O luso-caboverdiano Daniel Sousa está pré-seleccionado para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, com a sua curta "Feral". Como qualquer português bem sucedido na área cinematográfica, está a trabalhar nos Estados Unidos, onde fundou com amigos uma produtora. Seria um passo gigante para um português (ou lusodescendente, vá) conseguir uma nomeação nas categorias de curta-metragem, onde surgem muitas vezes artistas emergentes que depois continuam para maiores vôos. Aguardemos, portanto, que após constar destas dez finalistas, "Feral" se venha a tornar uma das cinco nomeadas.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Parece que foi ontem, mas já passaram dez anos
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Jorge Rodrigues
Gostava de dizer que não, que sou um crítico sério mas tem um enorme blind spot para esta comédia romântica de Richard Curtis, que depois "produziu" aquela terrível espécie de sequela à Hollywood chamada "Valentine's Day" de Garry Marshall (e pior, a sequela disso, "New Year's Eve") que nem consegue limpar os pés do original - que conta com um fantástico elenco (Hugh Grant no auge, Emma Thompson, Bill Nighy e Liam Neeson de volta, Laura Linney, Colin Firth e Alan Rickman sólidos e Keira Knightley, Andrew Lincoln e Chiwetel Ejiofor em ascensão e entre eles a portuguesa Lúcia Moniz e o brasileiro Rodrigo Santoro) e com o selo britânico a credibilizar o que de outro modo é uma narrativa bastante errática, desorganizada e mal desenvolvida.
Claro que as repetidas sessões televisivas, todos os santos natais, dificultam uma apreciação positiva à película, mas o seu charme, mesmo dez anos depois, permanece intacto. De Colin Firth a arranhar português a Laura Linney a abandonar Rodrigo Santoro na sua cama para socorrer o irmão, de Andrew Lincoln a dizer à Keira Knightley que ela é perfeita a Emma Thompson a esconder a descoberta da traição do marido, com o miúdo a correr pelo meio do aeroporto, "Love Actually" tem um polvilhado de momentos encantadores que compensam a falta de coesão do resto do filme. É impossível que não haja uma cena do filme que não vos comova. Ou ainda há por aí quem estoicamente não se impressione?
Que memórias guardam do filme?
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
Previsões Óscares 2013 (II): Filme
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Jorge Rodrigues
Continuemos a saga das previsões (eu bem sei que me devia deixar disto que o pessoal não gosta mas depois penso "porra o blogue é meu e eu gosto de tagarelar sobre os Óscares!" portanto pensem assim, quanto mais artigos eu despejar sobre o tópico durante o fim-de-semana, mais depressa acabo de falar sobre o tema, por isso aguentem que já passa) e falemos das duas categorias mais interessantes (não para mim, mas para o público em geral, que dos Óscares só quer saber quais são os melhores filmes e pouco mais): melhor filme e melhor realizador. Comecemos pela categoria rainha.
Com tanta desistência, o ano não se está a adivinhar muito famoso. Verdadeiros competidores só temos três e ambos vão estrear no mercado norte-americano nas próximas semanas: "Captain Philips" de Paul Greengrass (sim, é o moço que realizou o "United 93" e dois dos filmes do Jason Bourne), protagonizado por um senhor que dispensa apresentações (Tom Hanks) e muito elogiado pelos críticos que viram o filme em antestreia e há dias no Festival de Nova Iorque; "Gravity" de Alfonso Cuarón, protagonizado por Sandra Bullock e George Clooney (star power!), aclamado criticamente tanto em Veneza como em Toronto; "12 Years a Slave" de Steve McQueen (realizador dos estupendos "Shame" e "Hunger"), com um elenco vastíssimo encabeçado por Michael Fassbender, Sarah Paulson, Chiwetel Ejiofor e Lupita N'yongo, carregado de Oscar buzz e já rotulado como favorito depois da resposta entusiástica de Toronto.
Entre os já estreados, é melhor contarem com "The Butler" de Lee Daniels, que em receita de bilheteira já fez mais que metade dos filmes que cá vou mencionar vão fazer em conjunto e tem a Oprah Winfrey como trunfo importantíssimo do seu lado. Também ajuda que a temática do filme seja a história dos Estados Unidos lado a lado com o movimento anti-segregação racial. Outro filme já nos cinemas (americanos, não portugueses - as if!) é "Fruitvale Station", sensação de Sundance que parecia estar a caminho de materializar-se na mais recente história de sucesso do festival (seguindo os passos de "Beasts of the Southern Wild", "Precious" ou "Winter's Bone"), mas a bilheteira não ajudou e a conversa em torno do filme... esfumou-se. Ainda vem a tempo de fazer um comeback mas irá convencer os votantes? Duvidoso. Finalmente, há que mencionar "Prisoners". Boas críticas em Toronto, bom elenco (Gylenhaal, Jackman, Davis, Leo), bom realizador (Villeneuve) e aparentemente a crescer na receita de bilheteira. Cuidado com este filme se ultrapassar a barreira dos cem milhões. Com os adversários mais fortes da corrida a tombar e a fugir para 2014, não me admirava nada... Hipóteses mais remotas são "Before Midnight" (que devia ser presença obrigatória na corrida mas dificilmente não passará ao lado) e "Blue Jasmine" (que merecia que o pessoal visse para além de Cate Blanchett; but that ain't happening, folks!) - e nem falemos, por exemplo, de outros bons filmes do ano, como "Short Term 12" ou "Frances Ha".
Cannes pode voltar a fazer mossa na corrida (depois de "Amour" e "The Tree of Life" terem sido premiados no belo paraíso mediterrânico e conquistado múltiplas nomeações junto da Academia), com vários pretendentes. "Inside Llewyn Davis" é a aposta sensata, porque é dos irmãos Coen, porque já passou pelos festivais de fim-de-ano em território americano continuando as boas indicações e porque tem no elenco nomes conhecidos como Carey Mulligan, Oscar Isaac e Justin Timberlake, que sempre ajuda na altura de comparecer em carpetes vermelhas. A aposta dos "tolos", por assim dizer, é "Blue is the Warmest Color", que continua a fazer manchete nas notícias, mesmo do outro lado do Atlântico - o problema é que as notícias não são propriamente as mais simpáticas nem têm nada a ver com o filme propriamente dito. Acabarão por auxiliar o filme a encontrar audiência? Veremos. Pode pelo menos chamar mais gente à procura de saber de que se trata a confusão toda em torno de Adele Exarchopoulos e descobrirem uma interpretação passível de ser nomeada. Caladinhos mas firmes estão "Nebraska" e "All is Lost". Produtos americanos com selo de qualidade, o primeiro vem de Alexander Payne ("Sideways", "The Descendants") que provavelmente ficou perto do prémio máximo pelo seu último filme e que escolheu esta história de uma road trip entre pai (bêbedo negligenciador) e filho para seu próximo projecto. Digamos que promete. O segundo vem de J.C. Chandor, que espantou muitos com a sua nomeação para argumento original pelo seu anterior filme ("Margin Call") e que desta vez opta por um filme sem diálogo, em torno da lenda americana Robert Redford. A aclamação crítica que recebeu deixa-me a pulga atrás da orelha. De Toronto não abordei também "August: Osage County" e "Dallas Buyers Club", que emparelho aqui por uma razão muito simples: as críticas fazem principalmente referência às interpretações, não ao filme, o que me faz suspeitar que daqui só vão sair nomeações para os actores (se o filme resultar na bilheteira, a minha opinião muda, obviamente, especialmente se tal filme for "Dallas Buyers Club", porque combina vários pontos que fazem a Academia estremecer de satisfação, desde ser uma história verídica a ser protagonizada por um actor que sofreu uma grande transformação física para interpretar um homem doente) - o mesmo digo de "Labor Day".
