Dial P for Popcorn: ÓSCARES 2011 - Comentário

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ÓSCARES 2011 - Comentário


Foi a primeira vez que vi uma cerimónia dos Óscares. Se há algo a que esta festa popular de auto-promoção me fez concluir, com o passar dos anos e das escolhas, é que quase sempre se esquece o melhor. Quase sempre a aparência é melhor do que o conteúdo.


E, mesmo sem nunca ter visto nenhuma cerimónia, já era esta a opinião que tinha. Depois de ter assistido (e perdido uma noite) à custa disto, reforço aquilo que sempre o disse: Os Óscares não passam de uma fútil auto-promoção de um povo que se considera o Rei do Mundo em tudo o que faz. Um povo que a nível do cinema, salvo raríssimas excepções, se limita a produzir em massa material que estupidifica e atrasa as pessoas deste mundo e, quando tenta um rasgo de intelectualidade, vai busca-lo aos países que realmente percebem do assunto.


A passadeira vermelha deu lugar a alguns dos momentos mais deprimentes e infelizes que já vi em televisão (A declaração de amor que Gwyneth Paltrow fez a Jay-Z foi digna de uma ida aos confins da Terra).

Dois momentos altos no meio de toda esta "cerimónia": A apresentação dos dez filmes a concurso na categoria de Melhor Filme, logo a começar. Quase que me enganavam. Não tivesse visto o resto dos Oscars e até julgaria estar perante uma das agradáveis bofetadas de luva branca da minha vida. Um segundo ponto alto, para o discurso de David Seidler: breve, sério, sem as lamúrias do costume mas com a emoção que um momento como estes representa para quem faz parte da indústria.


Conclusão: Uma vez que os Óscares são uma mera formalidade, uma entrega de prémios sem emoção, imprevisibilidade ou suspense à qual se junta o mau gosto de algumas escolhas/nomeações, esta terá sido a primeira e última vez que vi uma cerimónia de Óscares. E se a isto ainda lhe juntar os comentadores da TVI e as suas gaffes históricas, as quase 4 horas de cerimónia tornam-se numa tortura televisiva. E pronto, para o ano há mais.

13 comentários:

diogo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tiago Ramos disse...

Que vergonha de comentário mais preconceituoso e estúpido que li aqui acima do meu. Depois não se admirem que eu perca a esperança na humanidade e na existência de pessoas inteligentes e que não sejam invejosas. :)

diogo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Interessante ler este post na sequência dos inúmeros posts dedicados aos Óscares; Sempre tive um certo fascínio pelo transtorno bipolar!

My One Thousand Movies disse...

Eu já cheguei a ver algumas cerimónias de entregas de prémios, mas a idéia que eu tenho actualmente é exactamente esta.
Por isso já nem me dou ao trabalho de ver, hehe.

João Fonseca Neves disse...

Tenho pena de não ter visto os comentários aqui eliminados.

Caro Tiago e Francisco, muito obrigado pelos vossos comentários.

Alexander, não existe aqui nenhum caso de bipolaridade (embora gostasse de ler um blogue em que isso acontecesse). É com muito agrado que vejo a paixão que o Jorge tem pelos Oscars. É muito bom para o Dial P for Popcorn e para os nossos leitores termos opiniões distintas e gostos diferentes. Enriquece o conteúdo do blogue. É essa a minha opinião.

Sara disse...

Mas o que é que achaste da atribuição de melhor filme, por exemplo?

Carolina Vaz disse...

Eu até acho piada aos oscares.
Só por causa dos oscares, estas ultimas semanas, nos jornais portugueses, os oscares foram o tema, e levaram a q muita gente fosse ao cinema ver os filmes nomeados. É pena é so irem por estes motivos, ou verem filmes só porque estam nomeados.
Já à carpete vermelha, é o show. Gosto muito de ver o q as pessoas levam vestido... é melhor do q a altura da moda "Paris" :P E claro a helena bonham carter é a q dá o seu melhor, em mostrar a sua personalidade. XD

Bruno Cunha disse...

