Dial P for Popcorn: THE BRIDGE ON THE RIVER KWAI (1957)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

THE BRIDGE ON THE RIVER KWAI (1957)


“The Bridge on the River Kwai” é um dos maiores clássicos de sempre da história do cinema e um dos primeiros exemplos que vêm à cabeça de grandes épicos da 7ª arte. E a verdade é que não desaponta as expectativas de ninguém que se proponha a ver o filme. Talvez o filme tenha ganho alguns superlativos exagerados ao longo dos anos e certamente a sua longa duração irá despistar alguns cinéfilos mais descrentes, mas para mim mantém toda a sua intemporalidade e mensagem intactas. William Holden e Alec Guinness são os protagonistas desta história de guerra em solo birmaniano que aborda a relação entre três homens – um prisioneiro de guerra em fuga (Holden), um incorruptível coronel britânico (Guinness) e um comandante de um campo de prisioneiros japonês (Hayakawa) e os esforços do primeiro para destruir a imperiosa ponte construída sob mando do segundo e perante a anuência do terceiro – e ambas as interpretações não desapontam, especialmente a de Guinness, gigantesco e inesquecível neste papel.


O filme possui uma fotografia de grande nível, que nos mostra portentosas montanhas e selvas, uma banda sonora que acompanha e eleva o que se passa no ecrã, uma realização de David Lean poderosa, competente, eficaz e um argumento bastante interessante de Boulle (que adaptou o seu próprio romance para a tela) que nos fornece um retrato muito real de quem são aquelas pessoas e das suas personalidades, ideais e valores (com um clímax final extraordinário) e que possui encriptado uma mensagem de paz fantástica, que nos tenta mostrar o quão fútil e inútil é a guerra e que as consequências acabam sempre por ser piores do que as razões que nos lançam para ela em primeira instância – e é este aspecto do filme, o de se focar nas pessoas e nos efeitos que a guerra lhes trazem e não se é certo ou errado ter acontecido esta ou outra guerra, que torna o filme tão especial.




Assim, este é, não só, um filme grande que deleita quem o vê, como também um grande filme que é com todo o mérito considerado um dos pináculos dos filmes de guerra.

David Lean haveria de seguir este grande épico com outros ainda mais reconhecidos, como “Dr. Zhivago”, “Lawrence of Arabia” e “A Passage to India”, imortalizando a sua reputação e preferência pelos épicos.



NOTA:
B+

Um dos maiores filmes de sempre, "The Bridge Over River Kwai" venceria 7 Óscares na cerimónia de 1958: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor (Guinness), Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Banda Sonora e Melhor Argumento.
 
Realização: David Lean
Elenco: Alec Guinness, William Holden, Sessue Hayakawa, Jack Hawkins, Ann Sears, James Donald, Geoffrey Horne, André Morell, Peter Williams, Percy Hebert, Harold Goodwin
Argumento: Pierre Boulle, Michael Wilson e Carl Foreman
Produção: Sam Spiegel
Banda Sonora: Malcolm Arnold
Fotografia: Jack Hildyard

6 comentários:

DiogoF. disse...

Sobrevalorizado, mas um grande filme.

Jorge Rodrigues disse...

Eu gosto muito do filme e também acho que é um pouco sobrevalorizado. Não deixa, como tu referiste, de ser um grande filme anyway.


Abraço e obrigado pelo comentário,

Jorge Rodrigues

João Fonseca Neves disse...

Mais uma pérola das antigas. Andas a encontrar belos filmes da 1.ª Metade do Século.

Até agora não conhecia nem este nem o "Black Narcissus". Vou tratar de arranjar os dois, principalmente o Black Narcissus, sobre o qual fiquei com muita curiosidade!

Abraço,

João Samuel Neves

Jorge Teixeira disse...

Parece que nos lembramos do mesmo filme quase ao mesmo tempo...vi-o há bem pouco tempo. E gostei, como não podia deixar de ser.

Dizes tudo na excelente análise que fizeste. Um grande filme, que me cativou essencialmente pela forma como é conduzido e desenvolvido o argumento até ao seu clímax. Muito bem estruturado e doseado nas emoções que transmite. Depois tem a banda sonora, quem não conhecerá o famoso assobio! :)

abraço

Roberto Simões disse...

Concordo com o Diogo. Também o considero sobrevalorizado.

Roberto Simões
CINEROAD

Jorge Rodrigues disse...

JORGE:

Ainda bem que concordas comigo. O filme envelheceu bem.

ROBERTO:

É, como eu disse no início, é um pouco sobrevalorizado. Não deixa de ser um grande filme.

Obrigado pelos comentários,

Jorge Rodrigues