E hoje trago-vos notícias com um ou dois dias já mas que me parece pertinente partilhar:
A Academia decidiu trazer de volta as prestações musicais para a cerimónia, com Zachary Levi, Mandy Moore e Alan Menken ("I See The Light"), Randy Newman ("We Belong Together"), Gwyneth Paltrow ("Coming Home") e A.R. Rahman ("If I Rise") já a postos para se apresentar em palco. No lugar de Dido, que é a intérprete original que acompanha Rahman em "If I Rise", é Florence Welch, dos Florence + The Machine, que ocupa o seu lugar.
Por outro lado, contudo, a Academia decidiu acabar com duas partes que eram, para mim, das minhas favoritas da cerimónia:
A Academia eliminou as montagens dos vários géneros cinematográficos ao longo da cerimónia, só mantendo o habitual "In Memoriam" (acompanhado vocalmente, este ano, por Céline Dion). Os discursos vão ser ainda mais limitados. E, mais importante que isto, o novo formato de apresentação, imposto desde 2008, vai voltar a sofrer modificações. Aparentemente, a apresentação das categorias de actuação vai manter os cinco apresentadores, mas não no papel que lhes coubera em 2008/2009 e 2009/2010. Segundo os produtores deste ano, a ideia é copiar a cerimónia de 1970, na qual entravam cinco apresentadores em palco, cada um com o seu envelope e anunciavam o nome de um dos nomeados. No fim disto, todos abriam o seu envelope e, obviamente, só um dos envelopes é que continha o nome escrito. Tudo isto, segundo os produtores, para poupar tempo.
Muito sinceramente, não sei é uma boa ideia. Uma vez que se mantém a mesma ideia base, não sei se aprecio muito - para quê, afinal? Trazer cinco estrelas a palco só para isto? Enfim. De vez em quando a Academia sai-se com cada uma.
Abaixo vos deixo ficar com a lista (ainda falta anunciar alguns nomes) de apresentadores oficiais:
- Annette Bening
- Halle Berry
- Cate Blanchett
- Russell Brand
- Jeff Bridges
- Sandra Bullock
- Celine Dion*
- Robert Downey Jr.
- Florence Welch*
- James Franco (apresentador)
- Tom Hanks
- Anne Hathaway (apresentadora)
- Hugh Jackman
- Nicole Kidman
- Jude Law
- Zachary Levi*
- Alan Menken*
- Helen Mirren
- Mandy Moore*
- Randy Newman*
- Gwyneth Paltrow*
- A.R. Rahman*
- Marisa Tomei
- Oprah Winfrey
- Reese Witherspoon
Que vos parecem estas novas ideias da Academia?
6 comentários:
Um dia destes ninguém vê os Óscares. Os discursos, a meu ver, importantes, cada vez mais estão a ser esquecidos.
Abraço
Frank and Hall's Stuff
Mais motivos para não me dar ao trabalho de ver em directo :-|
Amigo, vemos por pura falta de inventar o novo na nossa vida... Eles esvaziam o que podia ser um momento da arte...
As próprias piadas revelam que nem eles mesmos se suportam...
Abraços, um carinho desejo de um domingo de paz...
Jorge
Oh, não gosto dessa forma de anunciar o vencedor...
E retirarem as montagens também não acho bem.
E qualquer dia os vencedores apenas podem dizer um obrigada. Triste!
Dessas novidades, apenas aprecio o retorno das actuações de melhor música, mas espero que não se lembrem de fazer demasiadas misturas...
Faz tempo que eu ficava acordado madrugada fora para assistir à cerimónia integral dos Óscares. Mas já me deixei disso há alguns anos atrás - é que o lado "feira de vaidades" da coisa tem vindo a sobrepôr-se ao lado cinéfilo e sinceramente, esgotou-se-me a paciência.
Reconheço o valor do prémio - quanto mais não seja pela sua antiguidade - mas acho que se fala demais. Basta dar uma vista de olhos aí por alguns blogues e o assunto chega mesmo a cansar. Todo o bloguista que se preze faz as suas apostas, diz das suas preferências. A Academia deve esfregar as mãos de contente ao constatar tanta publicidade gratuita por essa blogosfera fora. Mas o mais importante quase ninguém refere - é que existem outros prémios no mundo do cinema com mais interesse e que provavelmente não cometem tantas injustiças como as que sempre me lembro de ver nos Óscares. Até os Globos de Ouro conseguem ser mais criteriosos. E este ano, como sempre, não foge à regra - dois dos melhores filmes estreados em 2010, "Hereafter" do Eastwood e "The Shutter Island" do Scorsese são tratados abaixo de cão. O primeiro tem apenas uma nomeação - imagine-se! - na categoria de efeitos especiais. O segundo, então, é pura e simplesmente ignorado.
Ainda bem que a verdadeira história do cinema tem muito pouco a ver com a história da Academia de Hollywood.
BRUNO:
Também acho que na preocupação constante deles de melhorar audiências e procurar que mais jovens vejam os Óscares (duas coisas que dificilmente vão acontecer hoje em dia, particularmente a segunda - o público-alvo dos Óscares não são propriamente os jovens) andam a esquecer aquilo que nós cinéfilos - quem realmente vê os Óscares - gostamos.
CINE31:
Eu vou ver em directo porque pronto, é quase como um segundo Natal para mim. Funciona como o final de um ano e o início de outro.
JORGE:
É, de facto, uma pena que eles desrespeitem um momento importante do cinema para poupar tempo e dar mais vida à cerimónia. Enfim.
JOANA:
Também regozijo com o retorno das actuações musicais, ainda para mais porque odiei a sequência de dança das bandas sonoras o ano passado.
RATO:
Meu caro, não podia concordar mais consigo num ponto e discordar noutro. Hoje em dia, é facto assumido que desde sempre os Óscares foram um pouco uma feira de vaidades, com vários prémios mal dados ou com vários actores premiados muito mais tarde do que deviam, por interpretações bem piores em relação a outras na carreira, etc e com vários actores e realizadores a ganhar Óscares que funcionam um pouco como prémios carreira.
Discordo no segundo ponto que levantou: o da notoriedade. Não há qualquer dúvida que os Óscares são e sempre serão o prémio mais importante e que mais reconhecimento dá na indústria. Por muitos erros que cometam, NADA substitui um Óscar no currículo de uma pessoa e a importância que pode ter nalgumas carreiras.
E é aí que discordamos: não há prémio melhor que esse. Cannes, Veneza, todos são belas feiras de vaidades (basta ver a primazia que dão a obras feitas "em casa", com inúmeros filmes e actores franceses sempre a vencer Palmes d'Or frente a filmes bem mais fortes de outros países).
Não concordo com HEREAFTER, aceitaria mais nomeações para SHUTTER ISLAND, certamente.
E pronto torço um pouco o nariz à sua última frase, na que diz que a história do cinema tem muito pouco a ver com a da Academia de Hollywood. Discordo monumentalmente. Lá por Kubrick e outros nunca terem ganho um Óscar não quer dizer que se deva descontar o contributo que os Óscares dão na história do cinema. Há muitos filmes que nunca ganharam Óscares e são brilhantes? Há. Há muito pouco filmes enraizados na cultura popular que não ganharam ou foram nomeados para Óscar? Também.
Obrigado pelos comentários,
Jorge Rodrigues
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