Williams sem ter também Kiernan Shipka (a Sally de "Mad Men" esconde um enorme potencial enquanto actriz; espero que aproveite) e ficou Clarke então com o lugar. Não que ela não o mereça, claro, porque só alguém tão impressionante e talentosa como Clarke podia fazer de Daenerys a personagem tão frágil quanto imperiosa que é (não é qualquer mulher que domina Khal Drogo de forma tão majestosa). Além de Williams e Shipka, perto dos nomeados ficaram também a sempre espectacular Christina Hendricks ("Mad Men"), a consistente Natalie Zea ("Justified"), a incandescente Kelly MacDonald ("Boardwalk Empire") e a fogosa Christine Baranski ("The Good Wife").
E para vocês, quem foram os melhores personagens secundários em dramas neste último ano (e meio)?
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