Dial P for Popcorn: outubro 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

Personagens do Cinema - Melanie Daniels


Começo por vos pedir desculpa pela nossa ausência. Os exames da faculdade têm-nos comido o tempo e a paciência e o blog acaba por ficar prejudicado com tanto trabalho acumulado.

Recupero hoje, com prazer, a minha crónica das Personagens do Cinema. E hoje vou falar-vos de uma personagem marcante de um filme igualmente marcante. Recordo-me de estar ainda no décimo ano, com quinze anos, quando o meu professor de Inglês (a pessoa a quem devo o início da minha paixão da séptima arte) perguntou à turma quem já tinha visto um filme do Hitchcock. Após um silêncio geral, a expressão "Mas o que é que voces andam a fazer neste mundo?" ficou-me para sempre na memória e foi graças a ela que, poucos dias depois, peguei neste lendário "The Birds".


Um terror paranóico baseado numa idea peculiar: Terão os Pássaros a capacidade de nos aterrorizar? Até ver The Birds, não acreditava nisso. Mas após Hitchcock, cuja magia e talento estão demonstrados nas dezenas de filmes e séries que fez, criar The Birds todos aqueles que o vêem, ficam tocados. Uns mais do que outros, acabam por ficar sensibilizados e impressionados perante o terror e frieza das cenas em que as dezenas de pássaros atacam como um gang organizado que destroi tudo aquilo em que toca.


Mas passemos à nossa personagem desta semana: Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma bonita jovem de Los Angels habituada ao sucesso e às grandes montras. Uma mulher citadina, moderna, à frente no seu tempo, desejada e amada por muitos homens, acaba por encontrar na indiferença e irreverência de Mitch Brenner um inesperado interesse que a leva, por gentileza, a guia-lo até Bodega Bay, onde Mitch vive com a mãe e a irmã.

Após a sua chegada, começa uma estranha migração de pássaros que, aos poucos e poucos começam a causar sérios estragos na povoação. O terror instala-se quando o vizinho de Mitch aparece morto e Melanie Daniels se começa a aperceber que ela é o alvo dos pássaros.


Um filme intrigante, intenso e inesperado. The Birds é aquilo a que chamamos um filme à Hitchcock. Embora não seja dos seus melhores filmes, tornou-se memorável graças ao papel de Tippi Hedren e à vida que Hitchcock deu aos "seus" pássaros.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ZOMBIELAND (2009)


E porque é que eu me lembrei de falar sobre o Zombieland? Sim, é um fantástico filme de um humor negro que me levou ao céu e me fez rir com vontade como não o fazia há muito no cinema. Cinco euros que valeram os cinco euros deitados fora no (muito) infeliz "Book of Eli" ou até no mais recente tiro ao lado de Oliver Stone em "Wall Street 2". São idas ao cinema para ver filmes como Zombieland que me fazem ter prazer de entregar cinco euros em troca de noventa minutos de puro entretenimento.


No entanto, não foi por isso que me lembrei de Zombieland. Fui à lista de "Top Movies" do imdb.com e reparei no tão badalado "The Social Network" e lembrei-me de ir buscar um filme onde tenha entrado a mais recente entrela do cinema americano: Jesse Eisenberg. O rapaz que certamente já é um sex symbol para as jovens americanas, cujo estilo simplório, idiota e (quase sempre) caricato que emprega na grande maioria das personagens que encarna, acabam por me fazer pensar se Jesse Eisenberg não será uma cópia de um Michael Cera (esse sim, um tipo com aquela piada genuína).

Deixando de parte o Zuckerberg dos cinemas, venho aqui então fazer-vos esta suplica: Se nunca viram Zombieland, procurem-nos imediatamente. Arranjem-no e hoje mesmo vejam-no!


Como já deixei bem claro em vários posts que fiz, sou um fiel admirador do humor negro, da piada sádica e dos momentos mórbidos. Sei bem que nem todos estão habilitados para o fazer, mas depois de ver Zombieland, reconheço que Paul Wernick e Rhett Reese são dois tipos capazes de transformar uma ideia já mais do que batida, misturada, explorada e remoída, num filme interessante, intenso e surpreendentemente divertido. Deixo-vos apenas um cheirinho daquilo que é Zombieland: Com um elenco de valor, onde Woody Harrelson, Emma Stone, Abigail Breslin e o próprio Bill Murray (que entra no filme como Bill Murray) se juntam a Jesse Eisenberg para formar um insólito gang que, por um conjunto de acasos, se reúne para combater os zombies que se instalaram nos Estados Unidos. Com métodos e ideais peculiares, Zombieland é um filme único.


Nota Final: B+

Trailer:


Informação Adicional:
Realização: Ruben Fleischer
Argumento: Paul Wernick e Rhett Reese
Ano: 2009
Duração: 88 minutos

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Grandes Divas do Ecrã

"Are you trying to look unattractive? [...] Well, congratulations. You've succeeded admirably."


Carolyn Burnham (Annette Bening), "American Beauty" (1999)


Frases Inesquecíveis do Cinema

"Hakuna Matata".



