Bem-vindos à primeira edição dos Dial A For Awards, a cerimónia de prémios de cinema do nosso blogue, Dial P For Popcorn. Iremos revelar, categoria a categoria, os nossos seis nomeados e três vencedores entre aqueles que foram, para nós, os melhores filmes de 2010.
Mais três categorias, sobre as quais não me vou alongar muito. Vamos primeiro a MELHOR FILME ESTRANGEIRO. Esta foi uma categoria relativamente pobre este ano, devido aos poucos bons filmes estrangeiros que nos chegaram a Portugal. Ainda assim, consegui compilar uma lista de 6 nomeados e 4 finalistas. Apetecia-me nomear os dez, mas na verdade decidi que tinha de ser coerente e reduzi para seis apenas. De fora ficaram "Biutiful", "In A Better World", "Incendies" e "The Edge", todos merecedores de uma nomeação, mas que infelizmente tive que abandonar em detrimento das minhas seis escolhas. Os meus nomeados são:
Quem viu a minha lista dos melhores filmes de 2010 teria que suspeitar que para aqui passariam os filmes estrangeiros lá mencionados e portanto não é surpresa nenhuma ver cá "Lola", "L'Illusioniste" e "White Material". De "L'Illusioniste" disse: "Os últimos momentos do filme, em que seguimos um desapegado mágico sem nada que o prenda à sua vida antiga deixar tudo e todos e partir com fim incerto, abandonando assim subitamente a arte que tanto promoveu por tantos anos, são de trespassar o coração com uma faca. O resto do filme não é igualmente fácil de engolir - uma incrível metáfora de como tudo na vida, inclusive os gostos e as pessoas, mudam". Sobre "Lola": "Uma história de luta, de sobrevivência, "Lola" é mais uma peça inolvidável que Brillante Mendoza nos traz.". De "White Material": "Paisagens apaixonantes, mensagem apolítica, enigmática e bizarra película. Mesmo pairando a sensação de perigo eminente e revolução, Isabelle Huppert aí continua, firme, serena e impávida, como se nada a deitasse abaixo. Um filme extraordinário. Uma interpretação prestigiosa.". Os outros três filmes foram paulatinamente aparecendo como nomeados em outras categorias. "I Am Love" é de uma qualidade técnica prodigiosa, uma estreia de sonho do realizador Guadagnino e com uma enorme interpretação de Tilda Swinton no seu centro. "Dogtooth" pode ser estranho, misterioso, difícil de compreender, mas é também uma peça formidável de cinema e um dos retratos mais impressionantes e irónicos que já vi do que é a paternidade e do efeito que os pais têm nos seus filhos. "Everyone Else" foi uma adição tardia à lista dos melhores do ano. Se eu o tivesse visto antes, teria aparecido nos meus melhores do ano. Ainda assim, veio a tempo de figurar em várias categorias. Mesmo não abordando nada de novo, "Everyone Else" conta a história do fim-de-semana deste jovem casal como se narrasse toda a sua vida conjunta, alternando tristeza, raiva, delicadeza, paixão, sensibilidade, fragilidade, humor, conflito, angústia com aparente leveza e facilidade, explicando-nos que a base de qualquer relação são, acima de tudo, os pequenos detalhes, que tão facilmente juntam duas pessoas como as separam.
Um certame ainda mais pequeno serviu de base aos meus nomeados para MELHOR FILME ESTRANGEIRO. Admito que não vi muito cinema português em 2010 e gostava de ter visto mais. Ainda assim vi cinema português suficiente para perceber que 2010 foi um ano algo atípico e, por isso, ímpar na história do nosso cinema. Cá estão os nomeados, os três galardoados internacionalmente e todos com aclamação crítica (optei por três nomeados apenas porque penso que não tinha base para votar em seis):
Mais três categorias, sobre as quais não me vou alongar muito. Vamos primeiro a MELHOR FILME ESTRANGEIRO. Esta foi uma categoria relativamente pobre este ano, devido aos poucos bons filmes estrangeiros que nos chegaram a Portugal. Ainda assim, consegui compilar uma lista de 6 nomeados e 4 finalistas. Apetecia-me nomear os dez, mas na verdade decidi que tinha de ser coerente e reduzi para seis apenas. De fora ficaram "Biutiful", "In A Better World", "Incendies" e "The Edge", todos merecedores de uma nomeação, mas que infelizmente tive que abandonar em detrimento das minhas seis escolhas. Os meus nomeados são:
DOGTOOTH
EVERYONE ELSE #3
I AM LOVE
L'ILLUSIONISTE
LOLA #1
WHITE MATERIAL #2
Quem viu a minha lista dos melhores filmes de 2010 teria que suspeitar que para aqui passariam os filmes estrangeiros lá mencionados e portanto não é surpresa nenhuma ver cá "Lola", "L'Illusioniste" e "White Material". De "L'Illusioniste" disse: "Os últimos momentos do filme, em que seguimos um desapegado mágico sem nada que o prenda à sua vida antiga deixar tudo e todos e partir com fim incerto, abandonando assim subitamente a arte que tanto promoveu por tantos anos, são de trespassar o coração com uma faca. O resto do filme não é igualmente fácil de engolir - uma incrível metáfora de como tudo na vida, inclusive os gostos e as pessoas, mudam". Sobre "Lola": "Uma história de luta, de sobrevivência, "Lola" é mais uma peça inolvidável que Brillante Mendoza nos traz.". De "White Material": "Paisagens apaixonantes, mensagem apolítica, enigmática e bizarra película. Mesmo pairando a sensação de perigo eminente e revolução, Isabelle Huppert aí continua, firme, serena e impávida, como se nada a deitasse abaixo. Um filme extraordinário. Uma interpretação prestigiosa.". Os outros três filmes foram paulatinamente aparecendo como nomeados em outras categorias. "I Am Love" é de uma qualidade técnica prodigiosa, uma estreia de sonho do realizador Guadagnino e com uma enorme interpretação de Tilda Swinton no seu centro. "Dogtooth" pode ser estranho, misterioso, difícil de compreender, mas é também uma peça formidável de cinema e um dos retratos mais impressionantes e irónicos que já vi do que é a paternidade e do efeito que os pais têm nos seus filhos. "Everyone Else" foi uma adição tardia à lista dos melhores do ano. Se eu o tivesse visto antes, teria aparecido nos meus melhores do ano. Ainda assim, veio a tempo de figurar em várias categorias. Mesmo não abordando nada de novo, "Everyone Else" conta a história do fim-de-semana deste jovem casal como se narrasse toda a sua vida conjunta, alternando tristeza, raiva, delicadeza, paixão, sensibilidade, fragilidade, humor, conflito, angústia com aparente leveza e facilidade, explicando-nos que a base de qualquer relação são, acima de tudo, os pequenos detalhes, que tão facilmente juntam duas pessoas como as separam.
