"Its not fuckin' ladylike to be shoutin' in the street like this."
The Fighter é tudo aquilo que um filme deve ser: 1 - Intenso, do princípio ao fim. 2 - Interpretações brilhantes (Bale é impressionante). 3 - Um argumento extremamente bem adaptado e trabalho para os actores escolhidos. 4 - Uma banda sonora recheada de grandes músicas, com a garra que um filme sobre pugilismo e uma história de vida sofrida o exigem. 5 - Momentos e cenas que ficarão, para sempre, na memória de quem vê o filme.
The Fighter é óptimo do início ao fim. Assim que a música "How you like me n ow?" dos The Heavy começou a tocar na sala de cinema, enquanto Micky Ward (Mark Wahlberg) e Dicky Eklund (Christian Bale) percorriam as ruas de Lowell (num fantástico show de Bale), eu percebi que estava perante um grande filme. Só podia estar. E, felizmente, não me enganei.
Dicky Eklund, conhecido como o "Pride of Lowell" pelos seus fantásticos com bates de Boxe na década de 70 é, em 1996, um homem perdido. Viciado em crack, falido e sem emprego, passa os dias a treinar o seu irmão mais novo, Micky Ward, que sonha ter uma carreira de boxe como a do seu irmão. O vício pela droga e a sua desgraça acabam por atrair a atenção da HBO, que decide fazer um documentário sobre os seus problemas. Iludido com a ideia de que o documentário seria a rampa de lançamento para um regresso aos combates, 20 anos depois, Dicky aceita com felicidade e hospitalidade a equipa de reportagem e, naturalmente, exibe e fala sobre todos os seus problemas.
Dicky é o menino bonito de Alice Ward (Melissa Leo), uma mãe absolutamente detestável, oportunista, sem escrúpulos e cuja permanente loira ainda hoje me assombra o pensamento. Sempre condescendente com Dicky, não tem problemas em tomar o seu lado quando, o seu filho mais novo Micky, farto das derrotas e da irresponsabilidade de Dicky, decide prescindir do treino do seu irmão mais velho. A prisão de Dicky (provocada por desacatos com as autoridades) acaba por ser o empurrão final para a mudança.
É nessa mesma altura que outra grande interpretação nos é dada a conhecer: Charlene Fleming (Amy Adams), que trabalha no bar local, é o ponto de viragem não só do filme como também da vida de Micky. É com ela e com a sua força e incentivo, que Micky faz as mudanças necessárias na sua vida. Contra a vontade da sogra e das várias cunhadas (5, talvez...), Charlene aguenta as adversidades e torna Micky não só num grande homem, como também num grande lutador. Os resultados desta troca e da separação do seu irmão, deixo-as para o leitor descobrir quando vir The Fighter. Seria criminoso revelar aqui todo o filme.
No meio de toda esta história, Christian Bale vai nos dando uma lição de cinema. É uma delícia ver a sua interpretação e a forma como se entregou e viveu esta personagem. Se em "The Machinist" Bale deu uma carga dramática e degradante a uma personagem perdida e desenquadrada do mundo, em The Fighter voltou a repetir a dose, mas abrilhantou-a com um humor e uma personalidade que eu nunca mais irei esquecer. Se Dicky Eklund é o melhor papel de sempre de Bale? Sim, podemos afirmá-lo. No entanto, Trevor Reznik será, sem dúvida, aquele que mais me marcou.
Por fim, deixo aqui o meu apelo: Se ainda não viu o The Fighter, corra até ao cinema mais próximo. A banda sonora deste filme merece a presença do leitor no cinema. The Fighter é um dos melhores do ano e o dinheiro que se paga por ele no cinema é um dos grandes investimentos dos últimos tempos. David O. Russell acertou em cheio.
Nota Final:
A-
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: David O. Russell
Argumento: Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson.
Ano: 2010
Duração: 115 minutos
A-
Trailer:
Informação Adicional:
Realização: David O. Russell
Argumento: Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson.
Ano: 2010
Duração: 115 minutos
2 comentários:
Gostei tanto do filme como tu!:D
É o meu favorito dos dez nomeados!
A interpretação de Bale é absolutamente fabulosa, de tal forma que sempre que ele entrava em cena eu quase me "esquecia" dos outros actores.
E a cena da visualização do documentário é a cereja em cima do bolo. Fantástica.
Para já, João, tenho que elogiar a tua crítica, fez jus ao que eu pretendia também elogiar e é um belo trabalho sim senhor.
Quanto ao filme... nada a dizer, é excepcional! Mas de uma pessoa que nos traz uma comédia tão espectacular como I HEART HUCKABEES eu espero tudo :)
Cumprimentos e parabéns,
Jorge
Enviar um comentário