Antes de mais, gostaria de pedir aos outros bloggers com gosto pelo cinema português para, mais que opinarem aqui no blogue (que eu agradecia imenso se o fizessem), que fizessem também um post no vosso blogue indicando qual a vossa preferência para este ano e a vossa opinião sobre quem será o nomeado.
Bem, não sei se sabem mas estamos naquela altura do ano outra vez: a altura das submissões para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não sei se saberão ou não as regras, mas não faz mal se não as souberem, porque são muito simples: só pode ser submetido um filme por país (obviamente), têm que ser falados maioritariamente na língua desse país (se não estou em erro, 60% é o mínimo exigível - e Portugal já uma vez submeteu um filme assim, "Um Filme Falado / A Talking Picture" de Manoel de Oliveira, que partilhava o diálogo entre o francês, o inglês e o português) e têm que ter estado 1) em exibição em cinemas de Los Angeles pelo menos uma semana até à data de fecho das inscrições para os Óscares 2010 e 2) estreado no seu país entre 1 de Outubro de 2009 e 30 de Setembro de 2010.
Vários países já anunciaram oficialmente os filmes que escolheram para apreciação, outros já divulgaram as suas short-lists e noutros, como é o nosso caso, estão prestes a anunciar (procurem novidades ou no sítio das distribuidoras, ou no sítio do ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual Português - que é a autoridade portuguesa responsável pela escolha e anúncio da mesma, ou mesmo no sítio da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas - AMPAS) o seu escolhido.
Os países que já anunciaram os seus escolhidos são os seguintes:
- Áustria, "La Pivellina"
- Hungria, "Bibliotheque Pascal"
- Irão, "Son of Babilon"
- Holanda, "Tirza"
- Perú, "Undertow / Contracorriente"
- Polónia, "All That I Love"
- Roménia, "If I Want to Whistle, I Whistle"
- Coreia do Sul, "A Barefoot Dream"
- Suécia, "Simple Simon"
- Taiwan, "Monga"
- Venezuela, "Hermano"
Vencedores da categoria, 2005-2009
Portugal deve anunciar a sua decisão até 30 de Setembro, até porque é o limite do prazo de entrega da candidatura, mas muito provavelmente até à próxima semana já se saberá quem é a nossa escolha. Curioso é que, olhando para trás, o ano de 2010 foi bastante profílico em filmes portugueses (excluindo "Contraluz", é óbvio, até porque é em Inglês, mesmo sendo de um realizador português), como nenhum outro ano na década.
Ora vejamos os títulos que Portugal pode decidir submeter para avaliação da Academia:
- "Morrer Como um Homem" de João Pedro Rodrigues;
- "Os Sorrisos do Destino" de Fernando Lopes;
- "Uma Aventura na Casa Assombrada" de Carlos Coelho da Silva;
- "A Bela e o Paparazzo" de António Pedro Vasconcelos;
- "Cinerama" de Inês de Oliveira;
- "Como Desenhar um Círculo Perfeito" de Marco Martins;
- "A Religiosa Portuguesa" de Eugène Green;
- "Um Funeral à Chuva" de Telmo Martins;
- "Duas Mulheres" de João Mário Grilo;
- "O Inimigo sem Rosto" de José Farinha;
- "O Último Vôo do Flamingo" de João Ribeiro;
- "Marginais" de Hugo Diogo;
- "O Filme do Desassossego" de João Botelho;
"Mistérios de Lisboa" de Raúl Ruiz;[ineligível]- "Embargo" de António Ferreira.
Nunca vi um ano, desde que eu sigo com atenção todas as coisas ligadas ao cinema, com tanta diversidade de realizadores e de géneros cinematográficos. Agora se me perguntarem: há aqui algum filme que achas capaz de ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro? E eu dificilmente conseguirei dizer que sim, não porque duvide da qualidade dos filmes (bem, 80% deles sim, mas não é essa a questão) mas porque pura e simplesmente o nosso país não tem qualquer credibilidade no mercado norte-americano, o que torna difícil qualquer publicidade fora de portas (já em Portugal a publicidade feita ao cinema português é pouca, quanto mais lá fora...). Ainda para mais, Portugal não tem um realizador com nome lá fora como os grandes países da Europa têm, como Almodovar, Buñuel e Trueba em Espanha ou Fellini em Itália ou um Bergman ou um Troell como na Suécia (já nem pegamos na França porque são demasiados e surgem aos molhos todos os anos para estar a contabilizar). E acima de tudo, Portugal não é comercial no estrangeiro. Não é. A Espanha teve o "[REC]", por exemplo. Ou o caso da Suécia com a trilogia Millenium. Fazia-nos falta um filme do género, que fosse um sucesso lá fora por muito mau que fosse em termos qualitativos. E depois é o estilo do nosso cinema e a necessidade de contar histórias sempre muito fora dos temas tipicamente Oscarizáveis, ou seja, escolhemos sempre dramas algo bizarros e nunca exploramos em condições um bom argumento (que também é coisa rara para os lados portugueses). Temos aqui um sério problema.
