Bem-vindos à primeira edição dos Dial A For Awards, a cerimónia de prémios de cinema do nosso blogue, Dial P For Popcorn. Iremos revelar, categoria a categoria, os nossos seis nomeados e três vencedores entre aqueles que foram, para nós, os melhores filmes de 2010.
Arrumando agora com as categorias técnicas, cá vão quatro categorias de uma só vez: Melhor Fotografia, Melhor Direcção Artística, Melhor Maquilhagem e Melhor Guarda-Roupa. O comentário não vai ser muito alongado em cada uma para não ficar um artigo muito comprido.
Arrumando agora com as categorias técnicas, cá vão quatro categorias de uma só vez: Melhor Fotografia, Melhor Direcção Artística, Melhor Maquilhagem e Melhor Guarda-Roupa. O comentário não vai ser muito alongado em cada uma para não ficar um artigo muito comprido.
MELHOR FOTOGRAFIA:
BLACK SWAN (Matthew Libatique)
ENTER THE VOID (Benoît Debie) #2
ENTER THE VOID (Benoît Debie) #2
I AM LOVE (Yorick Le Saux) #1
SOMEWHERE (Harris Savides) #3
SOMEWHERE (Harris Savides) #3
WHITE MATERIAL (Yves Cape)
WINTER'S BONE (Michael McDonough)
Este ano foi especialmente forte em cenas e imagens memoráveis e por isso me custou tanto excluir da conversa fabulosos feitos como os de Harris Savides em "Greenberg", Jeff Cronenwerth em "The Social Network", Wally Pfister em "Inception", Anthony Dod Mantle em "127 Hours", Robbie Ryan em "Fish Tank", Pawel Edelman em "The Ghost Writer", Roger Deakins em "True Grit", Robert Richardson em "Shutter Island" e Adam Arkapaw em "Animal Kingdom". Não havia, no entanto, forma de negar a inegável qualidade do trabalho de Yorick Le Saux, delicado, luxuoso, sumptuoso e tão vivo e expressivo como a intepretação de Tilda Swinton. A fotografia de Benoît Debie de "Enter the Void" é, como o filme, electrizante e camaleónica, fruto de uma mente genial mas completamente louca. Igualmente enérgica é a fotografia de Matthew Libatique para "Black Swan", que em conjunto com a direcção artística e a edição ajudam a conferir um tom sombrio, cheio de suspense à trama. Harris Savides oferece a "Somewhere" um ar vibrante e encantador, quase poético até, que serve de pano de fundo a uma história que ganha muito da sua atmosfera e tom. "Winter's Bone" passa uma imagem fria, soturna e desconfortável muito graças à fotografia de Michael McDonough. E "White Material" apresenta-nos um excelente trabalho de Yves Cape, que nervosamente alterna entre as fantásticas paisagens africanas e os close-ups nas personagens.
MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA:
BIUTIFUL (Marina Pozanco) #3
DOGTOOTH (Stravros Hrysogiannis)
EVERYONE ELSE (Silke Fischer e Volko Kamensky) #2
EVERYONE ELSE (Silke Fischer e Volko Kamensky) #2
SHUTTER ISLAND (Dante Ferretti)
THE GHOST WRITER (Albercht Konrad) #1
THE KING'S SPEECH (Eve Stewart)
Engraçado que eu este ano tenha ficado muito mais impressionado com o exibicionismo do que com o minimalismo que é o meu tipo de direcção artística favorita. Marina Pozanco ("Biutiful") não poupou esforços em fazer tudo parecer o mais miserável, nojento e peculiar possível. Stravros Hrysogiannis ("Dogtooth") faz-nos recear o familiar e abraçar o esquisito. Eve Stewart ("The King's Speech") toma particular cuidado à estrutura e ao espaço e confere um acolhedor conforto a edifícios que de outro modo parecem frios, distantes, o que não serviria a história. Dante Ferretti ("Shutter Island") é a grande estrela do último filme de Scorcese, com uma produção artística impressionante, assombrosa e misteriosa, a fazer jus ao tom sombrio da película. Inicialmente queria obrigar-me a optar entre Albrecht Konrad ("The Ghost Writer") e Fischer e Kamensky ("Everyone Else") para o último lugar dos nomeados. A razão pela qual é-me difícil dissociar ambos é a semelhança no seu trabalho, em ambos os casos minimalista e em ambos os casos com segundas intenções, dado que as geniais casas que orquestraram para os respectivos filmes funcionam também como uma espécie de prisão metafórica de onde ninguém pode escapar incólume. Acabei por colocar os dois e excluir outro merecedor nomeado, "I Am Love", que seria a minha sétima escolha, por uma razão muito simples: é que eu considero que a fotografia ajuda mais ao ar sofisticado do filme do que a produção artística, ao contrário do que acontece com "The King's Speech", por exemplo (daí a exclusão deste dos nomeados para Fotografia) e por isso decidi por estes nomeados.