Um certame ainda mais pequeno serviu de base aos meus nomeados para MELHOR FILME ESTRANGEIRO. Admito que não vi muito cinema português em 2010 e gostava de ter visto mais. Ainda assim vi cinema português suficiente para perceber que 2010 foi um ano algo atípico e, por isso, ímpar na história do nosso cinema. Cá estão os nomeados, os três galardoados internacionalmente e todos com aclamação crítica (optei por três nomeados apenas porque penso que não tinha base para votar em seis):
JOSÉ E PILAR #1
MISTÉRIOS DE LISBOA #2
O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA #3
Um dos meus nomeados é a obra épica - e última - de Raul Ruiz, "Mistérios de Lisboa", que condensa a prosa de lento passo e novelesca de Camilo Castelo Branco num monstro cinematográfico que nos consume, que nos incandesce e que nos persegue, do primeiro ao último minuto. Nenhum segundo é desperdiçado nas mais de quatro horas de filme. O outro nomeado é o nosso candidato aos Óscares de 2011, "José e Pilar", uma história de amor invulgar em formato de documentário, que narra a escrita do último livro de José Saramago, "A Viagem do Elefante" mas, mais do que isso, aborda de frente as fortes convicções e o temperamento difícil do Nobel português e, em simultâneo, nos faz perceber como foi fácil a Saramago apaixonar-se por Pilar. Finalmente, o meu terceiro nomeado é o mais recente filme do nosso velho mestre do cinema português, Manoel de Oliveira. "O Estranho Caso de Angélica" é enigmático mas encantador, simples mas puro e espiritual. Maravilhoso. Nunca a visão do sopro da morte foi filmada de forma tão bela.
Faltam duas categorias, possivelmente as mais importantes. Penso que, como até partilham bastantes semelhanças, vou anunciar as duas categorias juntas.
MELHOR REALIZADOR:
Darren Aronofsky, BLACK SWAN #1
Derek Cianfrance, BLUE VALENTINE
Ethan e Joel Coen, TRUE GRIT
David Fincher, THE SOCIAL NETWORK #2
Christopher Nolan, INCEPTION
David O’Russell, THE FIGHTER #3
Derek Cianfrance, BLUE VALENTINE
Ethan e Joel Coen, TRUE GRIT
David Fincher, THE SOCIAL NETWORK #2
Christopher Nolan, INCEPTION
David O’Russell, THE FIGHTER #3
Este ano, os Óscares acertaram em cheio nos nomeados. O único que eles nomearam e que eu não menciono aqui - aquele que, coincidência ou não, venceu - foi Tom Hooper ("The King's Speech"). De resto, estão cá todos: Darren Aronofsky, Ethan e Joel Coen, David Fincher e David O'Russell. Acrescentei a estes dois mestres máximos de controlo da atmosfera, do tom, da história, da direcção de actores e da realização: Derek Cianfrance e Christopher Nolan.
Se tivesse que falar de uma característica que trouxe cada realizador especialmente cá: diria que O'Russell está aqui pelo ritmo que imprimiu ao seu filme, Nolan pela mestria com que realiza o seu trabalho, Fincher pela confiança que transborda e que imprime no seu filme, os irmãos Coen pela qualidade inegável com que cozinham os seus filmes, Cianfrance pela naturalidade com que as cenas (e as interpretações) no seu filme surgem e se entrecruzam e finalmente Aronofsky pela sua extravagância e talento, bem exibidos em "Black Swan", do qual é sem dúvida para mim a parte mais forte. E é por este contributo tão valioso para o seu filme que é o meu vencedor ("Black Swan" não sairia assim nas mãos de mais ninguém).
E finalmente... MELHOR FILME. Não vou tecer grandes comentários, até porque já os fiz AQUI. Deixo-vos com os meus seis melhores filmes do ano e os meus três preferidos (se me seguem há algum tempo, saberão certamente quais são).
MELHOR FILME:
BLACK SWAN
HOW TO TRAIN YOUR DRAGON
BLUE VALENTINE #2
THE FIGHTER
BLUE VALENTINE #2
THE FIGHTER
THE KIDS ARE ALL RIGHT #3
THE SOCIAL NETWORK #1
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