Do que ainda está para vir, realço dois caça-Óscares óbvios. O novo filme de David O. Russell (que parece estar em estado de graça com a Academia agora), "American Hustle", conta com Jennifer Lawrence, Amy Adams, Christian Bale, Jeremy Renner e Bradley Cooper nos principais papéis (uau, eu sei) e com uma narrativa que tresanda a potencial. Será este the one para O. Russell? Ou será de novo batido por uma história baseada em factos reais, uma história do triunfo do espírito humano, mais leve e com dois enormes actores de classe mundial no topo de um elenco cheio de nomes conhecidos? Sim, estou a falar de "Saving Mr. Banks", que quem já viu deixa antever um filme fantástico mas cuja aparência me deixa mais prever um "Hitchcock" que outra coisa melhor. Todavia, não será a combinação Hanks + Thompson + Mary Poppins impossível de resistir, mesmo que o filme seja mau?
Falando de histórias mais leves, a corrida assim parece tender muito para o pesado, só dramas e thrillers, correcto? Parece que falta cá qualquer coisa mais esperançosa, mais simpática (pensem "The Blind Side"). O ano também tem algumas ofertas dessas. A começar por "Philomena", de Stephen Frears, que conta com Judi Dench no papel titular, uma idosa que parte à procura do filho que teve de entregar para adopção cinquenta anos antes; "Rush" é um nível diferente de satisfação, uma película desportiva alucinante sobre a história da rivalidade entre Nikki Lauda e James Hunt, pela mão de Ron Howard (uma das minhas kryptonites cinematográficas); "The Book Thief" é baseado na obra-prima "The Girl who Stole Books" de Marcel Zusak, em pezinhos de lã lançou um trailer e com um elenco com Emily Watson e Geoffrey Rush, um lançamento pleno de oportunismo na época natalícia e um estúdio disposto a lutar pela candidatura - 20th Century Fox, que o ano passado levou "Life of Pi" a dez nomeações e parece confiante que terá desfecho igual com este filme... E se não for com este, poderá ser com "The Secret Life of Walter Mitty", realizado por Ben Stiller (esse, o actor de "There's Something About Mary" e os mil filmes dos Fockers), a proposta mais intrigante da temporada cinematográfica (com um trailer que, confesso, deixou-me maravilhado com as possibilidades). Muito por onde escolher.
Falta falar da que é para mim a maior incógnita: "Her" de Spike Jonze. Já ouvi de tudo. Estreia em Nova Iorque dentro de dias, pelo que não teremos de esperar muito para saber com o que contar. Os elogios de Aronofsky surpreenderam-me. Um filme romântico pela mão de Spike Jonze? Quem diria. Pode ser espectacular e ganhar rios de nomeações... ou ser ignorado e ficar sem nada. A rever, quando soubermos mais do filme.
Organizando então as opções por probabilidade, fico com alguma coisa deste género (a verde os meus nomeados previstos):
Falta falar da que é para mim a maior incógnita: "Her" de Spike Jonze. Já ouvi de tudo. Estreia em Nova Iorque dentro de dias, pelo que não teremos de esperar muito para saber com o que contar. Os elogios de Aronofsky surpreenderam-me. Um filme romântico pela mão de Spike Jonze? Quem diria. Pode ser espectacular e ganhar rios de nomeações... ou ser ignorado e ficar sem nada. A rever, quando soubermos mais do filme.
Organizando então as opções por probabilidade, fico com alguma coisa deste género (a verde os meus nomeados previstos):
MUITO PROVÁVEIS
American Hustle
Captain Phillips
12 Years a Slave
PROVÁVEIS
The Butler
Gravity
Saving Mr. Banks
Philomena
COM ALGUMAS RESERVAS
Her
Rush
Inside Llewyn Davis
PARA LÁ DOS 10...
Fruitvale Station
Dallas Buyers Club
Nebraska
Prisoners
The Book Thief
The Secret Life of Walter Mitty
All is Lost
August: Osage County
Blue is the Warmest Color
Before Midnight
Agora deixo com vocês - que trocas faziam nas minhas previsões?
sábado, 28 de setembro de 2013
Fãs da Disney por aí?
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Jorge Rodrigues
Então acho que vão gostar das aventuras das Pocket Princesses, um comic da ilustradora Amy Mebberson. Alguns são mesmo engraçados. A colecção completa deles está AQUI. Bom proveito.
Previsões Óscares 2013 (II): Actualizações
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Jorge Rodrigues
Como sempre cá pelo estaminé, deixei as previsões a meio e entretanto já passaram os festivais de Veneza, Toronto e Telluride e ainda houve tempo para começar o de Nova Iorque, que basicamente deram um rodopio em várias categorias da corrida aos Óscares, pelo que era essencial que eu me obrigasse a sentar à secretária e destilar uns raciocínios inspirados sobre o que me parecem ser agora as principais figuras de cada categoria. Comece-se então por actualizar as quatro categorias que já tinha cá abordado, as quatro categorias de representação.
MELHOR ACTRIZ
Em Agosto profetizava-se a força que Cate Blanchett teria nesta corrida. Depois de visto o filme, posso dizer que muito dificilmente o Óscar lhe será roubado. Era preciso uma Amy Adams do outro mundo em "American Hustle". É que nem Meryl Streep (críticas boas, mas não os hossanas que seriam precisos para ganhar um quarto troféu), nem Judi Dench (só se os Weinstein arranjarem uma narrativa que apele ao lado sentimental dos votantes por uma das maiores actrizes da actualidade não ter um Óscar de melhor actriz) parecem candidatas à altura e Sandra Bullock precisa que "Gravity" seja um sucesso geral, com várias nomeações. A categoria perdeu Nicole Kidman, Marion Cotillard e Jessica Chastain para 2014, Naomi Watts foi pisoteada pelos críticos no Reino Unido (e acontecerá o mesmo nos Estados Unidos), Kate Winslet vai provavelmente sofrer pelas más críticas a "Labor Day" (aconteceu o mesmo a Theron e "Young Adult"), Berenice Bejo perdeu o lançamento que Cannes deu a "Le Passé" (muito menos apreciado em Toronto) e diz tudo da categoria quando para preenchermos os lugares de candidatos precisamos de recorrer a jovens como Brie Larson, Shailene Woodley e Adele Exarchopoulos. A corrida atingirá provavelmente o pico de interesse quando Adams e especialmente Emma Thompson estrearem, na época natalícia. Será que alguma delas tem o que é preciso para destronar Blanchett? Provavelmente não.
