ESPAÇO DE CULTO é uma nova rubrica do Dial P For Popcorn que se dedica semanalmente a valorizar, a idolatrar, a adorar uma das nossas actrizes favoritas, tanto pelo seu aspecto físico, como pela sua filmografia.
Vou tentar ir escolhendo uma actriz por década, mais ou menos. A desta semana é...
MICHELLE PFEIFFER
Sem qualquer dúvida uma das minhas actrizes favoritas do final dos anos 80 e início dos anos 90, Michelle Pfeiffer só ainda não tem o seu lugar reservado no panteão da história do cinema porque, como a tantas grandes actrizes como Glenn Close ou Annette Bening, lhe falta o prémio máximo: um Óscar. Pode não parecer importante, mas é. Tanto o é que as três se tornaram conhecidas por isso. São as três grandes actrizes do final dos anos 80 a quem falta ganhar o Óscar. A elas juntaria Julianne Moore e Kathleen Turner. Cinco grandes injustiças, portanto.
Dona de uma belíssima voz, proprietária de um dos rostos mais bonitos que alguma vez agraciaram o cinema - que ainda hoje, com 50 anos e algumas rugas, se encontra notavelmente conservado, esta loira que mostrou ao que veio pela primeira vez, a sério, em Scarface de Brian de Palma, no início dos anos 80, viria a revelar toda a sua qualidade com um one-two-three punch no dobrar da década: foi sublime em Dangerous Liaisons de Stephen Frears, um dos meus filmes favoritos de sempre e com não uma, mas duas grandes interpretações femininas (Pfeiffer e Close, ambas enormemente roubadas nos Óscares nesse ano), derreteu-me o coração e enfeitiçou-me para sempre em The Fabulous Baker Boys, o papel que a devia ter lançado em definitivo para a ribalta e dado o Óscar que ela tanto merecia (não fosse o sentimentalismo foleiro da Academia em premiar a octagenária Jessica Tandy) e foi felina e impressionante em Batman Returns de Tim Burton - ainda hoje não consigo imaginar mais ninguém desempenhar aquele papel com tanto instinto, intensidade e personalidade como Pfeiffer (e é, sem dúvida, a melhor vilã da filmografia, a par do The Joker de Heath Ledger).
Depois disto, ainda tentou a sorte com a Academia mais uma vez, num filme feito propositadamente para caçar Óscares (Love Field) e, depois de surgir em The Age of Innocence, a actriz desapareceu. Ou melhor, deixou de tentar. Passou a dedicar-se a comédias românticas foleiras nas quais era, invariavelmente, o único ponto de interesse, sendo que para mim a única excepção a essa regra esteve em One Fine Day, contracenando com George Clooney, que foi para mim o melhor par que Pfeiffer alguma vez teve em filmes, a par de Jeff Bridges.
Esta grande actriz ainda tentou uma espécie de retorno à ribalta por duas vezes: em 2001 e 2002, com I Am Sam que valeu a Sean Penn uma nomeação para Óscar e com White Oleander, uma adaptação de uma obra-prima de grande sucesso, onde Pfeiffer é, sem qualquer dúvida, brilhante mas que não conseguiu grande tracção para prémios; e o ano passado, com Chéri, uma nova parceria com Stephen Frears que desta vez não produziu os resultados esperados. Felizmente, a actriz já disse que quer trabalhar mais esta década; infelizmente, o único grande projecto que tem para já é a continuação da horrível comédia romântica Valentine's Day, de seu nome New Year's Eve. Esperemos ao menos que o rumor de que Tim Burton a quer para Dark Shadows seja verdade.
Seja como for, para mim pelo menos, Michelle Pfeiffer terá sempre um lugar cativo no meu coração e no meu pensamento, mais não seja pela icónica Catwoman que protagonizou:
8 comentários:
Esqueceste-te aí de um filme importantíssimo, e que foi aquele em que ela me conquistou. "Tequila Sunrise" (em português "Intriga Ao Amanhecer"), do mesmo ano de "Ligações Perigosas", mas com uma personagem oposta, cheia de força e sensualidade. Além disso, este é um excelente film noir (género que em 1988 tentou um renascimentocom este filme e "D.O.A.", com Dennis Quaid e Meg Ryan), com Mel Gibson e Kurt Russel (ex-traficante e policia, respectivamente), a formarem o triângulo amoroso com Pfeiffer. Recomendo-o(s) vivamente a quem não o(s) conhece.
PEDRO:
Desde já, obrigado pelo comentário, que acho que é o teu primeiro cá. Volta sempre.
Quanto ao TEQUILLA SUNRISE... Estive mesmo para o mencionar. É das minhas intepretações favoritas dela, mas nem muita gente o conhece, por isso é que optei por mencionar o SCARFACE, muito mais conhecido, e obviamente o one-two-three punch que toda a gente conhece.
Mas é bom ver mais fãs do TQ que eu considero um excelente filme.
Obrigado pelo comentário,
Jorge Rodrigues
Concordo completamente com o que disseste sobre a injustiça feita à Pfeiffer. Qualquer interpretação dela é genuína e intensa. É sem sombra de dúvida a minha actriz preferida.
Quanto à sua beleza nem se fala. Na minha opinião ela, principalmente entre os 30 e os 45 anos teve uma beleza perfeita e para mim é a actriz com o rosto mais lindo de sempre do cinema. Não é por acaso que a apelidam com "The Face". Espero ainda vê-la em muitos filmes e desejo que ela envelheça com a dignidade (sem plásticas) e com a nobreza de carácter com que sempre a conhecemos.
Luísa Cabral
e a minha atriz favorita
so pela belaza dela era pra ela ja ter ganhado um oscar
Diva -- Concordo plenamente.
Jorge
Luísa -- Rezemos por isso. E rezemos para que ela volte a ter a carreira que tinha quando praticamente desistiu de tentar. Ela merece.
Jorge
eu via esse TEQUILA SUNRISE muito era no banheiro, descasquei muito
sério, a cena da banheira era eletrizante
Anónimo -- Hehe.
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