"I know that those who have done these things usually keep quiet, and that those who talk haven't done them. And yet I have done them."
Pickpocket e a mais recente colecção de cinema que todas as sextas-feiras o Jornal Público nos oferece por mais 1,95€ são uma boa prova de que o bom cinema está ao acesso de todos e não é preciso um grande esforço, económico e de procura, para se ter acesso a ele. (Também podemos aqui fazer um vénia, merecida, às noites da 2 que só peca pela hora tardia a que emite os filmes).
Pickpocket é um belo pedaço de cinema. Foi um prazer conhecer Robert Bresson e esta sua obra-prima. Enquanto o vemos esquecemo-nos de que foi na década de cinquenta que Robert Bresson criou esta pequena maravilha que nos enriquece durante os seus setenta e cinco minutos.
Uma história criada a partir de um misto de imaturidade e irreverência juvenil (aquela mesma que já passou por todos nós), começa com Michel, o "herói" do filme, a assistir a uma corrida de cavalos. Por impulso decide arriscar-se a tentar roubar a carteira da senhora que está à sua frente. Nunca o havia tentado, nunca o havia pensado, mas naquele momento tudo parecia reunido para dar certo. Seria só daquela vez e só por curiosidade. É bem sucedido no seu acto. No entanto, minutos mais tarde é capturado, com muita naturalidade e pouca resistência, pela polícia.
Libertado com a condição de repensar naquilo que havia feito, vai até casa da sua mãe, que se encontra muito doente e às portas da morte. Após conversar com Jeanne (a jovem vizinha que cuidava da sua mãe) Michel percebe que a sua progenitora está com sérias dificuldades monetárias e este decide então que irá arranjar um emprego decente e encontrar solução para os problemas da mãe.
Mas há algo em Michel que o guia. Algo que ele não controla. Um impulso demasiado tentador. Nas sucessivas viagens de metro que faz alucina com novas e revolucionárias técnicas para roubar a carteira e os bens dos que o rodeiam. É então que, por mero acaso, encontra um verdadeiro perito na arte de roubar e com ele aprende as técnicas mais eficazes. Formam uma equipa que inicia uma senda de pequenas furtos que ajudam Michel a sobreviver no seu imundo quarto alugado. Destinado ao fracasso, Michel acaba por sofrer alguns contratempos durante a sua estadia em Paris, que abandona foragido à polícia.
Pickpocket é um filme feito por um visionário. Uma metáfora que se enquadra perfeitamente aos tempos modernos e que será eternamente actual. É a história de como uma tentação se pode tornar num vício incontrolável, tornando a nossa vida (e daqueles que nos rodeiam e são mais próximos) miserável, até acabar com ela, sem o mínimo de dó ou piedade. É lição.
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Robert Bresson.
Argumento: Robert Bresson
Ano: 1959
Duração: 75 minutos.
Pickpocket é um belo pedaço de cinema. Foi um prazer conhecer Robert Bresson e esta sua obra-prima. Enquanto o vemos esquecemo-nos de que foi na década de cinquenta que Robert Bresson criou esta pequena maravilha que nos enriquece durante os seus setenta e cinco minutos.
Uma história criada a partir de um misto de imaturidade e irreverência juvenil (aquela mesma que já passou por todos nós), começa com Michel, o "herói" do filme, a assistir a uma corrida de cavalos. Por impulso decide arriscar-se a tentar roubar a carteira da senhora que está à sua frente. Nunca o havia tentado, nunca o havia pensado, mas naquele momento tudo parecia reunido para dar certo. Seria só daquela vez e só por curiosidade. É bem sucedido no seu acto. No entanto, minutos mais tarde é capturado, com muita naturalidade e pouca resistência, pela polícia.
Libertado com a condição de repensar naquilo que havia feito, vai até casa da sua mãe, que se encontra muito doente e às portas da morte. Após conversar com Jeanne (a jovem vizinha que cuidava da sua mãe) Michel percebe que a sua progenitora está com sérias dificuldades monetárias e este decide então que irá arranjar um emprego decente e encontrar solução para os problemas da mãe.
Mas há algo em Michel que o guia. Algo que ele não controla. Um impulso demasiado tentador. Nas sucessivas viagens de metro que faz alucina com novas e revolucionárias técnicas para roubar a carteira e os bens dos que o rodeiam. É então que, por mero acaso, encontra um verdadeiro perito na arte de roubar e com ele aprende as técnicas mais eficazes. Formam uma equipa que inicia uma senda de pequenas furtos que ajudam Michel a sobreviver no seu imundo quarto alugado. Destinado ao fracasso, Michel acaba por sofrer alguns contratempos durante a sua estadia em Paris, que abandona foragido à polícia.
Pickpocket é um filme feito por um visionário. Uma metáfora que se enquadra perfeitamente aos tempos modernos e que será eternamente actual. É a história de como uma tentação se pode tornar num vício incontrolável, tornando a nossa vida (e daqueles que nos rodeiam e são mais próximos) miserável, até acabar com ela, sem o mínimo de dó ou piedade. É lição.
Nota Final: B
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: Robert Bresson.
Argumento: Robert Bresson
Ano: 1959
Duração: 75 minutos.
1 comentário:
Ainda não vi e tenho-o aqui, graças ao Público. Não li, por causa de possíveis spoilers, mas também vai ser o meu primeiro Bresson ;)
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