Timon e Pumba (Nathan Lane e Ernie Sabella / André Maia e José Raposo - versão portuguesa), "The Lion King" (1994)


E com este verso de uma divertidíssima canção, Timon e Pumba tornaram-se imortais na história do cinema.

Fica abaixo a versão completa da canção, em português:


Grandes Posters



Técnicas clássicas de como criar um bom poster:
1. Design agradável aos olhos
2. Não deixar muito espaço branco
3. Criar tema ou motivo central que sirva de foco
4. Transformar uma imagem ordinária em algo original

Portanto, tudo feito. Muito bem. Gosto muito deste poster.


O Estado da Corrida aos Óscares: MELHOR ACTOR


Lembrei-me agora que ainda não começámos a discussão da corrida aos Óscares aqui no blogue. Portanto decidi que era hoje que lançava tal discussão, que será parte integrante de uma boa porção dos artigos neste blogue até à cerimónia dos Óscares, em Fevereiro.


Pretendia já ter opinado sobre a corrida por duas vezes (em Agosto, antes dos Festivais terem começado e em Setembro, no período pós-festival) mas a falta de tempo tornou impossível tal tarefa. Fá-lo-ei agora, na época de início de campanhas "For Your Consideration" e com a abertura oficial da temporada de Óscares (Oscar season) - o marco do início da abertura foi o início da data de envio de screeners para os membros da Academia - e "Animal Kingdom" foi o primeiro filme a ser enviado, um gesto audaz mas que poderá valer a Jacki Weaver uma nomeação. Mas já lá iremos.

Primeiro, avaliaremos o estado da corrida em finais de Agosto. Quando o último mês de Verão chegou ao fim, poucas coisas eram certas em termos de temporada de Óscares: Lesley Manville conseguiu segurar o buzz que gerou em Cannes, ao contrário de Javier Bardem que tem vindo a perder gás; Naomi Watts, Sean Penn e o seu "Fair Game" continuam a aparecer intermitentemente nos radares dos prognosticadores mais predominantes da blogosfera, mas os únicos a apostarem realmente neles têm sido os bloggers do Awards Daily (Sasha Stone escreveu há dias um artigo em que diz acreditar vivamente na nomeação de ambos para Actor e Actriz); Annette Bening, Mark Ruffalo e, em menor grau (não percebo bem porquê), Julianne Moore vão mantendo os rótulos de competidores principais na corrida desde que o filme abriu em Sundance, excelentemente acompanhados por Jennifer Lawrence de "Winter's Bone" que também estreou no festival - e pelo menos os dois primeiros esperam-se ver nomeados. Em termos de filmes, "Inception" e "Toy Story 3" confirmaram o buzz que detinham e, se bem que têm perdido protagonismo para outros filmes candidatos, como o (inesperado) tubarão "The Social Network", mantém toda a sua qualidade, base de fãs e solidez intactas.


No princípio de Setembro fomos apresentados a mais um Festival de Veneza. Dos grandes nomes de Veneza ("Somewhere", "Miral", "The Tempest", "Meek's Cutoff", "Black Swan" e "The Town") saíram três fortes incógnitas na corrida: "Black Swan", "The Town", "Somewhere". Qual será o resultado final da sua campanha? Não se sabe, é impossível prever. Têm condições para garantir algumas nomeações? Sem dúvida. A maior certeza que saiu deste Festival foi mesmo Natalie Portman. Uma interpretação arriscada num filme que será sem dúvida um dos destaques da temporada, quer para o bem, quer para o mal. Barbara Hershey, uma das actrizes secundárias da película, também foi gerando algum buzz que poderá capitalizar se alguns grupos de críticos decidirem apostar nela, sobretudo porque a categoria de Actriz Secundária é a mais difícil de ler dos últimos tempos. "Miral" e "Meek's Cutoff" conseguiram comprador no festival e vão ser distribuídos em 2011. Michelle Williams, no segundo, diz-se ser excepcional e uma grande candidata a uma nomeação no ano que vem.


Depois de Veneza, foi a vez do Colorado e o Festival de Telluride fazerem a sua estreia na temporada. Telluride trouxe-nos imensas novidades, incluindo um dos grandes favoritos à vitória, "The King's Speech", que conseguiu ondas de aplausos tanto aqui como mais tarde em Toronto, tendo vencido ambos os prémios. Além do filme de Tom Hooper, que tornou Colin Firth no favorito para vencer Melhor Actor (o que, a juntar ao buzz vindo do ano transacto por "A Single Man", parece provável), em Telluride estrearam mais dois filmes high-profile, "Never Let Me Go", cujas críticas não foram tão positivas quanto o potencial do filme adivinhava, e "127 Hours", de Danny Boyle, que subitamente se tornou num dos destaques da temporada, sendo recebido debaixo de críticas muito generosas mas ao mesmo tempo bastante intrigantes.


