Uma grande desilusão. Um filme banal. Um James Bond (Daniel Craig) completamente patético. Uma angustiante sombra do herói de Casino Royale. Uma experiência falhada. Sam Mendes não mereceu o voto de confiança. Skyfall é um filme sobre M (Judi Dench) e sobre o vilão Silva (Javier Bardem). Não é um filme sobre James Bond. E tudo isto é um enorme balde de água fria para os admiradores da série (e do protagonista), habituados a ver um herói corajoso e obstinado com o seu trabalho. O James Bond de Sam Mendes é um homem no fim da linha, sem forças, arrastado à força para a acção, sobrevivendo graças à sorte e à boa-vontade dos seus inimigos, que se passeia pelo filme de forma ingénua, apática e desorientada.
Sem querer contar-vos muito da história, tudo começa com a suposta morte de James Bond em mais uma missão na Turquia. Uma metáfora fantástica para resumir todo este filme. Sam Mendes conseguiu (propositadamente ou não) matar a figura de James Bond (em especial a de Daniel Craig) que apaixonou os fans do agente secreto nos últimos anos. A partir deste momento, vemos um James Bond que claudica, com dúvidas e dramas pessoais que o alimentam durante todo o filme e que o limitam na sua actividade. Ao mesmo tempo, um secreto inimigo começa a provocar M e inicia uma demanda para conseguir a sua destruição. Silva, antigo agente secreto do MI6, está disposto a vingar a sua ruína e a destruir M, num diabólico e monumental projecto. A grande estrela deste filme (que reduz James Bond a uma piedosa insignificância) demonstra, mais uma vez, porque é um dos mais carismáticos actores da última década (e que, mais uma vez, consegue repetir um penteado ridículo).
Num jogo do gato e do rato, o vencedor é previsível e natural. Mas se é difícil ter Javier Bardem num filme sem que este concentre toda a atenção na sua figura, era também obrigação de Sam Mendes (e dos argumentistas deste filme) dar espaço à imagem de James Bond. Foi um fracasso do princípio (onde as cenas dos duplos são demasiado óbvias) ao fim. O meu conselho. Se o leitor gosta de ver explosões na sala de cinema, se gosta dos efeitos especiais numa tela grande e em alta definição, vale a pena arriscar e ver o filme no cinema. Mas se for um fan de James Bond, o bilhete de cinema vai ser caro demais para a desilusão com que vai sair da sala de cinema.
Nota Final:
C-
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Sam Mendes
Argumento: John Logan
Ano: 2012
Duração: 143 minutos
1 comentário:
De acordo. Também saí algo desiludido, estava à espera de melhor, sobretudo quando ainda se conseguiu ao longo do filme dois momentos muito bons - o da luta em contra-luz no arranha-céus em Xangai, e a cena que introduz Bardem num longo plano. De resto, sobra um filme que tem demasiadas dependências narrativas e de realização no que ao sistema tipificado de Hollywood diz respeito.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
Enviar um comentário