Há pessoas que são neutras. Nem demasiado boas nem demasiado más. Sem empolgarem mas também sem criarem ódios de estimação. Que passam e não são recordadas. The Social Network é um filme neutro. É um bom filme, um filme que vale os cinco euros dos bilhetes e que certamente levará ao rubro a disputa entre os três canais generalistas para o transmitir numa tarde de domingo. Mas não é, de perto, um grande filme. Eu gostei (melhor a segunda parte do que a primeira), mas não o coloco num altar nem tenho vontade de o rever.
Sinceramente, não me empolgou e não me fará recordá-lo com frequência. Acredito que seja, para muitos, o filme das suas vidas, a melhor coisa que viram nos últimos anos. Acredito que os milhões de fervorosos fans de facebook vão colocar "nota 10" neste filme. Acredito até que esta crónica poderá levar à impopularidade do nosso blog, mas The Social Network não passa de um filme normal, com uma história (por vezes) até um pouco entendiante, algumas piadas pontuais bastante engraçadas e uma bela banda-sonora. David Fincher não podia fazer muito mais.
Mas, há uma questão que se coloca. Até que ponto o filme retrata a realidade e a verdadeira personalidade do tão carismático e peculiar Mark Zuckerberg? Eu gostei muito desta personagem. É dificil não simpatizar com o trabalho de Jesse Eisenberg (já o disse na anterior crónica), mas todas as ideias e sentido de humor que se atribuem a Mark Zuckerberg durante o filme fizeram-me ficar na dúvida quanto à fidelidade da adaptação de David Fincher. E se há coisa que eu não suporto no cinema Americano é o vício de tentar puxar do espectador o seu lado mais emotivo, através do embelezamento de uma personagem e de uma história.
Quanto à história, é conhecida por muitos. Eu nunca me preocupei em saber, profundamente, como tudo começou e fui ao cinema praticamente às cegas. Estamos no ano 2003, quando em Harvard Erica Albright decide terminar o seu namoro com Mark Zuckerberg. Este, por vingança, decide fazer-lhe uma humilhação pública no seu blogue e criar (juntamente com ajuda do amigo Eduardo Saverin) uma votação pública para decidir qual a rapariga mais sensual de toda a universidade. Após levar à rotura o servidor da universidade (vinte e duas mil visitas ao site facemash.com nessa mesma noite), Mark Zuckerberg torna-se o rapaz mais falado da universidade e a sua fama chega aos ouvidos dos irmãos Winklevoss, dois meninos bonitos que decidem propôr a Zuckerberg a criação de um site onde todos os alunos de Harvard possam partilhar fotografias e confidencialidades. Zuckerberg aceita participar na ideia e começa então a criar aquela que hoje em dia é a mais famosa e participada rede social. de todo o mundo O resto são processos nos tribunais e guerras sobre a verdadeira autoria desta ideia que vale actualmente vinte e cinco biliões de dólares.
Notas positivas para as prestações de Jesse Eisenberg (B+) e de Andrew Garfield (B).
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: David Fincher
Argumento: Adaptação de Aaron Sorkin apartir do livro de Ben Mezrich
Ano: 2010
Duração: 121 minutos
Sinceramente, não me empolgou e não me fará recordá-lo com frequência. Acredito que seja, para muitos, o filme das suas vidas, a melhor coisa que viram nos últimos anos. Acredito que os milhões de fervorosos fans de facebook vão colocar "nota 10" neste filme. Acredito até que esta crónica poderá levar à impopularidade do nosso blog, mas The Social Network não passa de um filme normal, com uma história (por vezes) até um pouco entendiante, algumas piadas pontuais bastante engraçadas e uma bela banda-sonora. David Fincher não podia fazer muito mais.
Mas, há uma questão que se coloca. Até que ponto o filme retrata a realidade e a verdadeira personalidade do tão carismático e peculiar Mark Zuckerberg? Eu gostei muito desta personagem. É dificil não simpatizar com o trabalho de Jesse Eisenberg (já o disse na anterior crónica), mas todas as ideias e sentido de humor que se atribuem a Mark Zuckerberg durante o filme fizeram-me ficar na dúvida quanto à fidelidade da adaptação de David Fincher. E se há coisa que eu não suporto no cinema Americano é o vício de tentar puxar do espectador o seu lado mais emotivo, através do embelezamento de uma personagem e de uma história.
