Dial P for Popcorn: MANHATTAN (1979)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MANHATTAN (1979)



"I think people should mate for life, like pigeons or Catholics."


Manhattan é uma verdadeira obra de arte sobre o mundo cosmopolita. Um dos melhores filmes da carreira de Woody Allen, onde se entrega de corpo e alma na realização, na criação do argumento e na interpretação principal como Isaac, um argumentista de séries televisivas transformado num improvável sedutor, capaz de conquistar as mulheres pela inteligência das suas ideias e pela perspicácia das suas conversas.


Manhattan, "o coração de Nova Iorque", é um verdadeiro rebuliço de nações. Um rebuliço quase artístico, inspirador para muitos dos pensadores da nossa sociedade, um local mágico para os amantes do fervilhar das cidades. Isaac é um quarentão divorciado, a viver um romance de circunstância com a jovem Tracy (Mariel Hemingway), uma inocente rapariga, menor de idade e que se perdeu de amores pela intrigante personagem que é Isaac. Grande amigo e companheiro do casal Yale, um famoso e bem-sucedido professor universitário que vive um inesperado affair com a sofisticada Mary (Diane Keaton), Yale confessa a Isaac a angústia de esconder e viver uma relação proibida.


É quando se desloca até um museu com Tracy, que Isaac conhece pela primeira vez Mary, que o irrita profundamente com a presunção das suas ideias e o desprezo permanente pelas opiniões divergentes da sua. Numa mescla interessante de sentimentos, Isaac acaba por descobrir novamente Mary, por mero acaso, e uma jovial amizade nasce depois de várias horas na companhia um do outro. Companhia essa que acaba por ser partilhada durante grande parte do filme, numa constante troca de ideias e reflexões sobre as relações fugazes da cidade que nunca dorme, o drama da solidão e a dor da rejeição. Manhattan é hoje, como em 1979, um filme actual. A sociedade agradece.


Nota Final:
A-



Trailer:





Informação Adicional:
Realização: Woody Allen
Argumento:
Woody Allen
Ano:
1979
Duração:
96 minutos.

4 comentários:

ANTONIO NAHUD disse...

Um dos melhores momentos de Allen. Verdadeira poesia.

O Falcão Maltês

DiogoF. disse...

Bom texto. Um dos meus favoritos do Woody. Agora de repente lembrei-me daquela brilhante linha sobre o que pensaria o Nabokov da situação ahahah

Carla Marinho disse...

Oi, esse post foi indicado no links da semana:
http://blogsdecinemaclassico.blogspot.com/2011/09/links-da-semana-de-18-2509.html

Jorge Rodrigues disse...

Um filme absolutamente brilhante e que, por alguma razão, é considerado o mais perfeito que Woody Allen conseguiu fazer.

Não é o meu preferido mas é facilmente um renhido segundo lugar, pelo qual nutro ainda mais admiração porque foi aqui que Meryl Streep se começou a revelar como a grande actriz que é.

Cumprimentos,

Jorge Rodrigues