E já em contagem decrescente para o fim das "Personagens da Minha Vida" (a ter lugar a 19 de Janeiro, provavelmente, um mês exactamente depois de ter começado), apresento-vos a 11ª edição.
"Se a minha vida fosse transportada para o ecrã, que personagem seria eu?"
O objectivo da rubrica é colocar as pessoas a pensar em personagens, tanto cinematográficas como televisivas, que partilhem características, sejam físicas ou psicológicas, com eles.
Desde já agradeço ao GONÇALO TRINDADE (Ante-Cinema) por ter aceite o convite.
- Personagens da Minha Vida #11 -
Passo a palavra ao Gonçalo, para que ele explique então as suas escolhas:
Explicar estas escolhas é, para mim, um pouco impossível e até um pouco desconfortável. Escolhi um grupo de seis personagens com as quais me identifico a nível pessoal, em termos de personalidade, e colocá-las aqui é, desde logo, dar a entender a todos a forma como eu me vejo a mim mesmo e como imagino que os outros me vêem. Se explicar muito detalhadamente o porquê de me identificar tanto com a personagem A ou B, acabo por me expor um pouco mais do que gostaria. Encarei este desafio a um nível bastante pessoal; todas aquelas são personagens com as quais me identifico a nível pessoal, personagens onde vejo traços da minha personalidade ou da minha história pessoal. Fisicamente, não sou particularmente parecido com nenhuma delas.
Charles Foster Kane pela ambição, pela ambiguidade, pela complexidade inerente a ele, a mim e a qualquer um de nós. Um homem é nada mais nada menos que a soma das suas contradições, e Kane era o exemplo vivo disso. Identifico-me com ele tal como, creio, qualquer um se identificará até certo ponto.
Jesse pela inocência e ingenuidade, pelo ideal da juventude demonstrado tanto por ele como pelo filme em que entra (o primeiro do díptico). Sou jovem, ele é jovem, e identifico-me com muito daquilo que diz e sente. É um ideal com cabeça, tronco e membros, tal como o somos todos nós com esta idade.
Ted Mosby por todo aquele universo que habita, onde as banalidades se transformam em coisas épicas, e onde a cultura pop está ao virar de cada esquina. Tenho com o meu grupo de amigos conversas por vezes bastante parecidas com aquelas que ele tem com o seu. Digo frequentemente que, com as piadas que eu digo e com as conversas que tenho, a minha vida às vezes parece uma sitcom... e é verdade. Além disso, a forma como encara as relações é, até certo ponto, semelhante à minha. Mas não entremos por aí... Basicamente, temos no geral personalidades parecidas, tanto na espontaneidade como aos problemas a que isso por vezes leva, e identifico-me com ele e com o universo que habita.
Inspector Jacques Clouseau porque sou das pessoas mais patetas e desastradas existentes à face da Terra. Quem é meu amigo sabe bem que isto é verdade, e sou uma verdadeira fonte de gargalhadas. Acontece-me frequentemente de tudo desde partir coisas, a ir contra postes, a cair no metro enquanto transportava um pacote de batatas fritas com molho e estas acabarem por me cair em cima (e eventualmente da Pacabei quase decapitado pelas portas da carruagem), a ter saídas tão parvas que parecem, de facto, saídas de um destes filmes do Pink Panther e da sua personagem principal. Até tenho sotaque, como o Clouseau. Só percebe quem me conhecer.
J.D pelo tipo de amizade que tem com o Turk, muito parecida com a que tenho com alguns (poucos) grandes amigos, e também por todo aquele humor cheio de referências e por toda aquela imaginação da personagem que por vezes o faz ficar a olhar para o ar, algo que me acontece mais que o aconselhável. Temos muito o mesmo tipo de humor, e partilhamos certos traços de personalidade. E aquele humor, aquele humor...