A maioria destes títulos também entrou no Festival de Toronto, que veio a seguir. As críticas foram iguais para todos os filmes acima mencionados; enquanto isso, "Another Year" foi consolidando o seu estatuto de "pequeno filme poderoso do ano" e veio cair na grande maioria das listas de Melhor Filme. Em Toronto estrearam ainda mais cinco grandes candidatos: "The Conspirator" (com críticas más, foi adiado para 2011); "Hereafter" e "Conviction" (esforços sólidos e críticas simpáticas mas nada que garantisse que temos neles candidatos) e "Rabbit Hole" e "The Way Back", estes sim fortes apostas. Ambos ganharam distribuidor com a sua presença no festival e vão assim estrear nesta temporada. Do primeiro o grande realce é obviamente da sua protagonista, Nicole Kidman, embora Dianne Wiest também seja, nesta altura, um dado quase adquirido entre as nomeadas na categoria de Actriz Secundária. Do segundo, sendo de Peter Weir, é difícil não imaginar coisa boa.

A chegar ao fim de Setembro começou o Festival de Nova Iorque, onde a grande maioria dos filmes de que já falámos também estreou e chegou aos cinemas o maior candidato da temporada: "The Social Network" de David Fincher, que juntou à adoração do público milhares de críticas radiantes e um buzz fervoroso. É complicado avaliar qual o nível de adulação que Fincher vai gozar quando chegar à altura de anunciar as nomeações mas é impossível descartar a grande mossa que este filme deverá fazer na cerimónia. De resto, no campo dos candidatos falta referir dois títulos que podem afirmar-se na corrida - "True Grit" e "The Fighter" - devido ao seu enorme pedigree mas que só saberemos o seu impacto quando estrearem em Dezembro. Até agora, pelo que se vê nos trailers, há potencial.



E é assim então que chegamos a Outubro e a este artigo. Durante os próximos dias vamos debater sobre cada categoria principal dos Óscares e vamos analisar quem são os competidores principais. Começamos por MELHOR ACTOR.


A categoria de Melhor Actor tem vindo, a pouco e pouco, a moldar-se. Nesta altura, dificilmente alguém deixará de fora os nomes de James Franco ("127 Hours") e Colin Firth ("The King's Speech") das suas previsões. Em teoria, o papel de Jeff Bridges em "True Grit", com os ingredientes certos, será com certeza nomeado e é por isso que também é considerado na grande maioria das previsões. Se Robert Duvall conseguir segurar um ano inteiro de buzz pela sua prestação em "Get Low", eu ficarei chocado, embora ache que é perfeitamente possível (Richard Jenkins fê-lo ainda há bem pouco tempo). Estou é a ter dificuldade em arranjar oposição com tanta coisa a favor como ele tem.
Talvez Mark Wahlberg mas "The Fighter" é um grande "se". Outro grande "se" é Sean Penn ("Fair Game"). As críticas em Cannes foram más para o filme mas excelentes para os interprétes. Mas estes vão precisar de uma campanha forte para o filme para conseguirem ter margem de manobra na luta pela nomeação. Possivelmente Paul Giamatti ("Barney's Version") mas o filme é pouco ambicioso. Kevin Spacey tem imenso buzz mas o papel é tão odioso... O mesmo se passando com Jesse Eisenberg ("The Social Network") que ainda por cima tem que lutar contra o facto de só ter 27 anos. E também não podemos ignorar nomes como Ryan Gosling, que recebeu elogios fantásticos pela sua interpretação em "Blue Valentine" como um dos dois membros de um casal cujo amor vemos florescer e depois aprodrecer, e Jake Gylenhaal ("Love and Other Drugs"), que está num dos filmes que se espera que seja uma das grandes surpresas do ano. E há que não esquecer que DiCaprio teve dois grandes papéis este ano, ambos bastante bons e pelos quais pode ser nomeado - "Inception" será menos provável que "Shutter Island", mas qualquer um dos dois pode ser opção. E há que não desprezar Javier Bardem ("Biutiful") que tem caído a pique nas previsões - se bem que Cannes já lá vai e "Biutiful" tem sido criticado a torto e a direito. Quase excluído da corrida - ou pelo menos assim parece - está Stephen Dorff ("Somewhere").

A minha aposta actual é, por ordem de probabilidade de ser nomeado:

(Nomeados)
(1) Colin Firth, The King's Speech
(2) James Franco, 127 Hours
(3) Jeff Bridges, True Grit
(4) Robert Duvall, Get Low
(5) Mark Wahlberg, The Fighter
(Candidatos Fortes)
(6) Javier Bardem, Biutiful
(7) Jesse Eisenberg, The Social Network
(8) Sean Penn, Fair Game
(Ameaças Mais Distantes)
(9) Ryan Gosling, Blue Valentine
(10) Paul Giamatti, Barney's Version


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Série - ENTOURAGE


Apetece-me fazer esta referência a Entourage. Vou demarcá-la das habituais crónicas sobre séries de televisão, em primeiro lugar porque esta foi durante vários anos a minha série favorita, uma série que acompanho desde 2005 e pela qual me habituei a aguardar impacientemente, ano após ano e em segundo porque esta ultima temporada foi, possivelmente, a mais maltratada e criticada das suas sete temporadas. Eu próprio critiquei o seus primeiros episódios.