Para o ano há mais, é verdade. Mais injustiças...

Abraço
Frank and Hall's Stuff

João Fonseca Neves disse...

Sara,

Eu não vi o Discurso do Rei. No entanto, como já o disse aqui no blogue, para mim dificilmente este ano haverá melhor do que o Biutiful do Iñarritu. Estou também com grandes esperanças em relação ao "Blue Valentine", que vou ver para a semana.

Mas, em relação aos nomeados para Melhor Filme, o meu voto iria claramente para o True Grit. A segunda opção seria certamente o The Fighter que me encheu as medidas!

Jorge Rodrigues disse...

JOÃO,

Fiquei mesmo muito satisfeito com esta tua retrospectiva. Mesmo.

Principalmente porque não fosse tanto que nós falámos por este blogue e arredores dos Óscares e talvez tu nunca te terias aventurado a ver uma daquelas cerimónias.

Além disso, os leitores deste blogue estão habituados apenas à minha forma de ver que, por muitos defeitos que eles tenham (que têm), acaba por ser sempre positiva, porque vibro e revolto-me com os vencedores. A corrida, de facto, diz-me muito.

E por isso é que foi tão refrescante ter aqui a opinião de alguém que não tem (quase) mínimo interesse nos Óscares, alguém que pudesse ver a cerimónia com outros olhos. E foi por isso que te pedi que cá escrevesses depois de a veres.


Gostei imenso de ler, se bem que tu sabes que não concordo com várias coisas que tu dizes, embora com outras - espectáculo de auto-promoção da força maior que a América se julga no cinema - ser totalmente cúmplice.


Obrigado e cumprimentos,

Jorge

ArmPauloFerreira disse...

Se entendermos a mente americana e tudo o que são. Se notarmos que para os americanos fazer filmes, mais que a arte propriamente dita é sim uma indústria que vive de factores e lobbies que a alimentam (no fundo gerir interesses "industriais").
"O Discurso do Rei", provém de um desses lobbies muito fortes deles, que é o dos irmãos Weinstein, onde são muito fortes na gestão do marketing e imagem dos seus "produtos" [O Paciente Inglês (1996), A Paixão de Shakespeare (1998), Chicago (2002)...] e mexem-se de maneira a ganhar.

Uma coisa que notei nos vários discursos da noite é o facto de todos eles agradecerem à Academia, como se estivessem a prestar vassalagem a gente poderosa (nota-se bastante nos que ganham pela 1ª vez... como se tivessem tido a chave de entrada nas boas graças "daquela gente"). "Gente" que também funciona por retractivos (o premiar agora qualquer coisa pelo que havia feito antes - ao Scorcese até foi uma maldade enorme!).

Enfim, Oscar é isto mesmo... anualmente mais do mesmo.
Se pensarmos bem, a cerimónia é toda ela dinamizadora disso mesmo. Os "produtos" para premiar são pré-escolhidos e depois os lobbies/interesses começam a funcionar...

Não era melhor só se saber quais foram os filmes escolhidos e premiados somente na noite dos Oscars? Isso sim, a surpresa colocaria a expectativa ao rubro, aumentava as audiências e a promoção de todos os filmes do ano seria outro...
A Academia não precisava de muito... bastava internamente votarem nas suas escolhas para cada categoria e haveria o resultado final. Era sempre surpresa...

ArmPauloFerreira disse...

E no geral não me espanta o tom do artigo pois já parte de pouca imparcialidade (mas quem
é que não tem algo a apontar aos americanos?). Os Oscar é apenas mais showbiz... à americana. A mentalidade deles está lá na mesma... mas a verdade é que sabe bem apontar os melhores dos melhores. O problema é se dar tanto valor aos Oscars como se fossem a força máxima do cinema. E não o são... são sim a mais visível à escala mundial.

Perpetuam a hegemonia do cinema americano em todo o mundo. E a maior anedota do evento é o premio para Melhor Filme Estrangeiro... quando eles nem gostam ver um filme com legendas... os filmes ingleses e com ingleses não são Estrangeiros?)