Previsão:
Amy Adams, "American Hustle"
Cate Blanchett, "Blue Jasmine"
Judi Dench, "Philomena"
Meryl Streep, "August: Osage County"
Emma Thompson, "Saving Mr. Banks"
MELHOR ACTOR
Curiosamente, a melhor das quatro corridas. Nada por resolver, muitos candidatos sérios ao lugar do topo. Que fazer, que fazer... Em Agosto a minha opinião era esta. Não mudei muito. Mantenho que Robert Redford é provavelmente o favorito, Bruce Dern terá na nomeação um bom prémio de carreira e Tom Hanks volta ao Dolby pela sua melhor interpretação (dizem) da última década (já vão treze anos desde "Castaway") - se não tivesse já dois, acredito que vencesse facilmente (algo que, como Day Lewis provou o ano passado, não é impossível). Chiwetel Ejiofor recebeu críticas magníficas pela sua interpretação em "12 Years a Slave" e portanto já quase nem há questão - tendo em conta que o filme está na posição principal para o Óscar de melhor filme - que será nomeado. A questão reside agora em três pontos fundamentais: (1) "Wolf of Wall Street" estreará em 2013? Os últimos rumores dizem que não, o que significa que até ver DiCaprio salta da lista. (2) Que tipo de papel é o de Christian Bale em "American Hustle"? Será suficiente para ganhar a nomeação? Os protagonistas de O. Russell costumam ser os mais 'quietos', por assim dizer. E (3) entre Oscar Isaac e Matthew McConaughey, quem vai ser o contemplado para ocupar a última vaga (isto se a corrida se revelar tão simples)? De fora fica Michael B. Jordan, à espera que "Fruitvale Station" seja melhor sucedido com a Academia do que tem sido com o público e a crítica. Parece-me mesmo que Melhor Actor vai ser a categoria mais difícil de decifrar, andando em fluxo entre os diversos prémios precursores.
Previsão:
Robert Redford, "All is Lost"
Tom Hanks, "Captain Philips"
Chiwetel Ejiofor, "12 Years A Slave"
Bruce Dern, "Nebraska"
Matthew McConaughey, "Dallas Buyers Club"
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
A categoria com menos entusiasmo e, diria mesmo, com maior falta de concorrentes em condições. Temos Oprah e temos Lupita N'yongo e depois vem o resto. Sarah Paulson só não tem sido mais falada porque custa a crer que "12 Years a Slave" consiga dupla nomeação mas do jeito que a categoria está só se aparecer agora algum filme no Outono que desafie as expectativas. Do contingente "August: Osage County" há-de sair alguém (do filme elogiadas mesmo só as interpretações, algo que não é incomum às produções John Wells), mas quem? Margo Martindale ou Julia Roberts numa interpretação secundária "falsificada"? Ou Scarlett Johansson por "Don Jon"? Os festivais, tirando N'yongo, não ajudaram a categoria em nada, dando apenas sugestões - além de Paulson, também June Squibb tem os seus apoiantes, bem como Carey Mulligan (precisa que o filme dê o clique com os votantes), Viola Davis (precisa de bilheteira para "Prisoners") e Octavia Spencer (o buzz de "Fruitvale" foi-se mesmo abaixo). De Linney a Harris, tudo o resto passou ao lado. Falta ainda vermos das meninas de "The Counselor", em especial Cameron Diaz (embora se possa contar sempre com a Penelope Cruz para roubar um filme), de Blanchett em "The Monuments Men", Moore em "Carrie" (o que parecia ridículo começa a desenhar-se como uma possibilidade viável agora) e Jennifer Lawrence em "American Hustle". E com tudo isto, será que alguém ainda se lembra do quão fantástica está a Sally Hawkins em "Blue Jasmine"?
Previsão:
Jennifer Lawrence, "American Hustle"
Lupita N'yongo, "12 Years a Slave"
Sarah Paulson, "12 Years a Slave"
Octavia Spencer, "Fruitvale Station"
Oprah Winfrey, "The Butler"
Oprah Winfrey, "The Butler"
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
A mais preponderante adição à corrida é a de Daniel Brühl, com "Rush" a ser uma surpresa tanto para a crítica como o grande público, que na semana de estreia tem aderido em massa ao novo filme de Ron Howard (para meu desencanto, que não suporto o estilo do realizador). Continuam a parecer boas opções Bradley Cooper e Michael Fassbender (este até reforçada pelos elogios à interpretação e ao filme), enquanto que à semelhança do raciocínio feito acima para DiCaprio, até ter notícias salta fora McConaughey daqui (e agora até começo a questionar se Jonah Hill não será melhor hipótese, pelo mesmo filme) e também vai fora Ruffalo com a mudança de "Foxcatcher" para 2014. A estreia de "Captain Philips" esta semana traz a incógnita Barkhad Abdi, numa interpretação aparentemente memorável mas difícil de digerir (o que lhe retira o automático coro de "nomeação garantida!" com que seria brindado de outra forma). De resto, mantenho a opinião que a corrida ainda tem muito que desvendar, porque os concorrentes que temos agora disponíveis são pouco convincentes para serem nomeados (não que não o mereçam, é diferente). Vistos até agora temos os rapazes de "Blue Jasmine" (Cannavale, Baldwin e Dice Clay, mas a algum merecer menção, será Cannavale), Josh Brolin por "Labor Day", McConaughey por "Mud", Jared Leto com boas críticas por "Dallas Buyers Club" (mas precisará, assumo eu, que McConaughey também consiga a nomeação para sonhar ele próprio em ser nomeado), George Clooney ("Gravity"), Steve Coogan ("Philomena" - mais provável em argumento), Benedict Cumberbatch e Chris Cooper ("August: Osage County"), Will Forte ("Nebraska)", Cooper e Gosling por "Place Beyond the Pines", James Franco por "Spring Breakers", David Oyelowo ("The Butler") e John Goodman ("Inside Llewyn Davis"). Falta sabermos dos rapazes de "The Monuments Men" e "The Counselor", de "American Hustle", de "Saving Mr. Banks"... Resumindo, sabemos muito pouco, para já.