Toda a história de Entourage gira à volta da fama e lucros provenientes da carreira de um promissor actor, Vicent Chase (Adrian Grenier). É um actor bonito e desejado por muitas mulheres. Aproveita os frutos de todo o seu trabalho, gozando à grande os seus rendimentos, sempre rodeado de mulheres, trocando de namoradas mais depressa do que troca de roupa interior. Entourage demarca-se pelo facto de envolver actores, músicos e personalidades do cinema e das artes, que entram e participam em Entourage na primeira pessoa. E em Entourage juntou-se à quantidade a qualidade. Desde James Cameron a Martin Scorcese, passando por Mike Tyson ou John Cheese.

À custa de Vincent vivem:


Eric Murphy (Kevin Connolly), o seu melhor amigo e importante conselheiro relativamente às decisões da sua carreira. A personagem que menos gosto, pela sua falta de sal, a sua azelhice e o sua capacidade inexplicável para captar a atracção de mulheres bonitas, entre elas Sloan McQuewick (Emmanuelle Chriqui), uma mulher fantástica, com tudo aquilo que um homem sonha. Com o tempo, torna-se agente de cinema com alguma sorte e, também, com algum mérito próprio.



Turtle (Jerry Ferrara), outro grande amigo de infância cuja presença na série sempre me intrigou, já que não tendo nenhum interesse real nem nenhuma função importante na tão atribulada vida de Vicent, conseguia captar o nosso interesse e fazer-nos gostar da sua personagem, da sua figura e da forma como encara a vida: Faz questão de ter uma vida de luxo e sonho, sem precisar de fazer contas ao dinheiro e a disfrutar da melhor forma dos rendimentos de ser amigo de uma grande estrela de cinema.


Johnny "Drama" Chase (Kevin Dillon) é a minha personagem favorita de toda a série. Embora seja sempre Ari Gold a personagem em evidência em todas as críticas e nomeações para prémios (com todo o mérito, claro), Johnny Drama é um dos responsáveis pela adoração que tenho pela série. O carisma e singularidade da sua personagem chegou mesmo a valer-lhe, em 2008, a nomeação para um Globo de Ouro. Johnny Drama Chase, como o próprio apelido indica, é irmão mais velho de Vincent Chase. Uma espécie de ovelha negra da família vivendo na ilusão de que tem uma carreira brilhante ao nivel do cinema e séries de televisão (constantemente a referir-se à "super popular" série Viking Quest onde foi estrela nos anos 90). Uma personagem divertidíssima, original e peculiar. Adoro-o.



Por fim, Ari Gold (Jeremy Piven). Agente de Vincent Chase e, para muitos, a grande personagem da série. Homofóbico, racista, machista, um workaholic, genial em tudo aquilo que faz. Um líder ambicioso que cresceu com e fez crescer Vincent Chase. É principalmente a ele que Vincent deve o seu sucesso. Ari Gold consegue sempre o que quer, luta até ao extremo e faz tudo, o possível e o impossível, em prol da sua carreira. Um grande papel, que lhe valeu seis nomeações nos globos de ouro e a estatueta em 2008. São da sua autoria algumas das melhores frases da série, como a que disse ao seu secretário, Lloyd, homossexual assumido: "That was a good speech, Lloyd. If I was 25 and liked cock, we could be something."



Acredito que para quem não é fan, o interesse pela série tenha desaparecido na quinta temporada. Depois de uma primeira temporada a meio-gás, a segunda, terceira e quarta temporadas foram uma verdadeira delícia para quem gosta de sentido de humor, machismo descarado, sarcasmo, ironia e entretenimento. Ao fim de três grandes temporadas, a quinta temporada foi a temporada de reformulação do esquema, de reorganização de ideias. Eu pessoalmente, gostei muito da quinta temporada mas confesso que detestei a sexta temporada. Toda ela feita à volta dos problemas de Eric Murphy (que basicamente tinha dúvidas existenciais sobre que mulher deveria escolher), na séptima temporada houve então uma alteração dos holofotes, que passaram a focar quem deveriam: Vincent Chase. Uma grande temporada de Adrian Grenier, que na personagem de Vincent Chase, perde o controlo sobre todas as tentações que o rodeiam e entrega-se às mulheres, ao alcool e às drogas.


Fiz esta crónica porque senti que Entourage o merecia. Levou por tabela em tantos blogs, foi criticado por tantos, que eu, em meu nome pessoal (uma vez que o Jorge também não ficou convencido, e com todo o direito, com esta última temporada), quero garantir-vos que Entourage, embora não tenha estado ao nível a que esteve na segunda e terceira temporada, esteve bem melhor nesta sétima temporada do que esteve na sexta. Considero que o episódio final foi muito bem construido e deu um final digno à série. Fico, mais uma vez, ansioso pela próxima temporada. Mesmo que esta seja feita de três episódios e se fique por aí. Não voltará a haver nenhuma série como Entourage.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Personagens do Cinema - The Dude


Vi o Oscar que Jeff Bridges ganhou este ano, como uma tardia recompensa pelo papelão que em 1998 os (mágicos) irmãos Cohen criaram à sua imagem.