Eu bem gostava que alguém com mais poder que eu e que fosse referência no cinema português se preocupasse com isto. É que nós temos os meios, temos os actores (não me vão dizer que a TVI pelo menos aí não tem ajudado a formar novos actores; claro que depois é preciso separar o que é bom do que é mau mas isso um bom director de casting faz - e não, não é preciso ser a Patrícia Vasconcelos, que faz o casting de quase tudo em Portugal, e que por ter sempre que fazer esse trabalho, acaba por repetir muitas vezes os mesmos actores), nós temos o nome - os Óscares gostam de países poderosos na Europa e o nosso é talvez o mais renomado sem ter conseguido impôr-se no cinema - e temos sobretudo vontade (ou pelo menos parece-me). A Palme d'Or a Salaviza já foi um avanço. O prémio vencido este ano em Locarno pela dupla de realizadores também. Há que procurar mais. Há que surgir mais vezes em festivais internacionais, em secções competitivas. Há que exigir mais do cinema do nosso país.
Mapa dos Nomeados e Vencedores de Óscar de Melhor Filme Estrangeiro
A verde escuro estão os vencedores do prémio, a verde mais claro os que já foram nomeados para ele. Enfim... Dá para ver os poucos países que ainda não têm nomeações. Então na Europa... São tão poucos!
Temos portanto a França, a Itália, a Espanha, a Suécia, a Holanda, a Dinamarca, a Alemanha, a República Checa, a Suíça, a Hungria, a Rússia, a Áustria, a Bósnia-Herzegovina, a Polónia, a Bélgica, a Noruega, a Grécia, a ex-Jugoslávia (agora Sérvia), a Finlândia, a Islândia, a Geórgia, o Cazaquistão e a Macedónia - isto só falando de países europeus com nomeações. Portanto... alguém consegue explicar o que se passa de errado com o cinema português?
Porque isto...
"Twenty-five Portuguese films have been submitted to the Academy for consideration for the Academy Award for Best Foreign Language Film. No Portuguese film has yet been nominated for the award and Portugal holds the record for the most submissions without an Oscar nomination."
É uma vergonha.
Vamos lá então aos favoritos à nomeação portuguesa (por ordem de probabilidade):
Muito provavelmente, vai acabar por ser o novo filme de Manoel de Oliveira, "O Estranho Caso de Angélica", que conseguiu críticas razoáveis aquando da passagem por Cannes, que vai ser escolhido para nos representar. É do único realizador português que tem nome a sério lá fora (claro que é mais pela idade avançada do que pelo seu trabalho, o que é uma pena), tem ar cuidado e internacional, esteve num festival internacional e parece ser bom. Contudo e apesar desta década ter sido pautada por muitas submissões portuguesas dos filmes de Manoel de Oliveira, penso que este ano poderá marcar uma excepção, com o segundo filme de Oliveira a ser excluído da corrida consecutivamente. Agora quem poderá ser a escolha? Bem, parece-me que temos dois candidatos de peso. Primeiro, "Mistérios de Lisboa" de Raúl Ruiz, uma produção multinacional com um elenco de luxo e com grande prestígio, que vai estar no NYFF antes de chegar a Portugal, seria um candidato perfeito, não fosse a data de estreia em terras lusas (21 de Outubro), que ultrapassa o requerimento da Academia, logo é ineligível. É por isto que acho que a conjugação de factores pode ajudar é "Embargo", do realizador António Ferreira. Só tem uma coisa contra: é a data de estreia, 30 de Setembro, que pode ser um 'handicap', uma vez que o júri pode estar algo avesso a apostar no filme. De resto, tudo a favor: críticas radiantes do Fantasporto e de outros críticos que já viram o filme, um elenco com actores conhecidos dos portugueses, elogios de grande nível (como "um filme de que os irmãos Coen se lembrariam") e é baseado na obra homónima de José Saramago que, como se sabe, faleceu este ano, podendo o filme servir de homenagem ao escritor. Finalmente, será bom não excluir a produtora/distribuidora Clap Filmes da conversa, pois é ela que produz e distribui a grande parte das nossas submissões para Óscar e parece-me que do certame disponível este ano, o que tem mais hipóteses é "Os Sorrisos do Destino", do acarinhado realizador Fernando Lopes. O meu dark horse seria "Como Desenhar Um Círculo Perfeito", até porque é do realizador da escolha de 2005, "Alice". Só para dizer que me esqueci de "Morrer como um Homem", que era um dos candidatos mais high-profile à nomeação o ano passado, mas que depois só estreou a 19 de Outubro, o que o tornava inelegível. Pode ser a escolha este ano, também. Neste momento parece-me mesmo uma corrida a cinco (estes mais "A Religiosa Portuguesa") um pouco atrás de "O Estranho Caso de Angélica".