William Miller pela relação com a música. Escrevo neste momento para seis locais diferentes (?!), e só num deles (Ante-Cinema) me dedico ao Cinema, sendo este ainda assim o tema sobre o qual tenho mais experiência de escrita. Entrevisto regularmente músicos, vou com muita (demasiada?) regularidade com acreditação a concertos aos quais faço crítica, e vivo em grande parte para escrever sobre e viver essa arte. Gosto tanto de escrever sobre cinema tanto quanto sobre música, claro, mas escrever sobre o segundo é uma experiência mais envolvente (na forma como exige, e não só) e directa; afinal de contas, ver um filme e ir a um concerto são coisas bastante diferentes, tanto a nível físico como psicológico. No ano passado chegou a ser a loucura de ir a cinco ou seis concertos por semana durante meses inteiros, e é sempre muito exaustivo quanto se chega a casa às duas ou três da manhã (ou frequentemente bem mais tarde, dependendo do local onde se foi ver o concerto...*ahem* Musicbox *ahem*) e se tem ainda um texto para escrever durante a noite que tem de estar já publicado na manhã seguinte. Nessas alturas, deitar-me não antes das cinco da manhã é regra, sabendo bem que no dia a seguir me espera um dia de aulas na faculdade. Escrever sobre música é cansativo, envolvente, e viver esse tipo de vida dá uma adrenalina e um prazer enorme. É-me impossível não me identificar com Will, para quem de certa forma a música significa o mesmo que para mim (repito: gosto tanto de escrever sobre cinema quanto sobre música, e até acho que me safo igualmente bem em ambos, mas escrever sobre música e fazê-lo regularmente é uma experiência diferente; mas ambos significam para mim o mesmo, e ser-me-ia impossível escolher entre os dois). Tenho a imensa sorte de poder escrever sobre as duas artes que mais adoro e que tanto me definem, e se em Almost Famous tudo aquilo fosse no meio do cinema, o nome de Will ainda aqui estaria. Mas seria diferente. Bastante diferente. Sou como Will, a experimentar a vida que quero ter, fazendo aquilo que adoro (sem tanta droga e nudez à mistura...). E estou a adorar cada segundo. Não passo, afinal de contas, de um puto que escreve sobre algo que adora, tentando viver isso ao máximo. É, afinal de contas, por isso mesmo que estou agora a escrever isto, aqui.
E que sorte tenho eu por o estar a fazer.
Charles Foster Kane pela ambição, pela ambiguidade, pela complexidade inerente a ele, a mim e a qualquer um de nós. Um homem é nada mais nada menos que a soma das suas contradições, e Kane era o exemplo vivo disso. Identifico-me com ele tal como, creio, qualquer um se identificará até certo ponto.
Jesse pela inocência e ingenuidade, pelo ideal da juventude demonstrado tanto por ele como pelo filme em que entra (o primeiro do díptico). Sou jovem, ele é jovem, e identifico-me com muito daquilo que diz e sente. É um ideal com cabeça, tronco e membros, tal como o somos todos nós com esta idade.
Ted Mosby por todo aquele universo que habita, onde as banalidades se transformam em coisas épicas, e onde a cultura pop está ao virar de cada esquina. Tenho com o meu grupo de amigos conversas por vezes bastante parecidas com aquelas que ele tem com o seu. Digo frequentemente que, com as piadas que eu digo e com as conversas que tenho, a minha vida às vezes parece uma sitcom... e é verdade. Além disso, a forma como encara as relações é, até certo ponto, semelhante à minha. Mas não entremos por aí... Basicamente, temos no geral personalidades parecidas, tanto na espontaneidade como aos problemas a que isso por vezes leva, e identifico-me com ele e com o universo que habita.
Inspector Jacques Clouseau porque sou das pessoas mais patetas e desastradas existentes à face da Terra. Quem é meu amigo sabe bem que isto é verdade, e sou uma verdadeira fonte de gargalhadas. Acontece-me frequentemente de tudo desde partir coisas, a ir contra postes, a cair no metro enquanto transportava um pacote de batatas fritas com molho e estas acabarem por me cair em cima (e eventualmente da Pacabei quase decapitado pelas portas da carruagem), a ter saídas tão parvas que parecem, de facto, saídas de um destes filmes do Pink Panther e da sua personagem principal. Até tenho sotaque, como o Clouseau. Só percebe quem me conhecer.
J.D pelo tipo de amizade que tem com o Turk, muito parecida com a que tenho com alguns (poucos) grandes amigos, e também por todo aquele humor cheio de referências e por toda aquela imaginação da personagem que por vezes o faz ficar a olhar para o ar, algo que me acontece mais que o aconselhável. Temos muito o mesmo tipo de humor, e partilhamos certos traços de personalidade. E aquele humor, aquele humor...
