Dial P for Popcorn: Quentin Tarantino: Death Proof

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quentin Tarantino: Death Proof


O mais fraco dos dois filmes de Grindhouse. O humor negro de Robert Rodriguez deixou-me completamente pasmado em Planet Terror e a pensar como é que alguem vai de Spy Kids até Planet Terror (ou até mesmo a participação em Sin City e a realização do mais recente Machete que embora ainda em fase inicial recebe em imdb.com uma boa pontuação).
Mas estamos aqui para falar de Quentin Tarantino e de Death Proof. Penso que em poucas palavras se explica a essência do filme. Stuntman Mike (Kurt Russell) e o seu carro "à prova de morte", um belo dodge challenger de 1970 é conhecido por ser um mortífero assassíno que percebe jovens mulher até as assassinar em brutais acidentes de carro.

Tudo lhe corre bem, e o filme começa com uma prova clara das potencialidades de Mike. Estamos num bar, e vemos aparecer Shanna (Jordan Ladd), Arlene (Vanessa Ferlito) e Jungle Julia (Sydney Poitier). Mike está sentado nesse mesmo bar. É então que Julia revela que fez, nessa mesma manhã um estranho anúncio na rádio: avisou que iria sair com as suas amigas nessa mesma noite e que, caso alguem visse Arlene, deveria pagar-lhe uma bebida, olha-la nos olhos enquanto recitava o poema "Stopping by Woods on a Snowy Evening" de Robert Frost e, no final chama-la de borboleta. Se tal acontecesse, Arlene teria que fazer a essa mesma pessoa, uma lap dance (a imaginação de Tarantino é uma fora de série...)
Mike convence Arlene a fazer-lhe a Lap Dance e depois disso, dá boleia a Pam (Rose McGowan) a empregada do bar. É aí que temos uma das frases mais marcantes do filme. Durante a viagem, Pam pergunta a Mike se o carro é seguro ao que este responde: “100% death proof, but to get the benefit of it, honey, you really need to be sittin’ in my seat!” e sem piedade e num brutal acidente, mata Pam, seguindo-se mais tarde Shanna, Arlene e Jungle Julia.

14 meses depois, somos confrontados com uma história em (quase tudo semelhante) a esta. Abernathy (Rosario Dawson), Kim (Tracie Thoms), e Lee (Mary Elizabeth Winstead) são três raparigas com aspirações a Hollywood que se encontram estacionadas num Dodge Charger de 1969 em pleno Tennessee. Mike observa-as. A adrenalina, a vontade de matar começam aos poucos a tomar conta de si mas desta vez, há algo de diferente. Aos poucos o espectador começa a notar em pequenos pormenores, pequenas diferenças que culminam com um final surpreendente, talvez a melhor parte do filme. Ficará para sempre na minha memória a cena final e onde Tarantino dá mais uma prova da sua potencialidade e capacidade criativa.


Embora seja um filme uns furos abaixo daquilo a que Tarantino nos foi habituando, considero-o sem dúvida um bom filme e um bom registo de Tarantino. Melhor que Jackie Brown, é um filme que combina bem com a sua outra metade "Planet Terror" e tornou o projecto Grindhouse num dos grandes sucessos de 2007!

Nota final: B

Trailer:


Informação Adicional:
Realização: Quentin Tarantino
Argumento: Quentin Tarantino
Ano: 2007
Duração: 114 minutos


3 comentários:

Rui Francisco Pereira disse...

É, de longe, o pior filme do Tarantino.

A primeira parte, não sendo, de todo, magnífica, ainda me agarrou bem.

Já a segunda, não gostei nada.

3.5*

Abraço

João Fonseca Neves disse...

É natural que existam opiniões assim sobre Death Proof. Houve muita expectativa à volta deste filme e acabou por desiludir um pouco. No entanto, coloco-o no penultimo lugar, à frente de Jackie Brown.

Obrigado pela tua opinião! ;)

Abraço,

João Samuel Neves.

DiogoF. disse...

Claramente o mais fraco, onde se vai esbatendo, ao longo do filme, a intenção de fazer um filme à seventies.

Tem a magistral cena do choque frontal dos carros.