Provável Nomeado: Então contas feitas, eu diria mesmo que o pedigree de "O Estranho Caso de Angélica" deverá ser suficiente para suplantar os outros filmes, mas não podemos descontar nenhum dos outros cinco títulos da corrida.
O Meu Favorito: Eu queria mesmo que "Embargo" (que ainda não vi, atenção, porque faltei ao Fantasporto) fosse o nomeado.
Portanto, eu peço-vos que dêem a vossa opinião sobre o que acham que está mal, o que é preciso mudar e sobre os nomeados e peço que ou partilhem este post ou que façam um sobre o assunto (eu tratarei de juntar aqui os links de todos os que quiserem - enviem-me um e-mail ou deixem no Facebook o vosso link). Pode ser que se nos juntarmos alguém com relevância leia isto.
12 comentários:
Jorge, concordo contigo em relação ao favorito. Também preferia "Embargo" em vez de Manoel de Oliveira. No entanto, acho que já será uma grande surpresa se for escolhido algum que não o do Oliveira.
Só uma nota: em relação aos filmes dos ultimos 5 anos, na categoria de melhor filme estrangeiro, só não adorei do "the counterfeiters".
De resto, cada vez mais a considero a melhor e mais credivel categoria dos Oscars! É sem dúvida a minha favorita!
Acredito que um dia veremos lá um filme português :)
Abraço! Ah e grande ideia, na altura certa! ;)
É, mas mesmo assim parece-me que a Academia gosta muito de fugir a filmes que depois se tornam grandes clássicos do cinema estrangeiro (The Class, A Prophet, The White Ribbon, Volver) em detrimento de outros mais fracos, como The Counterfeiters e Departures. Mas enfim.
Eu também acredito que um dia veremos lá um filme português, só acho é que o que as instituições com poder no cinema português fazem é pouco.
Abraço e obrigado por comentares,
Jorge
Eu não me atrevo a tecer considerações. O meu conhecimento do cinema português é quase nulo.
No entanto, acho que esta insistência do Manoel de Oliveira não dá em nada há muito, muito tempo.
Mas adorei o artigo, parabéns ;)
Abraço
Bom, mal consigo discutir sobre cinema português, já que não tenho conhecimentos suficientes para isso.
Eu tenho gostado dos filmes nomeados e dos vencedores da categoria de melhor filme estrangeiro. Nem sempre concordo é com as submissões que alguns países fazem, como por exemplo a Espanha no ano passado.
Quanto a Portugal, penso que nem sempre aposta no seu melhor. Este ano, “Embargo” parece ter arrojo. Eu gostei da descrição. Será desta?!
Gostei muito do post!:)
Óptimo trabalho!:D
Pois lá está Jackie Brown, o problema é que se a reputação do Manoel de Oliveira fosse uma indicação positiva, já teríamos sido nomeados, à quantidade de filmes dele que submetemos (alguns deles porreiros).
Parece-me é que precisamos de alguém pragmático que analise os filmes à maneira de pensar de Hollywood e que idealize um argumento que esteja conforme e aborde um tema que lhes suscite interesse.
E outra questão é a do júri. Devia ser obrigado a estudar os nomeados típicos de cada ano e os temas-chave de cada filme e procurar encontrar semelhanças na produção nacional.
O problema é que ninguém se preocupa e eu estou farto de sermos chacota.