William Miller pela relação com a música. Escrevo neste momento para seis locais diferentes (?!), e só num deles (Ante-Cinema) me dedico ao Cinema, sendo este ainda assim o tema sobre o qual tenho mais experiência de escrita. Entrevisto regularmente músicos, vou com muita (demasiada?) regularidade com acreditação a concertos aos quais faço crítica, e vivo em grande parte para escrever sobre e viver essa arte. Gosto tanto de escrever sobre cinema tanto quanto sobre música, claro, mas escrever sobre o segundo é uma experiência mais envolvente (na forma como exige, e não só) e directa; afinal de contas, ver um filme e ir a um concerto são coisas bastante diferentes, tanto a nível físico como psicológico. No ano passado chegou a ser a loucura de ir a cinco ou seis concertos por semana durante meses inteiros, e é sempre muito exaustivo quanto se chega a casa às duas ou três da manhã (ou frequentemente bem mais tarde, dependendo do local onde se foi ver o concerto...*ahem* Musicbox *ahem*) e se tem ainda um texto para escrever durante a noite que tem de estar já publicado na manhã seguinte. Nessas alturas, deitar-me não antes das cinco da manhã é regra, sabendo bem que no dia a seguir me espera um dia de aulas na faculdade. Escrever sobre música é cansativo, envolvente, e viver esse tipo de vida dá uma adrenalina e um prazer enorme. É-me impossível não me identificar com Will, para quem de certa forma a música significa o mesmo que para mim (repito: gosto tanto de escrever sobre cinema quanto sobre música, e até acho que me safo igualmente bem em ambos, mas escrever sobre música e fazê-lo regularmente é uma experiência diferente; mas ambos significam para mim o mesmo, e ser-me-ia impossível escolher entre os dois). Tenho a imensa sorte de poder escrever sobre as duas artes que mais adoro e que tanto me definem, e se em Almost Famous tudo aquilo fosse no meio do cinema, o nome de Will ainda aqui estaria. Mas seria diferente. Bastante diferente. Sou como Will, a experimentar a vida que quero ter, fazendo aquilo que adoro (sem tanta droga e nudez à mistura...). E estou a adorar cada segundo. Não passo, afinal de contas, de um puto que escreve sobre algo que adora, tentando viver isso ao máximo. É, afinal de contas, por isso mesmo que estou agora a escrever isto, aqui.
E que sorte tenho eu por o estar a fazer.
(vídeo no YouTube: EM BREVE)
E que sorte temos nós de te ter a escrever. Mais PERSONAGENS aí virão.
8 comentários:
J.D. e Ted Mosby? Boa! =D
Eu tenho que dizer, for once, que estou MAIS DO QUE FELIZ por ter ganho a batalha com o Blogger!
Até porque acho que este é dos meus vídeos mais inspirados (não me querendo gabar :D)
Adoro as tuas Personagens todas, Gonçalo, como já te tinha dito e gostei imenso do texto a explicar (só tu e eu nesta blogosfera é que escrevemos tanto por tão pouca coisa :P). E dizer ainda só que estas figuras que escolheste só dão vontade de conhecer melhor a tua pessoa.
J.D. + Ted Mosby + Charles Kane + Clouseau? AWESOME.
Cumprimentos e obrigado por teres aceite participar,
Jorge Rodrigues
Bem, confesso que a participação do Gonçalo era uma das que mais queria ver. Em primeiro lugar por ser um dos bloggers deste nosso círculo que também é meu amigo na vida real, e um dos que mais prezo. E depois porque (só mesmo quem o conhece saberá) é uma daquelas figuras que dá imenso gozo conhecer.
Em relação à lista, já esperava algo deste género (Ted, J.D., Clouseau e William eram essenciais), os que mais me surpreenderam foram o Kane e o Jesse, duas personagens que ainda assim adoro. Revi-me imenso na parte sobre o Ted e lembrei-me de várias conversas que já tivemos, daquelas com 50 referências/minuto que fazem as pessoas olhar para nós de lado, como se fôssemos (oh wait) freaks. O episódio das batatas fritas não conhecia. :D
Abraços.
A "identificação" com o Inspector Closeau é deveras inesperada! E muito boa, também! :D
Abraço a todos!
Obrigado eu pelo convite!
Ana: Esses dois tinham mesmo de lá estar :)
Jorge: Só agora é que vi bem o tamanho daquilo. Não temos culpa de gostar tanto de escrever :p! E começa a vir cá a Lisboa, para veres bem o pateta e alegre que posso ser. Obrigado eu!
Pedro: Lembrei-me de ti enquanto fazia a lista, e vi logo que ias perceber como cinéfilo e, acima de tudo, como amigo meu. Acho que há ali personagens que quem me conhece bem reconhece logo como sendo parecidas comigo. Aliás, é como dizes... aquelas conversas de que falo ali são conversas que temos os dois regularmente. Somos ambos duas belas figuras, não hajam dúvidas.
Sam: Foi um dos primeiros de que me lembrei. Somos muito parecidos... talvez até demasiado :p.
Abraço a todos!
Closeau, genial ! Geeeeenial.
Mais umas personagens de facto interessantes. Tenho acompanhado a rubrica, e gostado claro.
Não te cheguei a enviar as minhas escolhas a tempo, nem tenho comentado porque de facto não tenho tido muito tempo livre. De qualquer modo esta iniciativa, mais do que qualquer outra requer muita ponderação e muito tempo despendido "à procura" das nossas almas gémeas no mundo do cinema. E por isso não me foi fácil, nem é fácil as escolhas.
Fica a colaboração adiada e quem sabe numa próxima série desta rubrica enviar-vos-ei as minhas escolhas.
abraço
Obrigado pelos comentários!
Fica combinada essa colaboração, JORGE.
E ficam combinadas essas visitas mais frequentes à capital, GONÇALO ;)
Jorge Rodrigues
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