Dial P for Popcorn: MIDNIGHT IN PARIS (2011)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MIDNIGHT IN PARIS (2011)



"That's what the present is. It's a little unsatisfying because life is unsatisfying."


Midnight in Paris será certamente um dos melhores filmes da carreira de Woody Allen. Vê-lo (no cinema, recomendo totalmente) é uma enorme delicia e um reconfortante prazer. Vê-se com alegria, sente-se com felicidade e sai-se do cinema rendido à classe e ao charme de mais uma das muitas obras-primas de Woody Allen.


Concebido de forma verdadeiramente genial, com uma edição, uma fotografia e uma banda-sonora soberbas, que transportam o espectador para o coração de Paris, representado não só nas imagens (brilhantes!) da cidade, como também no retrato histórico desenhado por Allen e nas músicas escolhidas a dedo para cada instante de emoção.


Owen Wilson interpreta o papel de Gil Pender, um argumentista de Hollywood, com fama e currículo consolidados e que viaja para Paris com a sua noiva Inez (Rachel McAdams) e os seus futuros e asquerosos sogros, tentando encontrar inspiração para um romance que há muito deseja escrever. Cedo se percebem as enormes disparidades entre o casal e o fracasso a que a sua relação se encontra condenada. Gil é um homem simples, correcto, despretensioso e amante da história e das mentes brilhantes do passado. Inez é uma menina mimada, criada com luxo e extravagâncias, habituada a ter tudo e rendida às balelas que o seu amigo e historiador Paul (que com frequência tenta humilhar Gil) lhe enfia a toda as horas.


Gil é um apaixonado pela cidade de Paris, pela sociedade de Paris, pelos Anos 20 de Paris, pela história de Paris. É um romântico. É um sonhador. E quando no final de uma noite regada com vários copos de vinho tinto, se deixa passear sozinho pela cidade, acaba por encontrar um Peugeot Landaulet 184 do início do Século XX, que o conduz para a mais extraordinária, intrigante e inesperada aventura da sua vida. É então transportado para uma dimensão paralela, numa Paris do início do século passado, onde priva com algumas das mais carismáticas figuras que se imortalizaram pelas suas obras: Cole Porter, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Luis Buñuel, T.S. Eliot, Paul Gauguin e Henri Matisse. Entre esta sociedade imaginária, conhece Adriana (Marion Cotillard) a musa de Picasso e Hemingway, que o encanta com a sua beleza e a inteligência do seu olhar rebelde.


Midnight in Paris é mais um sonho que Woody Allen concretiza. Um história simples, ligeira, carregada de diálogos trabalhados pela inteligência e a sagacidade de um mestre. Com Midnight in Paris percebemos que se recordar é bom, viver é bem melhor.


Nota Final:
B+


Trailer:




Informação Adicional:
Realização: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Ano: 2011
Duração: 94 minutos

6 comentários:

O Narrador Subjectivo disse...

Muito potencial! Grandes esperanças.

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

DiogoF. disse...

Bom texto, é isso ;)

Joana Vaz disse...

Também gostei imenso do filme!:) Para mim um dos melhores nos últimos anos de Woody Allen!
O glamour e elegância do filme fizeram-me gostar ainda mais de Paris...;)

Mariana disse...

Vi o filme recentemente e adorei:)

Jorge Rodrigues disse...

Como sabes, não partilho a tua admiração pelo filme, mas sei admitir que o filme faz algumas coisas bem.

As cenas com os artistas de outras épocas são de longe o melhor do filme, com Corey Stoll e Marion Cotillard a conseguir o meu voto para melhores na trama.

Ainda assim, isso não desculpa o chorrilho de pretensiosismo e clichés que uns preferem entender como romanticismo e saudosismo nostálgico só porque gostam muito de Paris.

Eu sou um apaixonado pela cidade, pelo país, pela língua, pela comida, pelo ambiente e mesmo assim soube avaliar objectivamente o filme pelo que é. Não vamos confundir as coisas.


E é-me difícil perceber o nível de atrocidade a que Woody Allen tem de chegar para fazer de Michael Sheen e Rachel MacAdams - que são, de caras, duas pessoas muitíssimo sociáveis e simpáticas - dois ogres monstruosos.


Daria nota B ao filme, percebo a admiração das pessoas mas não consigo sacudir alguma desilusão com o resultado final. Dizer que é o melhor de Woody Allen em muitos anos não é nada que me surpreenda, até concordo (se bem que empatado com 'Vicky Cristina Barcelona', para mim): também não é difícil bater 'Whatever Works' ou 'You Will Meet a Tall Dark Stranger'.


Cumprimentos,

Jorge Rodrigues

Natalia Xavier disse...

ótimo texto, parabens!

Gostei mto desse ultimo trabalho de Allen, apesar de nunca ter gostado de nada com Owen Wilson (mas ele convenceu bem interpretando Gil).

A narrativa é boa, não nos preocupamos em saber o porque dele conseguir voltar ao passado, o que importante é a analogia que Woody nos passa com isso, sobre nossa eterna paixao pelo passado.

Tb achei sensacional Adrien Brody como Dali! Ate o jeito de arregalar os olhos é igual!

Curti bastante seu blog, posso adiciona-lo no meu blogroll?

O meu é o www.lematinee.wordpress.com

Abs!