Quanto à história, é conhecida por muitos. Eu nunca me preocupei em saber, profundamente, como tudo começou e fui ao cinema praticamente às cegas. Estamos no ano 2003, quando em Harvard Erica Albright decide terminar o seu namoro com Mark Zuckerberg. Este, por vingança, decide fazer-lhe uma humilhação pública no seu blogue e criar (juntamente com ajuda do amigo Eduardo Saverin) uma votação pública para decidir qual a rapariga mais sensual de toda a universidade. Após levar à rotura o servidor da universidade (vinte e duas mil visitas ao site facemash.com nessa mesma noite), Mark Zuckerberg torna-se o rapaz mais falado da universidade e a sua fama chega aos ouvidos dos irmãos Winklevoss, dois meninos bonitos que decidem propôr a Zuckerberg a criação de um site onde todos os alunos de Harvard possam partilhar fotografias e confidencialidades. Zuckerberg aceita participar na ideia e começa então a criar aquela que hoje em dia é a mais famosa e participada rede social. de todo o mundo O resto são processos nos tribunais e guerras sobre a verdadeira autoria desta ideia que vale actualmente vinte e cinco biliões de dólares.
Notas positivas para as prestações de Jesse Eisenberg (B+) e de Andrew Garfield (B).
Nota Final: B
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: David Fincher
Argumento: Adaptação de Aaron Sorkin apartir do livro de Ben Mezrich
Ano: 2010
Duração: 121 minutos
5 comentários:
Já vi o filme, mas a minha crítica fica para a próxima semana, já que agora ando a dedicar-me à cobertura do Estoril Film Festival - ainda virá The American e You'll Meet a Tall Dark Stranger.
De todas as vezes que aqui vim dizer que concordava perfeitamente com o que escreviam, esta é a vez em que concordo mais. Não tirava nem punha uma palavra. Aliás, o que vos vou propor, na altura, é que me concedam a liberdade de, com os devidos créditos, postar no meu blog a vossa crítica, na íntegra, fazendo apenas um acrescento de uma coisa ao outra - o facto de eu, paralelamente a ter gostado muito da personagem, ter achado os diálogos brilhantes (aquela primeira cena!) e o ritmo muito bem conseguido.
De resto, é isso mesmo: neutro, passageiro.
PS: O acrescente seria à parte, claro :p
Diogo, da minha parte e como autor do texto é uma honra teres vontade de o fazer! Estás à vontade para o colocar no teu blog e da minha parte não há qualquer problema!
Dia 4 encontramo-nos! ;) Abraço!
João Samuel Neves
Já eu, pelo contrário, adorei o filme (B+/A- facilmente).
Um argumento que possivelmente não terá par este ano, uma análise comportamental da motivação das pessoas fascinante e uma construção riquíssima das personagens. Três excelentes intérpretes - o Justin Timberlake surpreendeu-me imenso - e uma realização especialmente cuidada de Fincher (que deve levar o Óscar para casa, mesmo que o filme não leve o dele). E uma fabulosa banda sonora de Trent Reznor que, se tudo correr como habitualmente corre, vai ser excluída dos nomeados, porque as melhores são sempre para dar lugar a coisas aborrecidíssimas.
Mas gostei imenso da tua crítica, Samm :) Parabéns pelo excelente trabalho, acho mesmo que está de um nível altíssimo!
Cumprimentos,
Jorge Rodrigues
Gostei imenso da tua crítica e concordo plenamente com ela.:)
Fiquei desiludida com o que diziam ser o melhor filme do ano...
É interessante saber toda a história e a caracterização das personagens é muito boa, mas tal como tu, não fiquei com muita vontade de o rever. É um filme que vou esquecer mais rapidamente do que julgava.
Cumprimentos,
Joana Vaz
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