Previsão:
Barkhad Abdi, "Captain Philips"
Daniel Brühl, "Rush"
Bradley Cooper, "American Hustle"
Michael Fassbender, "12 Years A Slave"
Jared Leto, "Dallas Buyers Club"
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Para 2014 também está bem
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Jorge Rodrigues
Já circulavam rumores sobre problemas na pós-produção e agora confirmam-se: "Foxcatcher", cujo teaser trailer foi lançado online no dia de ontem, viu a sua estreia protelada para a Primavera de 2014, impedindo assim a sua competição à cerimónia dos Óscares deste ano, para a qual era apontado como um dos principais favoritos a várias categorias. A sua distribuidora, a Sony Pictures Classics, está do lado da equipa de produção do filme (o que é sempre boa notícia, ou não esqueçamos ainda que esta semana, a acompanhar a mudança de "Grace of Monaco" para 2014, vinha uma missiva da The Weinstein Company que o filme mudaria para 2014 porque não estaria em campanha para os Óscares e nele só viam possibilidade comercial - pobre Nicole Kidman...) e com esta mudança pretende conferir a Bennett Miller (o realizador, cujos esforços prévios resultaram em inúmeras nomeações aos Óscares - "Moneyball" e "Capote") e companhia mais tempo para finalizar a película.
Apesar da Sony Pictures Classics ter ordenado a remoção dos trailers da Internet, ainda é possível encontrar alguns por aí, pelo que aqui fica (até tempo indefinido, porque penso que a SPC conseguirá encontrar e bloquear os restantes que existam). Do vídeo , o que me fica sobretudo é o enorme potencial da interpretação do cómico Steve Carell, num registo bem mais escuro e dramático.
A corrida, agora, parece estar à mercê de um saque por parte de "American Hustle"; se não, "12 Years A Slave", "Captain Philips" e "Gravity" repartem o favoritismo entre si. Via aberta para O. Russell finalmente levar o troféu principal?
Sem mais a acrescentar...
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Jorge Rodrigues
Mrs. Meryl Streep em mais uma das suas incontornáveis criações, para "Into the Woods", a adaptação cinematográfica do famoso musical da Broadway, por Rob Marshall. Dezembro 2014 está já aí à esquina, pessoal!
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Já tenho (pelo menos) um pónei na corrida a Filme Estrangeiro...
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Jorge Rodrigues
... Com a nomeação (mais que merecida) de "O Som Ao Redor", de Kléber Mendonça Filho, pelo Brasil, pátria sempre a ter em conta na corrida ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (quatro nomeações na categoria, além de várias outras noutras categorias, de Fernanda Montenegro a melhor actriz em 1998 por "Central do Brasil" até ao filme brasileiro mais popular de sempre, "Cidade de Deus", infamemente ignorado pelo comité em 2002 mas presenteado no ano seguinte com quatro nomeações, entre elas melhor realizador e melhor argumento adaptado).
A lista completa (até agora) de submissões pode ser encontrada aqui. A submissão portuguesa é "As Linhas de Wellington", de Valeria Sarmiento (viúva de Raul Ruiz, que concluiu este que era para ser o seu último filme), que terá uma hipótese em um milhão de conseguir uma nomeação (se isso).
De resto, o ano não tem prometido grandes surpresas na categoria, com "Jagten ("The Hunt") a constituir-se como o cabeça de corrida provável se a Dinamarca o indicar ao Óscar (tendo em conta o passado recente, nunca se pode confiar nas escolhas do comité dinamarquês) e com outros títulos como "Heli" de Amat Escalante (película mexicana premiada em Cannes), o romeno "Child's Pose" (elogiado pela crítica em Berlim) e o chileno "Gloria" (elogiado em Berlim e Toronto). Não duvido que estes quatro se possam tornar, também eles, "meus" póneis. Assim gostaria. Para já, fico-me na certeza que já tenho por quem torcer na corrida... e claro está, esta é a melhor recomendação que posso fazer para que todos vejam "O Som Ao Redor". Toca a mexer!
Saramago, Gylenhaal e Villeneuve
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Jorge Rodrigues
Do primeiro sou um fã assumido desde que pelas minhas mãos passou "Ensaio sobre a Cegueira" - à profunda admiração seguiu-se a obsessão quando devorei "O Ano da Morte de Ricardo Reis", recomendação obrigatória para qualquer pessoa que goste de literatura portuguesa (aliás, qualquer fã de literatura). Não foi por acaso que José Saramago foi Prémio Nobel.
O segundo tem no currículo "Donnie Darko", "Brokeback Mountain" e "Zodiac". Para mim isso significa passe vitalício. Mesmo "End of Watch", "Brothers", "The Good Girl" e "Bubble Boy" foram bem melhores do que esperava. Uma boa carreira para um moço com apenas 32 anos, com uma nomeação ao Óscar (e provavelmente esteve muito perto de vencer esse ano) e próximo da A-List. Jake Gylenhaal tem tudo para ascender a ícone da sua geração mais cedo ou mais tarde.
O terceiro é quem tem de me convencer. "Incendies" foi um bom filme, mas nada de extraordinário para as hossanas que a crítica lhe lançou. Não conheço a filmografia dele para trás (meu erro talvez, eu sei) mas sei que os seus dois novos filmes - este "Enemy" e "Prisoners" - foram muito elogiados em Toronto. O segundo já estreou inclusive em território americano (o primeiro vai ter vida difícil para ser distribuído, penso eu) com bom resultado de bilheteira. Fico à espera de ser surpreendido (ou ver confirmado o talento que a espaços Denis Villeneuve exibiu no candidato ao Óscar de Filme Estrangeiro de 2011).
Tudo isto para mencionar que "Enemy" ganhou hoje o primeiro poster e primeiro teaser trailer e que estou embeiçado por ambos (por ambos, pela Mélanie Laurent e pela Sarah Gadon - que duas enormes actrizes!). Olhem-me esta beleza de poster (em comparação, por exemplo, com o poster insípido de Labor Day - lançado esta semana também - que ganhou certamente inspiração nesta outra criação pálida) Venha o Outono e finalmente os filmes que interessam!
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Hipótese de redenção
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Jorge Rodrigues
Alexander Payne, já me deste "Citizen Ruth", "Election", "About Schmidt" e "Sideways". O problema é que a última vez que nos encontramos o que saiu foi "The Descendants". Pois. Muito a redimir com este "Nebraska". O que ouvi de Cannes não me inspira grande confiança mas se em Toronto/Telluride gostaram tanto do filme... Fico à espera.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Sai um Óscar para o Matthew McConaughey?