The Dude é o Big Lebowski. Um indivíduo para quem não existem problemas, tudo está sempre bem e que nunca se chateia. Até ao dia em que dois individuos, com todo o seu ar de capangas pagos para matar, arrombam a porta de sua casa e o agridem, exigindo o pagamento de uma multa milionária que se encontra há muito por saldar. Toda a cena da agressão é de uma ironia e um humor negro deliciosos, com o ponto alto na cena em que um dos agressores urina no tapete favorito do The Dude.


Perplexo e sem entender o que se estava a passar, The Dude decide que a bem da sua integridade física e da tranquilidade de que tanto gosta, lá terá que arranjar um emprego (algo a que até então se julgava alérgico) para pagar o montante exigido.

O filme vai-se desenrolando até à altura em que descobrimos que LA existem dois Lebowskis, um milionário (o tal que devia ter pago a divida) e um outro, que exibe com orgulho a alcunha do The Dude. Tudo havia sido uma confusão e não passava de um mal entendido. Mas The Dude estava decidido a entrar em acção e deixar o conformismo dos seus dias. Um herói inesperado, uma figura impar, um estilo que fez a digna homenagem aos tão maltratados robes de casa. O resto, quero que sejam vocês a descobrir!


Um grandioso papel, um filme com um humor digno dos melhores momentos dos irmãos Coen (realizadores que adoro!) e que, como tantas vezes acontece, passou completamente ao lado dos Oscars e do reconhecimento de muitos "filósofos" do cinema.

THE TOWN (2010)


"You grew up right here, same rules that I did."


Três anos depois da sua estreia como realizador ("Gone Baby Gone"), Ben Affleck volta à sua Boston para provar que não só é um dos melhores realizadores em crescimento em Hollywood, como também é um actor sólido, sério e, quando bem seleccionado para um papel, eficaz.

"The Town" denota sobretudo esse crescimento enquanto realizador. É um filme mais maduro, mais sério, mais concretizado. Contudo, perde um pouco em liberdade e energia em relação ao filme anterior de Affleck. É mais sombrio, mais contraído, mais limitado por regras. Claro que isto também se deve ao facto de ser uma adaptação de um romance policial ("Prince of Thieves" de Chuck Hogan) sobre a cultura e as regras e o protocolo instaurados no mundo do crime.



O filme surpreendeu-me imenso pela positiva e posso até dizer que foi dos filmes que mais gozo me deu ver este ano. No entanto, é um filme longe da perfeição. Comete, na minha opinião, três erros capitais, que me impedem de lhe dar melhor nota, não obstante todo o entretenimento que me proporcionou. O primeiro, já o referi, parece muito mais limitado que o seu predecessor na filmografia de Affleck. O segundo é o diálogo. Grandes e aborrecidos discursos, diálogo arcaico, usado, cheio de clichés, típico de um qualquer filme de acção que se pegue num videoclube. Com melhorias significativas na segunda hora, só que isto tem mais a ver com o surgimento de cenas de perseguição que dão alma e vivacidade ao filme do que propriamente com a elevação de nível do argumento. 


O terceiro é a história em si, que funciona na base de múltiplas coincidências (e espera que tudo o que nos revela dessa forma seja plausível). O filme leva-nos numa viagem pelo mundo do crime de Boston, focando-se mais precisamente em Charlestown (carinhosamente apelidada somente de "The Town" pelos habitantes da zona, ou townees, como lhes chamam lá), nos subúrbios de Boston e num grupo de quatro amigos, que desde cedo aprenderam que o crime é, naquela região, negócio de família ao qual não se pode fugir. Será por isso que essa é a zona do país que tem maior índice de criminalidade? Provavelmente. Este grupo de quatro amigos é encabeçado por dois amigos de infância, Doug MacRay (Affleck) e James "Jem" Coughlin (Renner). O que o primeiro possui de introspecção e firmeza o outro compensa com loucura e imprevisibilidade. Acompanhamos pois este grupo de criminosos em três assaltos: a um banco, onde Jem comete o erro crasso de trazer com eles uma refém, Claire (Hall); a uma carrinha de transporte de dinheiro; e a Fenway Park, estádio dos Boston Red Sox.



Descobrimos mais tarde no filme que a refém que Jem trouxe vive perto dos nossos quatro amigos, o que o deixa reticente. Doug oferece-se então para vigiar Claire, tratando de arranjar forma de estabelecer uma relação com ela. O que ele não esperava é que acabasse por gostar mesmo dela e que esta relação lhe provocasse vontade de abandonar a vida de criminoso e mudar de ares. O filme apresenta-nos depois ao chefe da máfia local, Fergie (Postlethwaite) e ao pai de Doug, Stephen (Cooper), que havia sido previamente condenado por ter assassinado dois polícias no decorrer de um assalto. A introdução destas duas personagens serve-nos como força motriz para entendermos mais a fundo a razão da vontade de mudar de Doug, perfeitamente justificada depois de conhecermos estas duas personagens. Pelo meio ainda surge a personagem de Blake Lively (famosa devido ao seu papel principal em "Gossip Girl"), a drogada e prostituta Krista, que consegue ser, na minha modesta opinião, das pessoas mais interessantes que o filme nos apresenta (se bem que o seu papel é francamente unidimensional).