Abraço e obrigado pelo comentário,
Jorge Rodrigues
Bem, em primeiro lugar well-done pela ideia Jorge, o Melhor Filme Estrangeiro também sempre me interessou bastante (provavelmente a parte dos Oscares que mais me interessa), apesar da política por detrás da coisa e da falta de credibilidade que, sinceramente, tem.
Em relação ao teu texto, há algumas ideias, na tua racionalização sobre a falta de 'sucesso' do nosso cinema lá fora, com as quais não concordo, nomeadamente considerar Oliveira o único cineasta com "nome a sério lá fora". Acho que temos que nos convencer de uma vez por todas que o público americano não vê cinema português, ponto. E não me parece que isso vá mudar tão cedo. Mas os EU não são o mundo, conheço muita gente dos quatro cantos do mundo que conhece o nosso cinema, inclusive pessoas que nem sequer gostam dos filmes do mestre.
Mas este artigo é sobre os Oscares, eu sei, por isso esse argumento não vale de muito. Só queria deixar isso dito. Acho que dos filmes que apontas como prováveis será mesmo o 'Angélica' ou o 'Embargo' (vou o ver dia 15). E também tenho muita pena que o 'Mistérios de Lisboa' não chegue mais cedo, podia mudar a coisa, especialmente tendo em conta a presença francesa e o facto de a academia gostar de obras de época.
Mais uma vez, excelente ideia, e vou sem dúvida pensar em algo semelhante para o Ante-Cinema. Desculpa lá o comentário extensivo.
Abraço.
Hmm Joana, não sei não. Parece-me primeiro que o do Manoel de Oliveira vai ser o escolhido e depois mesmo que "Embargo" o fosse não vejo ninguém da produtora nem do ICA a fazer propaganda ao film, quer cá quer lá nos EUA, que também é preciso. Pressioná-los para o introduzirem em Tribeca ou que corresse festivais lá, como em Sundance por exemplo onde entra muito filme estrangeiro.
E sim a Espanha de vez em quando faz alguns erros crassos mas habitualmente os filmes submetidos têm sempre qualidade. Os nossos já não, escolhem sempre nomeados inferiores. O "Amor de Perdição" era um bom filme mas a história e essencialmente o tom que Mário Barroso lhe quis conferir não ajudam e a parquíssima publicidade feita ao filme aqui e além-portas também não serviu de grande ajuda.
De notar que todos os anos temos sempre filmes italianos, franceses, brasileiros, japoneses, coreanos, chineses e muitos filmes de Leste na corrida. Porque será? Acho que temos de aprender com eles.
Abraço e obrigado por comentares,
Jorge Rodrigues
Obrigado Pedro pelas palavras e pelo comentário, antes de mais.
O meu objectivo com isto era mesmo queixar-me porque acho sinceramente que o nosso cinema tem possibilidades maiores do que as que explora actualmente e acho que as entidades com poder não dão grande ajuda a quem quer fazer filmes em Portugal.
E quando eu falei do Manoel de Oliveira e de ser o único realizador com nome era do facto de ser muito provavelmente o único nome português que pararia no radar de críticos norte-americanos, por exemplo, cuja promoção de certos filmes estrangeiros (diga-se sponsoring, se se quiser) ajuda a alguns teres tracção para nomeação (ou pelo menos para continuar na short-list). A verdade é que a maioria dos realizadores portugueses, excepção feita ao caso do Oliveira, não são bem conhecidos por críticos nos EUA. E tu saberás melhor do que eu isso até. Mas sim eu tenho plena noção que há muita gente no mundo que conhece o nosso cinema e não só de Oliveira. E concordo quando dizes que o público norte-americano não vê cinema português. Mas isso é algo que se deve procurar mudar. Claro que não será tão cedo mas aos poucos é possível.
Filmes indianos, filmes iranianos e filmes romenos têm estado em alta esta década e têm conseguido ser vistos, porque não o nosso cinema?
Bem... Espero então pela tua opinião do "Embargo" e claro, eu também queria que o "Mistérios de Lisboa" pudesse ser elegível, porque parece à primeira vista sonante. E fico à espera desse artigo.
Obrigado por comentares uma vez mais,
Jorge Rodrigues
A categoria de Melhor Filme Estrangeiro é das que gosto mais, encontramos sempre agradáveis surpresas.
Quanto às escolhas, gostaria de «Morrer como um Homem» ou «Embargo», que penso que surtissem algum efeito junto da Academia. Estive a fazer a cobertura do Fantasporto, mas há mesma hora de «Embargo» estava a ver o «Fish Tank» e depois não consegui ver. Mas a crítica internacional presente no festival disse muito bem do filme e achou que tinha potencial além-fronteiras.
