Javier Bardem é o primeiro actor a repetir a sua presença na minha crónica sobre as personagens mais marcantes da história do cinema. O valor deste papel é muitíssimo superior ao de um banal filme ou até ao de um filme vencedor de dezenas de prémios pelo mundo fora. Mar Adentro é um filme que retrata a vontade de todas as pessoas que, sentindo a dor e as dificuldades da doença, decidem pôr termo à vida, de uma forma tranquila, como forma de alivar para sempre o seu sofrimento.
Um acto tantas vezes condenado e debatido por quem não tem, nem voto na matéria nem conhecimentos suficientes para perceber o sofrimento pelo qual muitos dos doentes estão a passar, sem terapêutica que lhes permita alivar a dor ou melhorar a sua condição, torna-se, no meu ponto de vista, numa prova clara do egoísmo presente na nossa sociedade. Mar Adentro foi um filme que deu muito que falar e Javier Bardem, com a paixão imensa que atribui a esta personagem, emocionou todos quantos viram o filme e mudou, certamente, muitas mentalidades.
Mar Adentro fala-nos da história verídica de Ramón Sampedro, um pescador da Galiza que aos 25 anos ficou quadraplégico depois de um mergulho mal calculado no mar. Tal acidente tornou-o para sempre dependente da sua família e amarrou-o a uma cama. Desiludido com o seu destino e sem perspectivas de um futuro melhor, Ramón demonstra uma frieza digna de um homem iluminado e agraciado de uma inteligência impar.
Decide então pôr termo à vida, mas esta decisão acaba por não ser aceite pelos diversos tribunais a que recorre, arrastando-o numa luta que durou cerca de vinte e oito anos, altura em que Ramón desiste de vez de tentar obter uma eutanásia legal e, com o auxílio de uma amiga, ingere cianeto, concretizando o seu desejo.
Um acto tantas vezes condenado e debatido por quem não tem, nem voto na matéria nem conhecimentos suficientes para perceber o sofrimento pelo qual muitos dos doentes estão a passar, sem terapêutica que lhes permita alivar a dor ou melhorar a sua condição, torna-se, no meu ponto de vista, numa prova clara do egoísmo presente na nossa sociedade. Mar Adentro foi um filme que deu muito que falar e Javier Bardem, com a paixão imensa que atribui a esta personagem, emocionou todos quantos viram o filme e mudou, certamente, muitas mentalidades.
Mar Adentro fala-nos da história verídica de Ramón Sampedro, um pescador da Galiza que aos 25 anos ficou quadraplégico depois de um mergulho mal calculado no mar. Tal acidente tornou-o para sempre dependente da sua família e amarrou-o a uma cama. Desiludido com o seu destino e sem perspectivas de um futuro melhor, Ramón demonstra uma frieza digna de um homem iluminado e agraciado de uma inteligência impar.
Decide então pôr termo à vida, mas esta decisão acaba por não ser aceite pelos diversos tribunais a que recorre, arrastando-o numa luta que durou cerca de vinte e oito anos, altura em que Ramón desiste de vez de tentar obter uma eutanásia legal e, com o auxílio de uma amiga, ingere cianeto, concretizando o seu desejo.
7 comentários:
nunca pensei que o filme me marcasse tanto !
é qualquer coisa de fantástico, e atenção que eu e o cinema espanhol não nos damos. mas este sim, gostei !
e claro que sem a presença do Javier Bardem o filme não tinha metade da química que tem.
:)
Je veux juste dire que c'est un super blog vous êtes arrivé ici! J'ai fait le tour de pas mal de temps, mais a finalement décidé de montrer mon appréciation de votre travail! Thumbs up, et continuer!
O Javier Bardem é fantástico e aqui tem mais uma grande representação.
A luta de Ramón Sampedro durou anos e anos. Ele só aceitou usar uma cadeira de rodas para poder ir a tribunal.
É uma questão muito delicada esta, durou tanto tempo porque ele precisvaa de assistência para concretizar a sua morte.
E aqui surge uma questão crucial. Se é mais fácil aceitar que alguém com as suas faculdades mentais queira por termo à sua vida, quem é que o vai ajudar? Quem quer ter isso na consciência mesmo que até concorde com a decisão. Da teoria à prática vai muita coisa.
enfim, bela lembrança.
Se o objectivo dos TCN awards é dar a conhecer blogs então funcionou porque eu não conhecia o vosso.
Abraço
É efectivamente uma personagem fantástica, uma interpretação de vida, de uma paixão e racionalidade incrível.
Que interpretação! :) Uma das mais sinceras, plausíveis e tocantes que alguma vez já tive o prazer de ver. Great work by Bardem!
Tanto a história como a personagem nos atingem de uma forma imprevisível.
O tema é difícil e Javier Bardem é perfeito a transmitir-nos todo o sofrimento e luta de Rámon Sampedro. Notável!
O Bernas,
Sim de facto o filme é muito bom e beneficia e muito do próprio carisma do actor, Javier Bardem, que é impressionante neste filme (como, de resto, é sempre que o papel que lhe dão é interessante - como em Before Night Falls ou No Country for Old Men).
Anónimo,
Merci pour tous les compliments que tu nous as laissé. Je souhaite qu'on puisse mériter ta confiance dans l'avenir et j'espère ton retour aux commentaires. Merci beaucoup.
Loot,
O filme acaba por se tornar um relato importante para a consciência pública, porque o caso além de polémico aborda um assunto que hoje em dia é minimamente do conhecimento geral. A eutanásia é um problema do mundo actual e o caso de Sampedro não é único e muitas vezes não se sabe bem qual a "área cinzenta" para actuação nestas situações.
Obrigado pelo elogio e obrigado por nos teres passado a conhecer e a seguir - só por isso já vale a pena termos tido a visibilidade que tivemos com os TCN Blog Awards.
Tiago,
O papel de Ramon Sampedro, fosse para quem fosse, seria para fazer um brilharete de qualquer forma. Ainda bem que foi para Bardem, que pôde explorar todas as nuances de uma pessoa invulgar, com uma história de vida invulgar, que sofreu mas no fim teve o que quis: o fim de uma vida digna.
Nuno,
É não é? A interpretação é arrasadora, apesar de na grande maioria dos momentos ser revestida de muita subtileza e delicadeza.
Joana,
Concordo, a história e o tema e a forma como é abordado são desde logo merecedores da nossa atenção. Ainda bem que o filme merece toda esta atenção porque tem muita qualidade.
Obrigado pelos comentários,
Jorge Rodrigues
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