Tudo isto ocorre na primeira hora de filme. Da segunda, pouco há mais a realçar excepto o ponto forte do filme: as duas extensas cenas de acção, maravilhosamente enquadradas, idealizadas, executadas e filmadas. Era mais do que óbvio que o nosso gangue não iria safar-se impune, sendo apanhado e encurralado pela equipa de FBI comandada pelo irredutível Agente Especial Frawley (Hamm).


Além das excelentes cenas de acção, as interpretações servem também muito bem o filme (os elogios que Affleck recebeu do seu elenco em relação ao seu processo de elaboração das personagens e ao seu talento comunicativo - e a qualidade, no ecrã, das interpretações - são mais uma prova do seu calibre e potencial como realizador), em particular a de Renner. O seu Jem é uma força bruta da natureza, implacável se deixado à solta. Gostei imenso de o ver completamente irreconhecível em relação ao seu sargento em "The Hurt Locker" e com um estilo tão peculiar quanto asqueroso, por vezes. A fotografia também é bastante impressionante, bem como a banda sonora que acompanha o filme.



Do final não vou revelar nada, só dizer que é extraordinariamente pouco inteligente e demonstra a qualidade ímpar que este filme - e Affleck - tenta atingir, sem infelizmente nunca o conseguir. É um bom filme, mas falha redondamente nalguns aspectos. Apesar de tudo isto, "The Town" é mais um passo na caminhada firme e acertada que Ben Affleck tem feito na transição entre actor e realizador e parece cada vez mais merecer as comparações feitas com outro grande actor-realizador norte-americano, Clint Eastwood. Esperemos que lá chegue.




Nota:
B


Informação Adicional:
Ano: 2010
Realização: Ben Affleck
Elenco: Ben Affleck, Blake Lively, Chris Cooper, Jeremy Renner, Jon Hamm, Peter Postlethwaite, Rebecca Hall
Argumento: Chuck Hogan, Ben Affleck, Peter Craig
Fotografia: Robert Elswit
Banda Sonora: Harry Gregson-Williams, David Buckley





sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Séries - Black Adder


Mais uma pérola da BritCom. E que pérola! Para muitos, a melhor série de sempre da televisão britânica e, para todos, um dos momentos mais altos da comédia e do humor negro. A prova de que Rowan Atkinson é bem mais do que o Mr. Bean que TODOS os anos pela altura do Natal e Ano Novo a RTP faz o favor de nos mostrar.

Rowan Atkinson é, ao longo de quatro temporadas, um herói condenado ao insucesso. Mas aqui, não se trata de um insucesso ridículo e patético. Não. Rowan Atkinson protagoniza sempre personagens bastante inteligentes, sem escrúpulos e capazes de tudo para conseguir subir no seu estatuto social que, em todos as temporadas, se caracteriza por ser o de um homem com um cargo relativamente alto e com alguma importância mas sempre insatisfeito com o que tem.


Ao longo das várias temporadas, Rowan Atkinson participa em vários momentos importantes da história da Inglaterra, começando em 1485 e terminando em 1917. Cada temporada é constituída por episódios de trinta minutos. Em todas elas é acompanhado por Baldrick (Tony Robinson), uma personagem que cria em nós uma sensação de pena, compaixão e solidariedade, perante uma personagem que não poderia ser mais primata, ignorante e limitada. Um pobre coitado, um autentico boneco nas mãos de Rowan Atkinson, que se encarrega de fazer dele tudo aquilo que lhe apetece, usando-o, sempre que necessário, para alimentar o seu gigantíssimo ego.



Na primeira temporada, Black Adder protagoniza o papel de Príncipe Edmund, filho bastardo do poderoso Rei Ricardo IV. É, possivelmente, a personagem mais limitada de toda a série. Uma entrada de mansinho por parte de Rowan Atkinson, que nos episódios finais nos deixa no ar a ideia das capacidades macabras de Black Adder.




Na segunda temporada, a minha favorita, Black Adder dá asas à sua imaginação e põe em prática toda a sua maldade. É fantástico o humor negro e a forma deliciosa como Rowan Atkinson consegue tocar em temas tão sensíveis como religião ou estereótipos sociais. Nesta temporada, Black Adder é novamente Edmund, um nobre importante do reinado da Rainha Elizabete I.


Na terceira temporada, entra em acção Hugh Laurie no papel de Príncipe de Gales (um jovem monarca inapto e profundamente incompetente), protagonizando Edmund o papel de seu fiel criado que se sente muito frustrado por ter que suportar todos os caprichos fúteis e ridículos do seu patrão. Toda a história decorre entre os séculos XVIII e XIX.



Por fim, na quarta temporada, Black Adder é um medroso capitão que participa na I Guerra Mundial, na frente Oeste, e que combate contra os alemães pela sua pátria. Obedece às ordens do Capitain Melchett e enfrenta diariamente o insolente Capitain Darling, em mais uma sátira fantástica e muito bem pensada por parte de Rowan Atkinson.


