Todos nós temos, seja no cinema seja na televisão, aquele que é o nosso Guilty Pleasure. Aquela série de que ninguém gosta, aquele filme que a crítica não suporta e que não conseguimos convencer ninguém a ver. Merlin é a minha paixão irracional. Se tentar definir o porquê de ser completamente louco por esta série, serei incoerente, pouco claro e até mesmo entediante.
A paixão por Merlin começou graças à Sic Radical, que no meio dos seus blockbusters e séries inventadas para valorizar os minutos de quem não tem mais nada para fazer ao tempo, me deu a conhecer uma série que tem tudo para não ser aplaudida, não ser levada a sério ou mesmo não ser vista como uma série digna de registo.
Em primeiro lugar, ao ser uma série feita na Inglaterra, tem logo muito menor divulgação e visibilidade do que as séries americanas. Ainda hoje continuo sem compreender o porquê de Ricky Gervais ter feito um The Office UK tão brilhante e um The Office US tão mau, que envergonha o seu primeiro trabalho e o faz perder admiradores um pouco por toda a parte. No entanto, se falarmos de The Office, de imediato Steve Carrell é referido e poucos serão os que conhecem a versão original dessa série e o lendário Gareth Keenan.
Em segundo lugar, o seu tema. Ao olhar para o título da série, muitos pensarão “Mais uma série sobre a história do Merlin”. Alerto-vos que, pese embora o tema seja, inevitavelmente, esse, todas as aventuras e ideias colocadas nestas séries são inovadoras e dão uma nova perspectiva sobre a famosa lenda. Em Merlin, Arthur e Merlin são dois jovens, na casa dos 25 anos, ambos da mesma idade. Merlin, embora seja um mágico poderoso, é também nesta série o escravo de Arthur e luta, episódio após episódio, para encobrir o seu segredo, já que que o pai de Arthur, o Rei Uther Pendragon, jurou acabar com a magia, assassinando todos aqueles que sejam suspeitos de a praticar.
Em terceiro lugar, todo o visual arcaico da série. Os efeitos especiais, a fotografia, o grafismo da publicidade, verdade seja dita, são todos eles bastante simples e comercialmente pouco atraentes. Fará até uma certa confusão, àqueles que estejam mais ligados à área do audiovisual e das novas tecnologias, como será possível uma série de distribuição internacional, criada na Inglaterra, ter uns designers gráficos tão incompetentes.
Mas Merlin supera tudo isso. O humor da série é excelente e o trabalho feito à volta das personagens Merlin e Arthur é, sem dúvida, o grande segredo desta série. Com três temporadas completas, quem agora se iniciar nesta aventura terá certamente muitos episódios e momentos marcantes para ver. Aconselho-vos a iniciarem a vossa descoberta de espírito aberto, prontos para serem surpreendidos ou para terem uma grande desilusão. Como vos falei no inicio, é difícil descrever o porquê da minha devoção por esta série. Serão muitas as vozes discordantes, certamente. Mas aconselho-vos vivamente a darem-lhe uma oportunidade.
3 comentários:
É, sem dúvida, uma série peculiar. O truque está em conseguir ver para além da estranheza (que mais não é do que fugir ao lugar-comum onde têm caído algumas das séries americanas...) e apreciar a série pelo que ela é.
Merlin é daquelas coisas que parecem uma tentativa falhada ao observador desatento, mas que me captaram logo no primeiro episódio. Boa escolha ;)
Tenho que de facto perder um pouco de tempo e ver mais episódios desta série.
O que vi não me interessou. Mas como tu dizes tão bem... Tenho que perder tempo e ver.
Boa escolha, de facto, para criticar e aconselhar, ainda para mais sendo uma das tuas favoritas.
Cumprimentos,
Jorge
Por mais que a serie não interessa a maioria, essa é umas das minhas favritas... adorei quando subi que começaram a 4ª temporada... tbm quero assistir Camelot e o filme Merlin - O Retorno... Beijos
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