Dial P for Popcorn: BRING IT ON! (2000)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

BRING IT ON! (2000)

O grande cinéfilo Nathaniel Rogers, que mantém na Internet o blogue "Film Experience", tem vindo a desafiar os seus leitores (nos quais me conto obviamente - e se forem inteligentes, vocês também o serão) com uma nova rubrica chamada "Hit Me With Your Best Shot", na qual já participámos a semana passada ("Black Narcissus"). A ideia base é simples: ele escolhe um filme e todos os que quiserem participar escolhem a imagem (ou imagens) do tal filme e ele faz um link a todos os posts dos participantes, a cada semana. Esta semana dedicamo-nos a "BRING IT ON!" que faz 10 anos.

E aqui fica a minha crítica, seguida das imagens para participação na rubrica do blogue:


Acho divertida a dualidade extremista de opiniões nas discussões que envolvem este filme. Por um lado, há os fãs fiéis do filme, que consideram o filme das melhores comédias desportivas da década e que vibram com a animação que o filme de facto proporciona. Do outro lado, contudo, estão acérrimos detractores, que detestam o filme com todo o ódio da sua alma, que para eles não passa de mais um ridículo filme de adolescentes. E depois, felizmente, existem pessoas como eu, que gostam do filme, que o acham divertido, animado, uma boa hora e meia de entretenimento, sem todavia o considerar um grande filme. Um olhar interessante sobre a competição de duas claques rivais na luta pelo ceptro e, pelo meio, confusões típicas da adolescência.
É um dos melhores filmes da década? Na minha opinião, não. É um dos melhores filmes de 2000? Aqui talvez, mas estou inclinado a dizer também que não. É um dos filmes mais divertidos da década? Absolutamente. Vale a pena ver? Claramente. Tudo bem que é verdade, é uma comédia típica de adolescentes, com aquele tipo de humor meio parvo (se bem que o tom aqui é bastante mais sério do que noutros filmes do género), lida com um tema comum aos típicos filmes de adolescentes (como cá em Portugal não temos claques nem nada do género, é normal que na transferência dos Estados Unidos para a Europa o filme perca algum interesse - é natural, é como filmes sobre futebol nos Estados Unidos e sobre futebol americano aqui na Europa) e tem até referências bastante hip a situações relacionadas com a altura de então.


Contudo, ao contrário da grande maioria dos filmes de adolescentes e comédias desportivas que andam para aí, não se leva demasiado a sério, é um filme alegre e enérgico e além de cool, tem um argumento inteligente e com sentido de humor, com boas interpretações (em papéis que poderiam ser tão, mas tão estereotipados e unidimensionais - as personagens de Dushku e de Dunst são bons exemplos, a primeira porque podia virar caricatura barata e a segunda porque podia virar piada recorrente graças à enorme ingenuidade da sua personagem) de um elenco muito interessante (onde despontavam nomes como Eliza Dushku e Kirsten Dunst, hoje nomes facilmente reconhecíveis - e pensar que em 2000 as suas carreiras pareciam pedir vôos maiores...) e uma realização que priveligia o cuidado com os detalhes, desde as roupas até aos números de claque. Sobretudo, é um filme entretido e que agrada a todos, que é o mais importante.

NOTA:
B


E agora pegamos então nas cinco imagens que eu seleccionei do filme, que representam para mim as cinco cenas que mais gostei:

A primeira é bastante óbvia (e provavelmente constará de todos os blogues participantes): a cena da lavagem de dentes. Uma cena tão cómica quanto romântica, explorando muito bem a quirkyness dos dois protagonistas. Jesse Bradford e o seu estranho sorriso e as caretas engraçadas de Kirsten Dunst.


A segunda também é óbvia, digo eu: a cena de apresentação das personagens. Enérgica, divertida e alegre, dá o mote e acentua o tom que o resto do filme tem, além de nos introduzir à história (e é a minha escolha para BEST SHOT/MELHOR IMAGEM - e também para BEST SCENE / MELHOR CENA)


E a terceira também deverá constar de muitos dos blogues participantes: falo portanto da introdução à personagem de Eliza Dushku, Missy. As chaves... O ar enojado de algumas das meninas da claque... O ar excitado dos rapazes... E o aspecto de Dushku. É que ela nem precisou de falar para eu ver que ela é completamente irreverente. Basta olhar para ela e o que ela inspira em quem a vê.


A minha quarta cena favorita do filme é o breve aparecimento do treinador Sparky Polastri. De novo, uma excelente introdução à personagem que nos diz tudo aquilo que precisamos de perceber sobre ela sem sequer pronunciar uma palavra. Claro que quando ele finalmente fala percebemos que ele é um milhão de vezes pior e desbocado do que inicialmente pensávamos.

E finalmente... a minha quinta cena favorita. Não consigo explicar porque gosto dela. Mas gosto. Muito. É a cena de quando a personagem de Dunst, Torrance, ouve a cassete de Cliff (Jesse Bradford), depois da péssima prestação nos Regionais. E esta é a reacção dela à música.




Ano: 2000
Realização: Peyton Reed
Argumento: Jessica Bradinger
Elenco: Kirsten Dunst, Jesse Bradford, Eliza Dushku e Gabrielle Union nos principais papéis
Fotografia: Shawn Maurer
Banda Sonora: Christoph Beck

4 comentários:

Joana Vaz disse...

Considero-o um “filme de domingo à tarde”, o que não é muito elogioso. Eu incluo-me no grupo que o considera um filme para adolescentes. Tem cenas engraçadas e pouco mais.

Quanto às imagens, a que gosto mais é a tua favorita também! E a cena da lavagem dos dentes é a que considero mais cómica.:)

Tiago Ramos disse...

Gosto bastante dentro do género. É um guilty pleasure. Agrada-me que não te tenhas coibido de escrever sobre este filme... prova que estás aqui pelo amor ao Cinema e não por aparências! :) E digo-te que é dos blogues que mais gosto de ler, mesmo que não comente sempre.

Jorge Rodrigues disse...

@Joana Vaz, eu percebo claramente essa definição, embora não concorde muito com ela. O problema muitas vezes é da saturação. A TVI é perita em arruinar filmes que eu gosto minimamente porque os passa vezes e vezes sem conta (ex: Titanic).

É um filme divertido, pelo menos, como de facto constataste.

@Tiago Ramos, obrigado pelos elogios. Pois, eu sinceramente dentro do género gosto do filme, percebo claramente os seus detractores e os seus fãs e tu definiste na perfeição a minha opinião sobre o filme: é um guilty pleasure, nem mais.


Obrigado pelos comentários,

Jorge Rodrigues

DiogoF. disse...

Nunca vi o filme e não conhecia a rubrica, mas achei uma óptima ideia. Talvez participe numa próxima.