Não acho que o facto de não termos muitos realizadores conhecidos largamente lá fora, venha a ser impeditivo. Afinal, conforme referiste, a Academia gosta de fugir à regra nesta categoria. Veja-se o caso de "El Secreto de sus ojos" no ano passado. Mas não fazemos campanhas FYC, não temos impacto a esse nível... e depois obviamente a qualidade! Mas claro que temos realizadores com potencial e vê-se pela credibilidade que alguns têm alcançado no estrangeiro.
Como é óbvio... O «Angélica» por melhor que seja, não tem potencial para ser escolhido pela Academia, pelo estilo. E não me parece que acabem por escolher Manoel de Oliveira outra vez. «Como Desenhar Um Círculo Perfeito» não me parece que consiga uma submissão... embora talvez não fosse má ideia.
Hmm Tiago, és capaz de ter razão quanto ao "Morrer como um Homem". Eu excluí-o da corrida por duas principais razões:
1) a data de estreia em Portugal, pois foi há quase um ano;
e
2) o tema do filme, que não é de todo para qualquer audiência.
Mas sem dúvida que seria uma submissão interessante e surpreendente. E depois, ainda por cima, teve boas críticas. Eu, para já, acho que "Embargo", "Sorrisos do Destino", "Como Desenhar Um Círculo Perfeito", "A Religiosa Portuguesa" e "Morrer como um Homem" estão na corrida. Com "O Estranho Caso de Angélica" ligeiramente à frente. Vamos a ver o que sai.
Obrigado pelo comentário,
Jorge Rodrigues
Que bem, Jorge, que bem !
Não me refiro exactamente à análise do Melhor Estrangeiro, mas ao panorama português. Mas, antes, vamos às outras coisas.
Quanto à tua proposta para escrevermos as nossas opiniões no blog, sobre as nossas perspectivas, não vou fazê-lo porque vi pouca coisa para conseguir fazer isso. De qualquer forma, apreciei as tuas notas.
O mesmo acontece quanto à escolha do ICA, sendo que não quase nenhum desses, com muita pena minha.
Há alguns que excluo de imediato OS MARGINAIS e A CASA ASSOMBRADA. Pelo menos não acredito que OS MARGINAIS seja muito mau, o que seria um improvement face ao trailer, que está deprimente. Ah, e OS INIMIGOS SEM ROSTO, o trailer faz antever qualquer coisa de péssimo.
A BELLA E O PAPARAZZO, de que só conheço algumas sequências, apesar de, segundo sei, ser uma obra cinematográfica fraquíssima, muito má, teve bastante projecção junto do público português. De qualquer forma, nunca vingaria em lado nenhum.
MORRER COMO UM HOMEM é demasiado para Hollywood (ex: close-shot numa masturbação de um homem noutro homem - não vi, foi-me contado). CINERAMA também é muito indie. O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA é demasiado "auteur", demasiado europeu.
SORRISOS DO DESTINO e MISTÉRIOS DE LISBOA nunca ouvi falar sequer.
O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO, A RELIGIOSA PORTUGUESA são dois dos quais gostei bastante do trailer e posters e que me "pré-agradaram" muito.
UM FUNERAL À CHUVA é, em termos de cinema, médio-fraco, mas merece um grande aplauso pela arrojada produção. É por isso que vale. Nunca para ir aos Óscares.
DUAS MULHERES é um filme arrogante, pretencioso, que resulta mal, que é uma obra reles e que falha por completo, a meu ver. Daí que ache pouco inteligente escolherem este.
As minhas escolhas pousariam pelos dois filmes pelos quais mais anseio: CÍRCULO PERFEITO (sou fã de ALICE) e EMBARGO.
Mas, como disse, o que mais gostei neste teu artigo, foi o final: a análise à relaçao cinema português/Oscar. Fiquei muito contente porque tenho uma visão muito semelhante. Aliás, estou aqui a pensar tratarmos aí um tema, nós e outros blogs ... Vou pensar, depois entro em contacto.
Abraço, excelente artigo.
@DIOGO, obrigado pelo comentário e pela tua análise, que vai muito ao encontro daquilo que eu penso de cada um dos filmes.
E muito gostava eu que de facto fosse um desses dois o escolhido pelo ICA. Está quase a saber-se a decisão, resta aguardar.
Abraço,
Jorge Rodrigues
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