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Jorge Rodrigues
No seguimento da maior ressurreição de uma carreira deste lado de Robert Downey Jr, Matthew McConaughey surge em grande destaque no primeiro trailer de "Dallas Buyers Club", de Jean Marc-Vallée, no qual interpreta o papel principal, o do texano Ron Woodroff que no seio da epidemia do VIH/SIDA durante a década de 1980 nos Estados Unidos, começou a contrabandear AZT (uma droga na época não aprovada pela FDA) da América Latina para o seu país, após ter sido diagnosticado com a doença e terem-lhe sido dados trinta dias de vida. Uma história emocionante, portanto, à somar à imensa transformação física a que McConaughey - e também Jared Leto - se submeteram promete inspirar os votantes da Academia a votar no filme. Para já, cá fica o primeiro trailer:
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Encantador
Publicada por
Jorge Rodrigues
Parece-me. O filme... e o livro, dizem-me. Está no topo da minha lista a ler. Não tarda nada estou a pegar nele. Mal posso esperar. Depois disto e de "Monsieur Lazhar", parece-me que a Saoirse Ronan ("Atonement") tem nova herdeira no que a interpretações juvenis de excelência diz respeito. A Sophie Nelisse não engana. E a Emily Watson é sempre bem-vinda.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Este tipo de promoção não se compra
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Jorge Rodrigues
ok so i saw a rough cut of the best film i've seen in a long time. spike jonze's her is exceptional. reminds me why i love film.— darren aronofsky (@DarrenAronofsky) August 18, 2013
Estamos a falar de um dos melhores realizadores da actualidade (Darren Aronofsky) a elogiar o novo filme de outro, um dos meus favoritos, "Her" de Spike Jonze. Literalmente mal posso esperar.
domingo, 18 de agosto de 2013
Previsões Óscares 2013 (I): Actriz Secundária
Publicada por
Jorge Rodrigues
Já falamos da questão Meryl Streep aqui, quando abordamos as candidatas a melhor actriz. Não vale a pena demorar-me de novo no assunto - se a Academia ceder e nomear a actriz nesta categoria, será uma forte candidata a vencê-la (o mesmo aconteceria se nomeada para actriz principal). O problema da colocação de Streep acaba é por complicar a campanha de outras actrizes do elenco do seu filme, à cabeça Margo Martindale, Juliette Lewis, Abigail Breslin e Julianne Nicholson, o que é injusto, especialmente no caso da veterana actriz, vencedora recente do Emmy, que poderia ter aqui outro momento para brilhar. Outro ponto de interrogação na categoria é a colocação de Amy Adams por "American Hustle", podendo-se passar o mesmo que Streep. Seria outra forte candidata a vencer (sobretudo se Streep não fosse nomeada aqui e se Jennifer Lawrence não roubar o holofote pelo mesmo filme e conseguir a nomeação ao invés de Adams). Adams tem mesmo outra grande possibilidade de nomeação, pelo novo filme de Spike Jonze, "Her". Uma dupla nomeação (e finalmente uma vitória para a actriz) não me parece uma hipótese tão remota assim de acontecer. A terceira grande candidata da categoria é Oprah Winfrey, de volta à representação em "The Butler" de Lee Daniels que, apesar das críticas medianas do filme, tem obtido excelentes elogios à sua prestação, sendo quase ponto assente que a actriz é um dos nomes fortes para nomeação - o problema é também a sua colocação, num papel que muitos consideram maior demais para consideração como actriz secundária. Até ver, é aqui que os Weinstein a querem colocar, mas com as vicissitudes da corrida, quem sabe não mudam de ideia...
Quem também conseguiu boas críticas pela sua prestação foi Carey Mulligan, que em Cannes recebeu os típicos louros por mais uma interpretação feliz em "Inside Llewyn Davis". Algum dia ela terá de regressar ao Dolby - será este ano, depois de ignorada por forte trabalho em "Never Let Me Go" e "Shame"? Também por Cannes passou June Squibb, com boas críticas pela sua prestação em "Nebraska" de Alexander Payne - se o filme pegar entre os membros da Academia e conseguir várias nomeações, a nomeação desta veterana pode ser uma delas. Mais duas actrizes já tiveram os seus filmes vistos e o seu trabalho bem recebido: Octavia Spencer em "Fruitvale Station" e Sally Hawkins em "Blue Jasmine". A primeira parece-me ter tudo para conseguir mais uma nomeação; já a segunda, depois de ignorada por "Happy-Go-Lucky" e "Made in Dagenham" há alguns anos atrás, apoia uma interpretação de alto calibre de Blanchett, sendo obrigada a ser ofuscada durante a maioria da sua película. Muitas vezes este é o tipo de performance mais difícil de executar bem e talvez por isso acabe de novo fora das nomeadas.
A época dos festivais trará mais interpretações a jogo, entre elas a de Cate Blanchett em "The Monuments Men" (a ter, aparentemente, um óptimo ano, deverá ser por "Blue Jasmine" que o reconhecimento virá mas uma dupla nomeação como conseguiu em 2007 não se pode descartar, a Academia quando gosta dela, gosta mesmo dela), a de Penelope Cruz e Cameron Diaz (particularmente esta; o papel é supostamente fantástico) em "The Counselor", Nicole Kidman em "The Railway Man" (também a jogo por "Grace of Monaco" como melhor actriz e com melhores probabilidades lá), Laura Linney em "The Fifth Estate" (um filme que dará que falar, uma actriz triplamente nomeada), Naomie Harris por "Mandela: A Walk to Freedom" (resta saber se é co-protagonista ou mesmo actriz secundária), Kristin Scott-Thomas por "The Invisible Woman", Jennifer Garner em "Dallas Buyers Club" (outro filme que, à custa de McConaughey, vai estar debaixo de todos os olhares) e Lupita Nyong'o em "12 Years a Slave" (uma das grandes apostas do ano). Também no final do ano mais três candidatas de peso poderão revelar-se: Vanessa Redgrave em "Foxcatcher", Julianne Moore por "Carrie" e Catherine Keener por "Captain Phillips". E depois há a questão Viola Davis: a Academia deverá ter vontade, digamos, de corrigir a nega que deram à actriz em 2010. Até agora a actriz manteve-se em low profile - e fez ela bem, voltando este ano com dois bons papéis, em "The Disappearance of Eleanor Rigby" e "Prisoners". Será que algum deles lhe trará a glória? Ou pelo menos mais uma nomeação?
Muitas candidatas, cinco lugares apenas. Os festivais diminuirão a lista significativamente, até ficarem sete a dez nomes plausíveis para a época das festividades reduzir para seis, sete candidatas - como de costume. A surpresa o ano passado, como já é hábito há muitos anos, foi pouca. Como eu vejo a corrida agora, serão estas as candidatas mais fortes...