Uma série de culto e a prova das fantásticas capacidades de Rowan Atkinson, que infelizmente se ficou por apenas quatro temporadas. Continuo a acreditar que um dia ele voltará e o seu humor negro estará novamente presente na televisão britânica. Se na década de 80 conseguiu satirizar tanta coisa e de uma forma tão genial, agora terá certamente muito mais material para ridicularizar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Maratona Meryl Streep: "You so rarely get treated like crap!"

Continuando com os vídeos do AFI Life Achievement Award de 2003, atribuído a Meryl Streep...

Vim pegar, para o nosso penúltimo artigo sobre este prémio, nos três melhores discursos da noite. Todos engraçados à sua maneira, todos diferentes, todos com um único objectivo: honrar as amizades que todas elas têm com Meryl Streep e elogiar o quão boa a atriz é, pelo meio entretendo toda a sala. Preparem-se para rir (vá, pelo menos sorrir).




(Carrie Fisher)



(Nora Ephron)



(Tracey Ullman)

E, já agora, uma nota: COMO É POSSÍVEL TRACEY ULLMAN NÃO SER UMA ESTRELA MAIOR?


UPDATE: Candidatos a Óscar de Melhor Filme Estrangeiro



Quem vai suceder a "El Secreto de Sus Ojos?"

A Academia revelou hoje oficialmente, através de um comunicado de imprensa, os 65 países que irão competir pelos cinco lugares de nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (link).


Em comparação com a lista que publicámos há dias aqui no blog (link), que continha 62 submissões, 61 estavam correctas (só "Black Tulip", a entrada afegã, foi desqualificada). Surgiram na lista da Academia mais quatro países: a Etiópia ("The Athlete"), a Geórgia ("Street Days"), a Gronelândia ("Nuummloq") e o Quirziguistão ("The Light Thief").

Faremos uma análise mais pormenorizada mais tarde na corrida, quando soubermos mais sobre os filmes e sobre as suas hipóteses. Para já, diria que "Contracorriente" e "Incendies" são os favoritos à vitória.

 

Maratona Meryl Streep: César Awards

Este artigo faz parte da nossa semana temporada especial dedicada a Meryl Streep, intitulada apropriadamente Maratona Meryl Streep by Dial P For Popcorn. Vamos analisar os títulos mais importantes da sua filmografia e vamos tentar perceber como foi a sua carreira, como foi cada uma das suas nomeações aos Óscares e como é, portanto, a pessoa, a actriz, a mulher que se chama Mary Louise Streep.




Pouquíssimas lendas do cinema recebem este prémio, o Prémio Honorário (César d'Honneur) nos Césars (prémios de cinema da Academia Francesa). Meryl Streep recebeu-o em 2003. E ainda foi suficientemente fabulosa para discursar em fluente francês.





Quem é grande, é grande sempre. Meryl Streep é fantástica.

Maratona Meryl Streep: Óscares 1979 e 1980

Este artigo faz parte da nossa semana temporada especial dedicada a Meryl Streep, intitulada apropriadamente Maratona Meryl Streep by Dial P For Popcorn. Vamos analisar os títulos mais importantes da sua filmografia e vamos tentar perceber como foi a sua carreira, como foi cada uma das suas nomeações aos Óscares e como é, portanto, a pessoa, a actriz, a mulher que se chama Mary Louise Streep.



Como parte da Maratona Meryl Streep, também vamos abordar as corridas aos Óscares. Uma vez que já encerramos os anos 70 (nem comento o quão atrasada está esta maratona... mas enfim, continuemos), vamos discutir as duas primeiras nomeações de Meryl Streep aos Óscares - mal sabia ela, por esta altura, que um dia viria a ser a recordista do número total de nomeações.



1978


Em 1978, Meryl Streep começou a sua colecção de prémios com um Emmy. Sim, um Emmy, que lhe foi atribuído pela sua nomeação como Melhor Actriz em Mini-Série pela mini-série "Holocaust", da NBC.

A actriz conseguiu uma dupla nomeação nos BAFTA (os BAFTA são os prémios da Academia Britânica - British Academy Film and Television Awards): Melhor Actriz por "The Deer Hunter" e Melhor Actriz Secundária por "Manhattan". Na primeira categoria perderia (merecidamente) para Jane Fonda ("The China Syndrome") e na segunda perderia para Rachel Roberts ("Yanks"), numa daquelas típicas jogadas da Academia Britânica em apoiar talento inglês.

Meryl ganharia alguns prémios de críticos, entre eles o prémio de Melhor Actriz Secundária do NSFCA (National Society of Film Critics Awards), um dos primeiros grandes precursores dos Óscares, por "The Deer Hunter" e "Manhattan".

Mais tarde vieram os Globos de Ouro que se decidiram por Dyan Cannon ("Heaven Can Wait") para Melhor Actriz Secundária, a categoria na qual Meryl Streep estava nomeada. Jane Fonda ganharia Melhor Actriz - Drama por "Coming Home" e Maggie Smith, empatada com Ellen Burstyn ("Same Time, Next Year"), venceria Melhor Actriz - Comédia por "California Suite". 

