Dial P for Popcorn: LOST IN TRANSLATION (2003)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

LOST IN TRANSLATION (2003)


"Everyone wants to be found."

É um dos grandes filmes da década e dos que melhor retrata a cinzenta monotonia, no meu entender desesperante, em que se tornaram os dias da grande maioria dos seres que tentam sobreviver, um dia após o outro, nas metrópoles dos países desenvolvidos.


Tocou-me bastante e senti-o como um murro seco no estômago, um alerta que nos faz repensar o futuro que pretendemos e questionarmo-nos sobre aquilo que é o melhor para nós. A prova de que o dinheiro não compra tudo e de que o sucesso vem quase sempre acompanhado da infelicidade. Infelicidade essa que se materializa em Lost in Translation no papel de Bob Harris (Bill Murray), um famoso actor que viaja até Tokyo para realizar uma publicidade que lhe permitirá embolsar 2 milhões de dólares.


É aí que o espectador, aos poucos, vai conhecendo o homem solitário e infeliz por detrás do bem sucedido e admirado actor. No hotel conhece Charlotte (Scarlett Johansson) uma bonita e interessante jovem, com quem sente uma imediata empatia. Charlotte partilha com Bob a solidão e infelicidade dos dias: o seu marido, um fotógrafo muito ocupado, quase nunca está presente e aquilo que prometia ser um feliz e apaixonado casamento, torna-se então num simples e insignificante passar dos dias.


Lost in Translation foi o vencedor do Oscar para melhor argumento original em 2004 (juntamente com a nomeção para melhor direcção, melhor actor principal (Bill Murray enche o ecrã!) e melhor filme) e é a obra-prima de Sofia Coppola, a recente (e surpreendente) vencedora do Leão de Ouro na ultima edição do Festival de Veneza. Lost in Translation é um filme sobre o Século XXI, um filme que era actual em 2003, que é actual nos dias de hoje e que será actual daqui a 50 anos.


Nota Final: A-

Trailer:



Informação Adicional:
Realização: Sofia Coppola
Argumento: Sofia Coppola
Ano: 2003
Duração: 102 minutos.

4 comentários:

Jorge Rodrigues disse...

Não podia ter descrito melhor o filme que isto. Adorei a crítica e claro eu adoro o filme. E tens toda a razão. É um filme absolutamente intemporal e que caracteriza soberbamente o nosso tempo.

Abraço,

Jorge

Tiago Ramos disse...

Concordo absolutamente. Nunca sei muito bem o que dizer sobre o filme, porque me toca imenso. Adoro tudo nele.

Nuno Barroso disse...

Texto muito muito bom sobre um dos meus filmes preferidos. Soberbo. Sublime. Simples. Genial. Adoro :D


Cmpz

João Fonseca Neves disse...

Muito obrigado pelos vossos comentários. Este é tambem um dos meus filmes favoritos que, como vos disse, será para sempre actual.