Previsão das nomeadas:
Amy Adams, "Her"
Cameron Diaz, "The Counselor"
Margo Martindale, "August: Osage County"
Octavia Spencer, "Fruitvale Station"
Oprah Winfrey, "The Butler"
Previsões Óscares 2013 (I): Actor Secundário
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Jorge Rodrigues
Como habitualmente, esta promete ser uma categoria difícil de resolver (no que a nomeados diz respeito) mas fácil de premiar (o vencedor é - excepção feita ao ano passado - alguém que costuma fazer uma limpeza geral aos prémios todos do circuito). A categoria do ano passado, apesar de excitante de seguir pelo fluxo de gente a entrar e a sair a cada conjunto de nomeações e prémios anunciados e pelos múltiplos vencedores que foi tendo ao longo da época de premiações, acabou por reunir uma colecção de antigos galardoados com o prémio algo enfadonha, quando um bocadinho de colorido aqui e ali - McConaughey ("Magic Mike"), Samuel L. Jackson ou Leonardo DiCaprio ("Django Unchained") ou Javier Bardem ("Skyfall") - traria mais alguma diversidade e interesse à corrida. A vitória sorriu a Christoph Waltz, que reciclou para "Django Unchained" a sua personagem Hans Landa de "Inglorious Basterds". Pronto, o homem dá-se bem com diálogos do Tarantino - e daí? Quer dizer que o homem ganha um Óscar basicamente sempre que lhe apetece fazer por isso? Daqui a pouco é o novo Daniel Day-Lewis (já não falta muito, só mais uma estatueta).
Muitos dos homens mencionados acima voltam à corrida este ano. Matthew McConaughey terá uma temporada de campanha em cheio, porque seja como actor principal ("Dallas Buyers' Club") seja como actor secundário ("Mud" e "Wolf of Wall Street", provavelmente este último será a sua melhor hipótese, embora terá também que lutar internamente contra Jonah Hill, nomeado em 2011 e que poderá ter possivelmente nova hipótese), tem várias oportunidades para tentar a nomeação. Outro actor roubado de uma nomeação o ano passado (podemos falar de duas consecutivas, contando com "Shame" o ano antes também) foi Michael Fassbender. O homem regressa à competição tanto em actor principal ("The Counselor") como em actor secundário - e deverá ser nesta última que terá mais hipóteses, por "12 Years a Slave" de Steve McQueen. O papel clama atenção da Academia (vilão, crueldade para os escravos, filme de época, actor no timing certo - tudo aquilo que eles gostam nesta categoria). Veremos se pega.
Um recente nomeado de volta é Mark Ruffalo por "Foxcatcher", o novo filme de Bennett Miller que promete fazer estrago na corrida - é um projecto pessoal do próprio (que conseguiu nomeações para filme, actor e um dos seus actores secundários para os seus dois primeiros filmes, "Capote" e "Moneyball"), é uma história verídica perturbante e conta com um elenco fantástico (liderado por Carell - já falado em actor principal, Ruffalo e Channing Tatum, outro com possibilidade de nomeação aqui). Ruffalo é querido pela indústria, já conseguiu o mais difícil - ser nomeado (2010), que parecia que nunca iria acontecer - e portanto pode pensar (o papel também ajuda) em repetir o feito. Outros nomeados recentes a ter em conta também são Bradley Cooper e Jeremy Renner pelo novo filme de O. Russell (se "American Hustle" provar ser tão diverso e dar tanto que fazer como os filmes prévios de O. Russell, é de esperar que algum dos actores secundários - entre Renner, Lawrence e Cooper - consiga um bom papel e respectiva nomeação), Matt Damon ou George Clooney (falta sabermos quem é o real protagonista de "The Monuments Men" e se haverá mais alguém do elenco secundário a roubar cenas, como Bob Balaban ou Bill Murray por exemplo) e Javier Bardem (que já venceu a categoria, tal como Clooney) e Brad Pitt por "The Counselor" de Ridley Scott. George Clooney tem ainda um papel secundário que desperta muita curiosidade em "Gravity" de Alfonso Cuarón (temo que este filme não vá resultar ou não vá ser do agrado da Academia, à la "Children of Men", mas Clooney e Bullock são mel para a crítica e para o grande público por isso pode ser que se dê bem) e Jeremy Renner obteve ainda boas críticas pela sua prestação em "The Immigrant" de James Gray, já discutido previamente. Também falado anteriormente em melhor actor mas de nota aqui é a interpretação de Josh Brolin em "Labor Day" de Jason Reitman - isto porque a interpretação pode tão facilmente ser considerada principal como secundária, como penso que irá acontecer - o que o fará (tendo em conta o papel), se o filme tiver sucesso, um dos favoritos a vencer.
Além da grande percentagem de regressos que comummente pautam as listas de nomeados aos Óscares todos os anos, constam sempre nomes novos (não o ano passado mas, como já referido, foi uma excepção). Tony Danza ("Don Jon") numa espécie de prémio por uma carreira relevante na indústria (e parcialmente porque toda a gente gosta do homem), Will Forte ("Nebraska") se o filme cativar muitos membros da Academia e arrastar consigo algumas nomeações menos óbvias para lá de argumento, realizador, filme e actor - o mesmo é aplicável a Jared Leto ("Dallas Buyers Club"), Daniel Brühl ("Rush") porque todos os anos há sempre um actor com uma transformação física espantosa na conversação, Tim Roth ("Grace of Monaco") pelas mesmas razões de Will Forte só que muda actor para actriz - o mesmo se aplica a Steve Coogan ("Philomena") e a Benedict Cumberbatch ("August: Osage County"), se bem que este tem ainda o bónus adicional de estar no momento exacto e na transição para A-List para esta premiação suceder. Falta ainda referir o homem camaleão, um dos verdadeiros character actors da actualidade, que surge em vários filmes por ano e em todos é bom mas acaba sempre por não obter reconhecimento - será este o ano de John Goodman? E por que filme? "Saving Mr. Banks", "Inside Llewyn Davis" (pelas críticas, o mais provável) ou "The Monuments Men"?
Pergunta final: e começar a montar uma campanha para Ewan McGregor ser nomeado por "August: Osage County"? É que não é só "Moulin Rouge!", "Trainspotting", "Velvet Goldmine", "Shallow Grave", "Big Fish", "Young Adam"... Já vai numa sequência seguida de grandes interpretações - "I Love You Philip Morris", "The Ghost Writer", "Beginners", "The Impossible"... Quanto mais tempo demorarem, Academia, maior é a vergonha...
Pergunta final: e começar a montar uma campanha para Ewan McGregor ser nomeado por "August: Osage County"? É que não é só "Moulin Rouge!", "Trainspotting", "Velvet Goldmine", "Shallow Grave", "Big Fish", "Young Adam"... Já vai numa sequência seguida de grandes interpretações - "I Love You Philip Morris", "The Ghost Writer", "Beginners", "The Impossible"... Quanto mais tempo demorarem, Academia, maior é a vergonha...