A corrida começava a ganhar contornos por esta altura, com Jane Fonda a ser uma das grandes candidatas a Melhor Actriz, fosse por "Coming Home" (que eventualmente lhe deu a vitória) ou por "The China Syndrome" e com Maggie Smith a revelar grande pedigree por "California Suite" (por entre as várias nomeações como Actriz ou como Actriz Secundária, os Óscares decidiram dar-lhe a estatueta pela segunda categoria - correctamente, devo dizer). As senhoras de "Manhattan" (que só viria a estrear em 1979 nos Estados Unidos mas era elegível para os BAFTA) conseguiram três nomeações nos BAFTA mas para os restantes prémios teriam que vir a esperar mais um ano e por isso as outras candidatas na corrida para Melhor Actriz eram: Ellen Burstyn ("Same Time, Next Year"), Ingrid Bergman ("Autumn Sonata"), Jill Claybourgh ("An Unmarried Woman"), Glenda Jackson ("Stevie") e Geraldine Page ("Interiors"), Jacqueline Bisset ("Who's Been Killing The Great Chefs in Europe?"), Olivia Newton-John (contava com o voto popular pelo sucesso "Grease") e Goldie Hawn ("Foul Play"). Os Óscares conservariam quatro das cinco nomeadas para Melhor Actriz - Drama nos Globos mais Ellen Burstyn (que ocupava então o lugar de Glenda Jackson).

E para Melhor Actriz Secundária, além de Streep, Cannon e de Smith, tínhamos Maureen Stapleton ("Interiors"), Carol Burnett ("A Wedding"), Mona Washbourne ("Stevie) e Stockard Channing ("Grease"). Os Óscares ver-se-iam livres de Burnett e Washbourne (nomeadas para os Globos de Ouro com Streep e Cannon) para dar lugar a Smith e a Penelope Milford ("Coming Home") - uma nomeação que veio do nada, fruto do grande amor da Academia pelo filme, que viria a vencer os dois Óscares de Actor e Actriz.

Na noite dos Óscares, então, tivemos:



Dyan Cannon, Heaven Can Wait
Penelope Milford, Coming Home
Maggie Smith, California Suite
Maureen Stapleton, Interiors
Meryl Streep, The Deer Hunter




Nesse ano, ganhou a maior estrela do conjunto: Maggie Smith já vinha construindo um palmarés impressionante de grandes interpretações (e já tinha vencido antes, por "The Prime of Miss Jean Brodie") e tinha grande buzz, fruto da vitória nos Globos de Ouro. Além disso, foi sempre nomeada em todos os precursores, tenha sido quer em Melhor Actriz como em Melhor Actriz Secundária. Deste grupo, vi quatro das cinco interpretações - a de Meryl Streep, a de Penelope Milford, a de Maggie Smith e a de Maureen Stapleton - e tenho a dizer que provavelmente daria o prémio a Maggie Smith também. Com esta primeira derrota, Meryl Streep tornou-se na predilecta para ganhar um Óscar logo que a oportunidade surgisse. E esta não tardou muito.


1979


O ano de 1979 foi bastante diferente para Meryl Streep. Venceu o prémio de Melhor Actriz Secundária do NBR (National Board of Review) pela tripla de interpretações em "Manhattan", em "The Seduction of Joe Tynan" e em "Kramer vs. Kramer". Pelas mesmas interpretações ganhou (novamente) o prémio de Melhor Actriz Secundária nos NSFCA e venceu o Globo de Ouro nesta mesma categoria. Juntou-lhes vários prémios de grupos de críticos importantes, entre eles o de Los Angeles (LAFCC Awards) e o de Nova Iorque (NYFCC Awards).

Nos Óscares seria nomeada com duas das suas quatro companheiras dos Globos de Ouro (Candice Bergen, "Starting Over" e Jane Alexander, "Kramer vs. Kramer") tendo Kathleen Beller ("Promises in the Dark") e Valerie Harper ("Chapter Two") sido preteridas pela Academia a favor de Mariel Hemingway ("Manhattan") e Barbara Barrie ("Breaking Away"). Além destas, a corrida via Jessica Lange e Ann Renking ("All That Jazz"), Shirley MacLaine ("Being There") e Doris Roberts ("The Rose") desvanecer por entre os precursores e poucas hipóteses tinham todas as outras quando comparadas com o buzz que tinha Meryl Streep (significado: vitória asseguradíssima).

Na cerimónia dos Óscares de 1979, tínhamos então estas nomeadas:



Jane Alexander, Kramer vs. Kramer
Barbara Barrie, Breaking Away
Candice Bergen, Starting Over
Mariel Hemingway, Manhattan
Meryl Streep, Kramer vs. Kramer


O resultado: Meryl Streep ganhou, como é óbvio. Incontestavelmente.


(vídeo cortesia de YouTube e do canal Oscars, propriedade da AMPAS)



E vocês? Que acham das corridas aos Óscares desses anos?