Dial P for Popcorn: BRITISH TV - Misfits

quinta-feira, 10 de março de 2011

BRITISH TV - Misfits

British TV é nova crónica mensal do Dial P for Popcorn. Tem como objectivo dar a conhecer séries britânicas, com a qualidade característica dos ingleses, local de inspiração e (fraco) plágio da Televisão Americana.

MISFITS


Como incondicional Fã da televisão britânica, e uma vez que o Jorge nos dá a conhecer uma enorme variedade de séries americanas, considerei importante, para o leitor, a criação de uma crónica mensal sobre séries britânicas. Mensal, para que o leitor tenha tempo de digerir e analisar cada uma das séries sobre as quais vou falar, espero que British TV se torne uma crónica do agrado de quem visita o blogue, permitindo a divulgação de séries de grande qualidade que, infelizmente, pouca divulgação têm em Portugal.

Esta não é a primeira vez que vos falo sobre a minha admiração pelos ingleses. Merlin, Black Adder, Only Fools and Horses e The Inbetweeners foram já por mim analisadas e aconselhadas. Qualquer uma delas é uma grande série, todas elas divertidas e originais.


E começo por uma escolha controversa. Uma escolha que fará torcer o nariz de muitos dos que estão agora a ler esta crónica. É uma escolha arriscada, pelo conteúdo (aparentemente) barato e escandalosamente explorado das histórias de super-heróis.



Sim, à primeira vista MISFITS é mais uma série sobre super-herois. Cinco miudos, aparentemente "normais", estão no sítio errado, à hora errada. Mas, a aparente banalidade de mais uma série sobre super-heróis, começa a ser posta em causa pelo peculiar facto de Nathan, Kelly, Simon, Curtis e Alisha se encontrarem a cumprir trabalho comunitário por distúrbios na sociedade: Roubos, drogas, vandalismo. Cinco jovens, sem uma beleza extrema e um carimbo de sex-symbols, numa representação adequada daquilo que é a sociedade moderna.



Arruaceiros, mal-educados, insurretos, são surpreendidos pela queda de um trovão que ao cair sobre eles altera radicalmente as suas vidas. Mas, em MISFITS os super-heróis não são carregados da surrealidade a que séries como Heroes nos habitou. Tudo acontece com calma, com naturalidade. Os poderes, embora irreais, são todos eles criados e adequados
a cada uma das personalidades, como uma extensão dos desejos mais profundos das personagens.


Mas os poderes e a acção foi o que menos me cativou nesta série. MISFITS é diferente pelo seu conteúdo. Pelo argumento fantástico de cada episódio, pelo sublime humor negro, pela naturalidade com que temas controversos como a gravidez, o sexo, a homossexualidade são abordados. Pela forma como as cenas são montadas e editadas. Tudo com uma carga de humor intensa, diversificada e inteligentíssima.



A juntar a isto, temos uma banda sonora fantástica. Possivelmente a melhor que vi até hoje numa série britânica. Variada, utiliza desde b-sides dos The Rapture, até Echo and the Bunnymen, Joy Division, LCD Soundsystem, Hot Chip, Klaxons, Metronomy, Kasabian, Justice, Adele, Damien Rice, Blur... Enfim, uma variedade enorme que enriquece a série a torna ainda mais especial.


Por fim, uma referência à grande estrela da série. Um protagonismo conseguido, não pela força do argumento, mas pela força de uma personalidade artística fantástica, um talento natural e uma piada espontânea: Robert Sheehan vai, naturalmente, ser uma grande estrela do cinema e da televisão. Nathan, a personagem que ele protagoniza é, sem dúvidas, a mais carismática de toda a série e aquela que mais empatia criará com o leitor.

Com seis episódios em cada temporada, num total de duas (a terceira temporada deverá chegar no final deste ano), MISFITS foi o vencedor do BAFTA de 2010 para Melhor Série de Drama. A juntar a todo o meu entusiasmo, MISFITS é a garantia de uma série divertida, irreverente, original e peculiar. O leitor não se arrependerá de a conhecer.


TRAILER

(Uma vez que não o consegui incorporar, fica aqui o link!)

3 comentários:

Pedro Ponte disse...

Samm,

Devo confessar que é um prazer imenso ver Misfits arrancar com esta crónica. Conheci a série logo no princípio e apaixonei-me instantaneamente. Desde então que pressiono toda e qualquer pessoa que encontro para ver este pequeno pedaço de génio da TV britânica. Absolutamente essencial para qualquer fã quer de BD, quer de TV ou simplesmente de coisas brilhantes.

Cumps.

João Fonseca Neves disse...

Caro Pedro,

Fico muito contente por saber que alguém na blogosfera partilha do meu entusiasmo por esta série!
O meu único receio é não conseguir transmitir o real valor que esta série tem. Infelizmente, numa primeira vista de olhos, pode parecer uma série banal. A mim, convenceu-me desde o início!

E penso que o próprio trailer dá uma ideia muito real da intensidade da própria série! Obrigado pelo teu comentário! ;)

Jorge Rodrigues disse...

Eu admito que sou um daqueles que o Pedro tem insistido veementemente para que veja a série. Hei-de lá chegar, embora no meio de tantas americanas que vejo hoje em dia, a coisa fique mais confusa.

Parece-me, como também já tinha dito aos dois fãs de MISFITS que conheço, bastante interessante e engraçada. E é certamente uma daquelas que vou pegar logo que possa.

Caro Samuel, de resto, muitos parabéns pelo início desta rubrica que acho que vai ser do agrado de muitos dos nossos leitores ;)


Cumprimentos!