Previsão dos nomeados:
Javier Bardem, "The Counselor"
Bradley Cooper, "American Hustle"
Michael Fassbender, "12 Years a Slave"
Matthew McConaughey, "Wolf of Wall Street"
Mark Ruffalo, "Foxcatcher"
sábado, 17 de agosto de 2013
Interessados no Capitão Phillips?
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Jorge Rodrigues
Confesso que este segundo trailer me deixou mais intrigado. "Captain Phillips" é, como saberão, um thriller de acção protagonizado por Tom Hanks (duplo vencedor do Óscar de Melhor Actor) e realizado por Paul Greengrass (que realizou um dos meus filmes favoritos da última década, "United 93") que narra a história verídica do capitão Richard Phillips e do assalto ao seu navio por piratas da Somália.
O filme é distribuído cá em Portugal pela Warner Brothers e chega aos nossos cinemas dia 17 de Outubro.
Previsões Óscares 2013 (I): Actor
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Jorge Rodrigues
MELHOR ACTOR
Falemos agora de melhor actor. A categoria parece, para já, repleta de potenciais candidatos. A época de festivais deverá ajudar a separar os reais competidores de quem não veio para concorrer a sério. O campo parece promissor, com antigos vencedores, os veteranos, os habitués e o sangue novo à caça do prémio mais ambicionado do planeta. Vamos por partes.
Veteranos
Robert Redford (por "All is Lost" de J.C. Chandor) e Bruce Dern (por "Nebraska" de Alexander Payne) estiveram em destaque no festival de Cannes, tendo mesmo o último vencido o prémio de melhor interpretação masculina do certame. Tudo indica que ambos terão que ser levados a sério para vencer o troféu - tanto um como outro são muito queridos pela indústria e não obstante Dern nunca ter sido nomeado pela Academia apesar da sua longa carreira, Redford - que já tem Óscares (por "Ordinary People") - nunca venceu um Óscar por representação, sendo um dos maiores actores vivos. Uma corrida a dois que promete.
Antigos Vencedores
O duplo vencedor Tom Hanks espera imitar Denzel Washington o ano passado e também ele voltar às nomeações por "Captain Phillips" de Paul Greengrass. Também Forrest Whitaker, que não tem levantado grande entusiasmo na sua carreira depois da sua vitória em 2007, está de volta com "The Butler" de Lee Daniels. E apesar de não haver grande confiança no projecto - aguardamos notícias de Toronto - Colin Firth é sempre alguém a ter em conta na corrida, desta feita por "The Railway Man".
Os Habitués
No topo da lista de actores com mais prestígio sem Óscar está Leonardo DiCaprio - algo que é inadmissível para alguns. Confesso que é um actor que me é indiferente - e precisa de mostrar novas facetas para levar o prémio. Depois de "Django Unchained" e "The Great Gatsby", esta colaboração mais colorida com Scorsese em "The Wolf of Wall Street" poderá finalmente trazer-lhe sucesso. Outro grande candidato - embora não seja habitual nas cerimónias, tem que ser considerado aqui, até porque já venceu um Óscar, se bem que noutra categoria - é Christian Bale, com duas possibilidades este ano - "American Hustle" de David O. Russell e "Out of the Furnace" de Scott Cooper. Qualquer um dos dois é uma boa aposta. Esperar para ver qual - se algum - será candidato a sério. Depois de ter sido provavelmente o segundo classificado da corrida do ano passado (ou pelo menos gosto de pensar que sim), Joaquin Phoenix volta este ano com mais duas películas: "Her" de Spike Jonze e "The Immigrant" de James Gray. Ambos os filmes parecem completamente desenquadrados com o tipo de filme que a Academia gosta de premiar mas seria qualquer coisa de sensacional se o actor conseguisse nova nomeação (talvez melhor sorte para o ano com "Inherent Vice"?). Depois temos a questão "The Monuments Men", o novo filme de George Clooney, que conta com um largo elenco mas que parece ser presidido pelo próprio ou por Matt Damon. Quando o filme for visto saberemos mais - inclusive se é para ser levado a sério - mas terá um protagonista declarado ou será como "Argo"? Finalmente, outros candidatos a considerar: Hugh Jackman e Jake Gylenhaal ("Prisoners"), Josh Brolin ("Labor Day" e "Oldboy") e Bradley Cooper ("Serena").
Sangue Novo
Quando se fala em sangue novo referimo-nos habitualmente a juventude. Contudo, da faixa etária mais jovem só duas possibilidades surgem à cabeça: Miles Teller por "The Spectacular Now" que não parece ter hipótese nenhuma e Michael B. Jordan, que protagoniza o êxito de Sundance "Fruitvale Station" e que pode alcançar uma nomeação fácil se (e é um grande se) o seu filme encantar o público como encantou a crítica - e os Weinstein fizerem uma campanha forte. No sangue novo quis incluir também gente que nunca foi nomeada (e que nalguns casos já devia ter sido) e que portanto poderá conseguir a primeira nomeação este ano. Falo de Michael Fassbender (por "The Counselor" de Ridley Scott), Chiwetel Elijofor (por "12 Years a Slave" de Steve McQueen), Steve Carell (por "Foxcatcher" de Bennett Miller), Idris Elba (por "Mandela: A Walk to Freedom"), Benedict Cumberbatch (por "The Fifth Estate" de Bill Condon), Oscar Isaac (por "Inside Llewyn Davis" dos irmãos Coen), James McAvoy (há muito à espera de uma nomeação, por "The Disappearance of Eleanor Rigby") e o rejuvenescido Matthew MacConaughey (por "Dallas Buyers Club" de Jean-Marc Vallée). Gostava de pensar que Mads Mikkelsen ("The Hunt") terá alguma hipótese - bem como Paul Rudd e Emile Hirsch ("Prince Avalanche") mas é mais fruto da minha imaginação que outra coisa. E que dizer do enigma Ben Stiller ("The Secret Life of Walter Mitty")?
De qualquer forma, aqui temos uma corrida interessante, com muitos candidatos. Arriscando uma lista de nomeados...
Previsão dos nomeados:
Christian Bale, "American Hustle" ou "Out of the Furnace"
Bruce Dern, "Nebraska"
Leonardo DiCaprio, "The Wolf of Wall Street"
Tom Hanks, "Captain Phillips"
Robert Redford, "All is Lost"
Previsões Óscares 2013 (I): Actriz
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Jorge Rodrigues
Com a peculiar possibilidade que surgiu na imprensa esta passada semana de Meryl Streep estar a planear competir na categoria de melhor actriz secundária aos próximos Óscares por "August: Osage County" (filme, relembre-se, baseado na peça premiada com um Pulitzer de Tracy Letts, na qual a sua personagem, Violet Weston, é claramente uma co-protagonista), lembrei-me que já era tempo de começar a alinhavar qualquer coisa no que a previsões diz respeito. Então cá estão as minhas primeiras previsões aos Óscares de 2013, começando pela categoria de melhor actriz.