MELHOR GUARDA-ROUPA:
BLACK SWAN (Amy Westcott) #3
I AM LOVE (Antonella Cannarozzi) #1
INCEPTION (Jeffrey Kurland)
MADE IN DAGENHAM (Louise Stjernsward)
THE RUNAWAYS (Carol Beadle) #2
TRUE GRIT (Mary Zophres)
I AM LOVE (Antonella Cannarozzi) #1
INCEPTION (Jeffrey Kurland)
MADE IN DAGENHAM (Louise Stjernsward)
THE RUNAWAYS (Carol Beadle) #2
TRUE GRIT (Mary Zophres)
A gradação de cor e a brilhante (literalmente) indumentária das bailarinas são mostra do belíssimo trabalho de Amy Westcott em "Black Swan". Também é a cor, mais vibrante e berrante, das roupas um dos grandes factores de sucesso de "Made in Dagenham", de uma diversidade e de uma originalidade impressionantes. Um espectacular exemplo de guarda-roupa moderno e contemporâneo pode ser visto em "Inception", no qual Jeffrey Kurland veste a equipa comandada por Cobb de forma visualmente sofisticada. Mary Zophres acerta na mouche no visual e no aspecto dos cowboys e foras-da-lei de "True Grit", num guarda-roupa memorável. Antonella Cannarozzi ("I Am Love") foi uma das boas surpresas do ano, ao conferir sensualidade e profundidade emocional à sua protagonista através dos vestidos que usa. Roupas gloriosas e luxuosas, arrojadas e sumptuosas, ao nível da Casa Recchi. Menos pomposo mas não menos fabuloso é o guarda-roupa de "The Runaways". Carol Beadle recria visuais icónicos para estas roqueiras extraordinárias com um enorme sentido de época, cor e estilo.
MELHOR MAQUILHAGEM:
127 HOURS #2
BIUTIFUL
BLACK SWAN #3
THE FIGHTER
THE RUNAWAYS #1
THE WAY BACK
BIUTIFUL
BLACK SWAN #3
THE FIGHTER
THE RUNAWAYS #1
THE WAY BACK
Nomeados estes fáceis de explicar, sendo um ano fraco para o pessoal da maquilhagem e penteados. "The Fighter" e "The Way Back" são escolhas óbvias, com cicatrizes e marcas de desidratação, que os personagens de ambos filmes transportam como símbolos da sua capacidade de auto-superação. "Biutiful" passando-se nos bairros pobres de Barcelona, ruas cheias de miséria e podridão. A transformação física de Bardem enquanto homem doente e a morrer é também um trabalho louvável. "127 Hours" ganharia sempre cá lugar, sobretudo depois da icónica cena da amputação. O resultado final, em termos visuais, é bastante credível. Juntem-lhe marcas de desidratação, face cheia de areia e terra e corpo dorido e cheio de cortes e pequenas feridas e cá têm um vencedor. Sofrimento físico é também palpável em "Black Swan", ao qual se junta uma magnífica cena em CGI com a saída das asas do corpo da bailarina. Por fim, chegamos ao melhor que esta categoria tem para oferecer. Num filme com estrelas - e maquilhagens - tão icónicas como as do grupo "The Runaways" de Cherry Currie e Joan Jett, era natural que o pessoal da maquilhagem brilhasse. E de facto a maquilhagem transforma-as completamente.
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