MELHOR ACTRIZ
Dos filmes já vistos, um concorrente firme já surgiu: Cate Blanchett em "Blue Jasmine" de Woody Allen conquistou as tão ambicionadas críticas brilhantes que uma interpretação como a sua precisava para vincar a sua posição na corrida. Será uma montanha complicada de trepar, uma vez que só por uma vez o grande Woody Allen conseguiu uma nomeação para uma actriz principal dos seus dramas (a lendária Geraldine Page, por "Interiors"; adenda: eu tive de corrigir para dramas, porque não tinha incluído, como bem me apontaram, a vitória de Diane Keaton por "Annie Hall"; o meu ponto de vista era que em dramas, o velho Woody não tem tanto sucesso na Academia). Outros concorrentes já conhecidos e com alguma - apesar de mínima - hipótese na corrida são a Berenice Bejo por "Le Passé" de Ashgar Farhadi ("A Separation") e a Julie Delpy pela terceira parte da trilogia de Richard Linklater, "Before Midnight". Ambos os filmes parecem mais destinados a nomeações na categoria de melhor argumento original do que aqui, embora se a competição encurtar, os seus nomes provavelmente virão à baila com os críticos e aí, tudo pode acontecer. Em Cannes também a tipicamente excelente Marion Cotillard obteve boas críticas pela sua prestação em "The Immigrant" de James Gray; contudo, apesar da personagem parecer conter traços que a Academia noutro filme festejaria de bom grado, Gray, Phoenix e a própria Cotillard não parecem merecer uma simpatia global capaz de lhe conseguir essa nomeação (se não conseguiu o ano passado por "Rust and Bone", dificilmente o fará este ano). [adenda: esqueci-me de mencionar aqui Adele Exarchopoulos de "Blue is the Warmest Color" que vários críticos americanos consideram uma fortíssima possibilidade a nomeação]
Diria que as suas hipóteses são mínimas porque com a queda da folha chegam os pesos pesados. À cabeça está Amy Adams, aparentemente transcendente (ainda mais?) em "American Hustle" de David O. Russell. Diz quem sabe que o papel é fantástico, que ela é extraordinária nele, que mostra uma faceta desconhecida do público e da crítica até agora e que será, possivelmente, o melhor O. Russell até agora. Expectativas no alto. Estamos a falar de uma actriz quadruplamente nomeada. Depois temos a situação Meryl Streep. Se a nomeação vier como actriz secundária, a categoria basicamente estará ganha. Mas irá a Academia aceitar esta situação a bem? Veremos. De "August: Osage County" também temos outra candidata de peso: Julia Roberts, de volta aos grandes papéis. Será que a crítica, o público e a Academia se vão voltar a juntar num festival we-love-Julia como em 2000? Os Weinstein parecem estar a apostar grande neste filme. As outras duas grandes jogadas no seu baralho passam pela narrativa "a Judi Dench nunca venceu um Óscar de actriz principal e pode ser esta a sua última oportunidade" - a septuagenária protagoniza o novo filme de Stephen Frears, "Philomena", e parece fabulosa nele - e "a Nicole Kidman é a Grace Kelly". Não há dúvida que no caso desta última parece uma jogada de risco - por cada "The Hours" se faz um "Cold Mountain", não é verdade? A qual dos lados do espectro irá "Grace of Monaco" pertencer? A mesma pergunta se faz sobre Naomi Watts em "Diana", ainda por cima tendo em conta a distribuidora que comprou os direitos do filme e o facto do buzz em Cannes ser inexistente, sendo que seria à partida uma venda fácil.
Provavelmente também não será sensato descartar das contas as duas principais candidatas ao troféu o ano passado, de volta à competição este ano, Jennifer Lawrence em "Serena" da Oscarizada Suzanne Bier ("In a Better World") e Jessica Chastain em "The Disappearance of Eleanor Rigby", um filme bipartido, que conta a história da perspectiva do membro masculino e do membro feminino do casal, o que garantirá à partida alguma curiosidade adicional sobre o projecto. Da faixa etária mais jovem ouvem-se boas coisas sobre a prestação de Brie Larson em "Short Term 12" e de Greta Gerwig em "Frances Ha" de Noah Baumbach, mas será algo sensacional se alguma das duas chegar a fase avançada da corrida. O mesmo diria de Shailene Woodley por "The Spectacular Now" de James Ponsoldt e Felicity Jones no segundo filme de Ralph Fiennes, "The Invisible Woman" (se Vanessa Redgrave foi esquecida por "Coriolanus", que real chance tem Jones?)
E finalmente falta falarmos de três antigas vencedoras da categoria, de regresso para tentarem mais um prémio: Kate Winslet em "Labor Day" de Jason Reitman é sempre uma aposta segura se o filme tiver boas críticas, Sandra Bullock tenta vencer os críticos mais acérrimos da sua interpretação vencedora em 2009 emparelhando com o reputado visionário Alfonso Cuarón em "Gravity" e a amada Emma Thompson interpreta P.L. Travers, a opinionada escritora de Mary Poppins, em "Saving Mr. Banks", um dos - diz-se - grandes candidatos a mais nomeações no dia do anúncio.
Por esta altura, então, como ficamos?
Previsão das nomeadas:
Amy Adams, "American Hustle"
Judi Dench, "Philomena"
Meryl Streep ou Julia Roberts, "August: Osage County"
Emma Thompson, "Saving Mr. Banks"
Kate Winslet, "Labor Day"
Flashback: Os melhores filmes de 2012
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Jorge Rodrigues
Permitam-me um último artigo sobre os melhores filmes do ano passado. Avançaremos para televisão nos próximos dias. Entretanto, cá estão os meus MELHORES FILMES DE 2012 (os do João estão aqui).
Este artigo faz parte dos:
"NO" | "MOONRISE KINGDOM" | "TABU" | "LIFE OF PI" | "RUST AND BONE"
"BEASTS OF THE SOUTHERN WILD" | "ARGO" | "HOLY MOTORS"
"FAREWELL MY QUEEN" | "ZERO DARK THIRTY"
Querem vinte melhores? Adicionem estes: "Amour", "Sister", "The Master", "Our Children", "Paranorman", "Take this Waltz", "Anna Karenina", "Django Unchained", "Hope Springs" e "Les Misérables". Sim, não foi um ano muito bom para o cinema. Mesmo contando com o cinema estrangeiro.
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